Podemos
perceber que a duração da vida humana vem aumentando ano a ano. Afirmam os
especialistas que atualmente a expectativa da vida humana é o dobro do que era
há um século atrás. A pergunta é a seguinte:
“Num mundo como o nosso, de provas e expiações, quanto mais a gente
vive, mais erra, mais dívida contrai. Será que, aumentando a vida humana, não
estamos nos endividando mais e atrasando nossa evolução espiritual?”
Em
Doutrina Espírita, partimos do princípio de que a vida na Terra é uma
necessidade imperiosa, indispensável, para o progresso do Espírito. É por meio
da reencarnação que o Espírito, desde sua condição mais primitiva ou desde sua
criação, consegue despertar e desenvolver suas potencialidades em busca de sua
completude. Isso quer dizer que a vida é muitíssimo preciosa e que, portanto,
cada dia, cada mês, cada ano que vivemos na Terra, tem um peso significativo em
nosso processo evolutivo.
– Essas informações vamos encontrar n’O LIVRO
DOS ESPÍRITOS, capítulo IV, segunda parte. O trajeto da evolução é longo e
tortuoso. A vida na Terra é sempre mais uma oportunidade de aperfeiçoamento e
não um castigo. Retornando à vida terrena o Espírito se aperfeiçoa, refazendo
caminhos e buscando aprimorar-se, razão pela qual até mesmo seus erros e
descaminhos são aproveitados para essa finalidade, de tal modo que toda
encarnação, de algum modo, é sempre proveitosa, mesmo que aparentemente
infrutífera aos nossos olhos.
– Por isso, o Espírito deveria viver o máximo
do que lhe é permitido ou viver o máximo do tempo programado para sua
encarnação. Em geral, os Espíritos que reencarnam na Terra, por causa da
ignorância, da falta de cuidado e de seus instintos egoístas, acabam encerrando
a vida física antes do tempo. Por outro lado, não é difícil deduzir que, recuando
ao passado da humanidade, quanto menos desenvolvido o homem, menos tempo de
vida tinha sobre a Terra. Considere, por exemplo, qual deveria a expectativa de
vida do homem da caverna.
O
progresso material, como sustentáculo da vida física, permitiu-lhe uma vida
cada vez mais longa com o passar dos séculos, justamente para que ele pudesse
desfrutar mais da maturidade física, aprendendo a refletir, a avaliar e a
repensar sua vida. Não é por acaso que os mais velhos costumam dar bons
conselhos aos mais novos. Assim sendo, também não é difícil deduzir que,
vivendo mais, como está acontecendo nos dias de hoje, ele vai tendo mais chance
de compreender o real sentido da vida, preparando-se para uma vida melhor no
futuro.
Seria
contraditório acreditar que uma vida longa seria prejudicial ao Espírito por
causa de suas tendências negativas. Se fosse assim, seria preferível
desencarnar na infância, quando ainda não houve tempo de cometer erros graves.
Não é o que o Espiritismo pensa; muito pelo contrário. Por isso, vale a pena
viver mais. Se a infância, para nós, é a idade ideal para aprender, a idade
avançada é o período ideal para se reavaliar e tirar conclusões sobre o sentido
da vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário