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sábado, 19 de dezembro de 2020

SURREAL BEM REAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Embora a literatura e o cinema somente recentemente tenham descoberto o sucesso comercial que representa a exploração do tema dimensões ou universos paralelos, a verdade é que descrições de uma realidade que caminha e interage com a nossa já era tratada e popularizada nos anos 40 através da mediunidade de Chico Xavier, especialmente nos livros recebidos do Espírito conhecido como André Luiz. O mais fascinante é a riqueza de detalhes com que os roteiristas atualmente criam cenas, cenários e sequências como em MATRIX, INTERESTELAR. Ou recriam? Poderiam tranquilamente ser enquadrados na possibilidade aventada por Allan Kardec num de seus textos onde diz que “como os Espíritos não podem sustentar a pena sem intermediário, fazem-no sustentar por alguém que se chama médium, que inspiram e dirigem. Por vezes, esse médium age sem conhecimento de causa: é um médium propriamente dito; outras vezes age de maneira inconsciente da causa que o solicita: é o caso de todos os homens inspirados, que assim são médiuns sem o saber”.  Poderíamos cogitar  tais imagens serem reminiscências de incursões no Plano Espiritual possibilitada pelo desdobramento natural do sono. Estudos possíveis a qualquer interessado hoje, demonstram que os Celtas séculos antes do Mestre Jesus falar das “muitas moradas da casa de nosso Pai”; do poeta Dante Aliguieri nos levar às paisagens da Divina Comédia; do gênio Emmanuel Swedenborg, oferecer as obras derivadas das suas visões dos Planos Existenciais adjacentes ao nosso; de Allan Kardec reproduzir na questão 85 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, que entre o ‘Mundo Material e o Espiritual, o segundo é o mais importante, pois, lá tudo que aqui há se origina e prossegue’; do reverendo Dale Owen oferecer a idetalhes d’ A VIDA ALÉM DO VÉU; e, do Espírito Maria João de Deus com suas CARTAS DE UMA MORTA (1935, lake), a vida além da morte já era encarada como um fato natural e real. Chico Xavier, a propósito, antes da Teoria das Supercordas ser formulada, disse com naturalidade em entrevista que o “plano em que vivemos nada mais é que um prolongamento do Espiritual”. No livro LIBERTAÇÃO (1957, feb), capítulo 4, por exemplo, somos levados a conhecer  “uma cidade estranha, situada em ‘vasto domínio de sombras’, céu cinzento, vegetação exibindo aspecto sinistro, aves agoureiras, de grande tamanho, semelhando-se a pequenos monstros alados, espiando presas ocultas”. Indagando do Instrutor Gúbio que acompanhava, “porque Deus permite semelhante absurdo”, informa-se que “pelas mesmas razões educativas através das quais não aniquila uma nação humana quando, desvairada pela sede de dominação, desencadeia guerras cruentas e destruidoras, mas a entrega à expiação dos próprios crimes e ao infortúnio de si mesma, para que aprenda a integrar-se na ordem eterna que preside à vida universal. De período a período, contado cada um por vários séculos, a matéria utilizada por semelhantes inteligências é revolvida e reestruturada, qual acontece nos círculos terrenos”, registrando, por fim, que “os gênios malditos, os demônios de todos os tempos somos nós mesmos quando nos desviamos, impenitentes, da Lei”. Já no livro, OBREIROS DA VIDA ETERNA (1947; feb), descrevendo sua participação em excursão por região trevosa além dos limites magnéticos abrangidos por uma instituição itinerante denominada Casa Transitória Fabiano de Cristo, André Luiz confessa que noutras circunstâncias e noutro tempo, não conseguiria dominar o pavor que infundia a paisagem escura e misteriosa (...). Vagavam no espaço estranhos sons. Ouvia perfeitamente gritos de seres selvagens e, em meio deles, dolorosos gemidos humanos, emitidos, talvez, a imensa distância.. Aves de monstruosa configuração, mais negras do que a noite, de longe em longe se afastavam de nosso caminho, assustadiças. E embora a sombra espessa, observava alguma coisa da infinita desolação ambiente”. Após atingirem zona pantanosa, em que sobressaia rasteira vegetação, em que ervas mirradas e arbustos tristes assomavam indistintamente do solo, André guardando a nítida impressão de que vozes procediam de pessoas atoladas em repelentes substâncias, não contendo a indagação se ali jaziam almas humanas, “desencadeou reações inesperadas como  a transformação dos lamentos indiscriminados em rogativas tocantes, ao mesmo tempo em que figuras animalescas e rastejantes, lembrando sáurios de descomunais proporções, avançaram para a caravana, ausentando-se da zona mais funda do charco, em grande número, dando para estarrecer o ânimo mais intrépido”. Acrescenta que “minúsculos aparelhos, emitindo raios elétricos de choque, através de insignificantes explosões, que não obstante ser de detonação fraca revelava vigoroso poder, fazendo com que os atacantes monstruosos recuassem, precipitados, recolhendo-se ao pântano, em queda espetacular sobre a lama grossa”.


Os pais vêm perdendo o controle os filhos. Eles também não foram bem educados e por isso têm dificuldade de educar. A droga e o materialismo vêm tomando conta de tudo. O que fazer?

 Pergunta difícil de responder. Acreditamos que não existe uma resposta pronta e definitiva para todos os casos e para todos os pais. O que existe são caminhos, são escolhas que os pais conscientes podem fazer enquanto é tempo. Dizemos “pais conscientes” porque nem todas as mães e nem todos os pais compreenderam a importante missão que Deus lhes delegou nesta vida. Quando separamos Deus de nossa vida, tudo é válido, até mesmo o mal que podemos fazer.  

  Em Doutrina Espírita, a compreensão do que seja a missão dos pais é muito ampla, porque não consideramos apenas esta existência. Os filhos não são criados exclusivamente para esses pais nesta vida e nem se apresentam ao mundo como uma tábula rasa onde tudo ainda está para ser escrito. Não, os filhos são Espíritos já vividos com virtudes e defeitos, e com quem esses pais de hoje assumiram compromisso. Seu principal papel em relação a esses filhos é educá-los ou, melhor ainda, reeducá-los espiritualmente a partir das tendências que demonstram.

 Compete a esses pais recebê-los com amor e devotamento, perceber as tendências que trazem de encarnação passada, procurar percebê-los na sua intimidade, na tentativa de impulsionar sua evolução moral. Falamos de evolução moral, porque a evolução intelectual é relativamente fácil; o difícil é direcionar os filhos no caminho do bem.

Dentro de nosso meio cultural, os pais, os professores, as escolas, geralmente estão muito interessados na formação técnica, artística e profissional das novas gerações para que sejam pessoas importantes na sociedade e, no dizer vulgar, “para vencerem na vida”. Mas se esquecem que, para a vida, precisamos primeiro pensar na formação do homem de bem, da pessoa de caráter que, acima de tudo, tenha consciência de que é uma cidadã do mundo, contribuindo com sua parcela de esforço para o bem comum.

 É um grande erro de muitos pais esperar que o caráter de seus filhos se forme, longe de conceitos humanísticos, de valores espirituais ou mesmo religiosos. Os pais se educam junto com os filhos. É impossível educar sem educar-se. Se eles querem formar homens de bem, necessariamente precisam pautar por esse mesmo caminho, dando o exemplo em que seus filhos devem se espelhar. Os pais não têm a obrigação de serem perfeitos, mas têm a obrigação moral de se esforçarem para isso.

 Numa palestra, o psicólogo Rossandro Klinjei, referiu-se a uma pesquisa feita em 22 países com o objetivo de levantar as causas que levam estudantes de medicina, já no meio curso, a se tornarem dependentes de drogas ou de álcool. Num determinado momento dos estudos, os pesquisadores quiseram saber o porquê de muitos acadêmicos não usarem drogas nem álcool, que fatores teriam concorrido para que eles, apesar da insistência do meio e dos colegas, evitassem esse comportamento.

 Sendo assim, eles começaram a nomear os fatores e verificaram que o comportamento de não usar drogas não tinha a ver com os países onde moravam, não tinham a ver com as classes sociais a que pertenciam, não tinham a ver com a religião da família. O único ponto comum entre eles é que, ao redor de 6 anos de idade, esses estudantes participavam das atividades religiosas juntamente com os pais. De certa forma, isso explica porque Chico Xavier sempre dizia: “não esqueça de ensinar Deus para seus filhos” – e ensinar não é só falar, é participar com eles.

Hoje, principalmente, nesta era eletrônica, quando até as crianças se acham fascinadas pelos smarthfones e outros aparelhos eletrônicos, os pais precisam, eles mesmos, buscar seus filhos nas relações pessoais, em que possam passar-lhes prazer na convivência. No entanto, se possível, se tiverem uma religião, não se esqueçam de se fazerem acompanhados de seus filhos em suas atividades religiosas.
















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