faça sua pesquisa

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

REENCARNAÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Algumas pessoas contestam a doutrina da reencarnação, como contrária aos dogmas da Igreja, concluindo que a mesma não existe. Que é que se pode responder? A resposta, certamente procurada por muitos, pode ser encontrada no número de dezembro de 1862, em que Allan Kardec inclui interessante comentário resultante da carta recebida do amigo de um socialista francês da primeira parte do Século 19, desencarnado em 1837, François Marie Charles Fourier, e que elaborara uma teoria que, segundo o missivista, encontrara também na Doutrina Espírita. Na sua missiva resumindo alguns dos principais pontos da visão de Fourier, o remetente comenta também que encontrara a mesma visão num opúsculo elaborado pelo redator do jornal Siècle, Sr Louis Jordan publicado pela primeira vez em 1849 antes, portanto, que se cogitasse do Espiritismo, revelando, uma perfeita intuição desta lei da natureza tão esquecida até o surgimento do Espiritismo. Escreveu Kardec: -“A resposta é muito simples. A reencarnação não é um sistema que dependa dos homens adotar ou não, como se faz com um sistema político; é uma lei inerente à Humanidade, como comer, beber e dormir; uma alternativa da vida da alma como a vigília e o sono são alternativas da vida do corpo. Se é uma lei da natureza, não é uma opinião contrária que se a possa impedir de ser. A Terra não gira ao redor do Sol porque se o acredite, mas porque obedece a uma lei; e os anátemas que foram lançados contra esta lei não impediram que a Terra girasse. Assim, como a reencarnação: não será a opinião de alguns homens que os impedirá de renascerem, se tiverem que renascer. Admitido que a reencarnação é uma lei da natureza, suponhamos que ela não possa acomodar-se com um dogma: trata-se de saber se a razão está como dogma ou com a lei. Ora, quem é o autor da lei da natureza, senão Deus? No caso, direi que não é a lei que contraria o dogma, mas o dogma que contraria a lei, desde que qualquer lei da natureza é anterior ao dogma e os homens renasciam antes que o dogma fosse estabelecido. Se houvesse incompatibilidade absoluta entre um dogma e uma lei da natureza, isto seria a prova de que o dogma é obra dos homens, que não conheciam a lei, pois Deus não pode contradizer-se, desfazendo de um lado aquilo que fez do outro. Sustentar essa incompatibilidade é, pois, fazer o processo do dogma. Segue-se que o dogma é falso? Não, mas apenas que é suscetível de uma interpretação, como foi interpretada a Gênese, quando se reconheceu que os seis dias da Criação não se acomodavam com a lei da formação do Globo. A religião ganhará com isso, pois haverá menos incrédulos. A questão é saber se existe ou não a reencarnação. Para os espíritas há milhares de provas contra uma que é inútil repetir. Direi apenas que o Espiritismo demonstra que a pluralidade de existências não só é possível, mas necessária, indispensável; e ele encontra a sua prova, sem falar da revelação dos Espíritos, numa incalculável multidão de fenômenos de ordem moral, psicológica e antropológica. Tais fenômenos são efeitos que tem uma causa. Buscando-se a causa, encontramo-la na reencarnação, posta em evidência pela observação daqueles fenômenos, como a presença do Sol, embora oculto pelas nuvens, é posta em evidência pela luz do dia. Para provar que está errada, ou que não existe, seria preciso explicar melhor, por outros meios, tudo o que ele explica o que ninguém ainda fez. Antes da descoberta das propriedades da eletricidade, se alguém tivesse anunciado que poderia em cinco minutos corresponder-se a quinhentos quilômetros, não teriam faltado cientistas que lhe provassem cientificamente, pelas leis da mecânica, que a coisa era materialmente impossível, pois não, pois não conheciam outras leis. Para tanto havia necessidade da revelação de uma nova força. Assim com a reencarnação. É uma nova lei, que vem lançar luz sobre uma porção de questões obscuras e modificará profundamente todas as ideias quando for reconhecida. Assim, não é a opinião de alguns homens que prova a existência da lei: são os fatos. Se invocamos o seu testemunho, é para demonstrar que ela tinha sido entrevista e suspeitada por outros, antes do Espiritismo, que não é seu inventor, mas a desenvolveu e lhe deduziu as consequências”.


Pergunta do nosso amigo de Vera Cruz, Cristiano: “ Que ensinamento Jesus nos deixou quando, após sua morte, apareceu em perispírito primeiramente para Maria Madalena?”

Esta questão é importante, Cristiano, por várias razões. Primeiro, porque foi por causa de suas aparições depois da morte, que se espalhou a notícia de que ele havia ressuscitado. Mas, na verdade, Jesus aparecera com seu corpo espiritual (  o que no Espiritismo chamamos de perispírito) e não com o seu corpo físico. Mas a ideia da ressurreição do corpo que prevalecia no seio daquele povo, era herança da religião persa que, há pelo menos dois séculos, pregava a ressurreição, mas apenas no juízo final.

  Jesus, por outro lado, voltava em espírito ( ou seja, com seu perispírito) para confirmar o que havia ensinado, ou seja, que a vida continua e que, portanto, tudo quanto ensinou era válido, pois Espírito é imortal e as verdadeiras recompensas não estão nesta vida. Conta o evangelho que foi para Maria Madalena e outras mulheres que ele primeiro se mostrou, certamente com a ideia de que elas se encarregariam de divulgar a notícia para seus discípulos e seguidores, como de fato aconteceu.

 As mulheres tinham ido visitar o túmulo.  Chegando lá, perceberam que corpo tinha sido removido, mas ali havia um homem que elas confundiram com o jardineiro. O homem falou com elas e, para seu espanto, ele se identificou como Jesus. Ora, nem elas o reconheceram, a não ser porque ele mesmo o disse. Allan Kardec considera que é comum o Espírito não ser reconhecido de imediato em caso de materialização, por causa de algumas diferenças no perispírito. Aliás, em outras ocasiões, como Espírito ele não foi reconhecido nem mesmo pelos discípulos, a não ser quando se anunciou.

 Todavia, o fato de ter aparecido primeiramente às mulheres não deixa de chamar a atenção para estes dois pontos: primeiro, porque elas divulgariam a sua volta e a sobrevivência e, em segundo lugar, porque Jesus dera um valor muito especial à mulher que, naquele povo, era muito discriminada. Mais tarde, com o avanço do movimento cristão, as mulheres se destacariam ainda mais, fazendo do cristianismo a religião da antiguidade que mais atraiu o público feminino.

















Nenhum comentário:

Postar um comentário