O grande líder budista Dalai Lama
define Espiritualidade como “aquilo que produz no Ser humano uma
mudança interior”. Trata-se de uma conquista do Ser na sua caminhada
evolutiva. Como o homem não nasce um “ produto acabado”, vai
sofrendo as influências do meio, às quais reage conforme sua realidade
interior, sofrendo quedas e se erguendo durante grande parte de sua vida
física. O aprendizado seja pela força das circunstâncias, seja pelas decisões
conscientes, é constante. Oportuno, portanto, referências. Quando emanadas de
quem lidou grande parte de sua vida com a problemática humana, mais respeito
merece. Daí a razão de buscarmos opiniões do grande médium Chico Xavier.
Recolhemos da vasta obra construída com suas opiniões, sete corriqueiros temas
relacionados à família para nossas análises e reflexões: 1 – LAR –
“Sem a família organizada caminharíamos para a selva e isso não tem razão
de ser. A família terá de fazer grandes aberturas, porque estamos aí com os
anticoncepcionais, com os problemas psicológicos, com os conflitos da mente,
com as exigências afetivas de várias nuances (...). A família precisa abrir
novas pistas de compreensão para que os componentes dela possam viver em regime
de respeito recíproco, com os problemas de que são portadores, sem a agressão
que tantas vezes se verifica, contra criaturas que sofrem aflitivos problemas
dentro da constituição psicológica diferente da maioria”. 2 – CASAMENTO - “-União de almas simpáticas é uma raridade sobre a Terra. Quase
todos estamos vinculados aos nossos compromissos de existências anteriores. Com
o passar do tempo, o casal que descobre entre si certas diferenças não deve se
assustar; é natural que assim seja. Se não houver amor, que pelo menos haja
respeito. Tenho visto muitos casamentos se desfazerem por causa do extremo
egoísmo dos cônjuges, que não se dispõe a um mínimo de sacrifício e de
renúncia. Ora, estamos ainda muito longe do amor com que devemos nos consagrar uns aos outros, mas
nada nos impede de começar a exercitar a paciência, o perdão, o silêncio... Se
“um não revidasse quando fosse ofendido pelo outro, teríamos um número
infinitamente menor de separações conjugais”. 3 – ESFRIAMENTO NO INTERESSE AFETIVO APÓS O NASCIMENTO DOS FILHOS - “Grande número de enlaces na Terra obedece a
determinações de resgates, escolhidas pelos próprios cônjuges, antes do
renascimento no berço físico. E aqueles amigos que serão filhos do casal,
muitas vezes, agindo no Além, transformam, ou melhor, omitem as dificuldades
prováveis do casamento em perspectiva para que os cônjuges se aproximem
afetuosamente um do outro, segundo os preceitos das Leis Divinas e formem o
lar, desfazendo dentro dele determinadas dificuldades das existências
anteriores em motivos de amor e compreensão maior.. O “namoro e o noivado,
em muitas ocasiões, estão presididos pelos Espíritos que serão filhos do casal”.
4 – LIMITAÇÃO DOS FILHOS - “-Temos a obrigação de examinar este assunto com
muito respeito à vida e, consequentemente a Deus, em nossos deveres de uns para
com os outros, para não cairmos em qualquer calamidade de omissão ou de
deserção de encargos assumidos”. 5 –
PATERNIDADE/MATERNIDADE -
“-Temos a obrigação de examinar este assunto com muito respeito à vida e,
consequentemente a Deus, em nossos deveres de uns para com os outros, para não
cairmos em qualquer calamidade de omissão ou de deserção de encargos
assumidos”. 6 - EDUCAÇÃO DOS FILHOS - “- Se não encontrarmos criaturas que nos
concedam amor e segurança, paz e ordem, será muito difícil o proveito da nova
reencarnação que estejamos encetando. A Educação não é um processo que possa
ser levado a efeito quando a criatura já adquiriu hábitos. Aquilo que se
precisa aprender começa aos 6 meses de idade. Toda criança deve ser educada no
trabalho. Trabalhei desde pequeno e, não fosse por semelhante providência, com
certeza eu teria me perdido”. 7 – FILHO
ESPECIAL - “A criança
excepcional, em regra geral, é o suicida reencarnado depois de suicídio
recente, porque a pessoa quando pensa que se liquida, está apenas estragando ou
perdendo a roupa de que a Providência Divina permite que se sirva durante a
existência, que é o corpo físico(...) Volta à Terra com os remanescentes que
levou daqui mesmo, após o suicídio(...) Sentem e ouvem, registram e sabem de
que modo estão sendo tratadas; ela são profundamente lúcidas na intimidade do
próprio Ser. A criança especial vem somente com aqueles que são capazes de
amá-la e ajuda-la a passar aquele transe temporário de treze, vinte, trinta
anos, pois geralmente os excepcionais desencarnam muito cedo(...). Os filhos
excepcionais são confiados somente às grandes mulheres que tem capacidade de
amar até o Infinito”.
Gostaria de saber como o Espiritismo
lida com essa questão de cura espiritual.
Todos temos compromisso com a saúde; com a nossa saúde e
com a saúde dos outros, especialmente num momento como este. Somos Espíritos
encarnados que precisamos viver na Terra para aprender e evoluir, razão pela
qual a vida é muito preciosa. Por isso, devemos envidar esforços tanto para
curar como para prevenir doenças. Porém, muitos procuram médiuns e centros
espíritas a procura de milagres. Preferem acreditar numa cura mágica do que num
tratamento recomendado pela medicina. É um direito que as pessoas têm.
No entanto, dentro
da concepção espírita, a medicina tem um papel primordial nos cuidados com os
doentes e consegue dar solução para a maioria das doenças. A medicina é fruto
de séculos e séculos de estudos e pesquisas que, não sendo perfeita, é o
principal instrumento de cura que Deus permitiu fosse criado pelo homem com a
inspiração dos Espíritos. Por isso é ao serviço de saúde que, primeiramente,
devemos recorrer, qualquer que for o caso.
Mas entende o
Espiritismo que o paciente sempre deve ser visto e tratado como um ser
integral: corpo e alma. Por essa razão, o bom senso recomenda que, ao lado do
tratamento médico ou psicológico, procuremos os serviços espirituais, seja num
centro espírita ou em qualquer templo religioso das mais variadas denominações.
Infelizmente, muitos só procuram Deus nessas horas.
Quando falamos em
“ser integral”, estamos nos referindo ao tratamento paciente como pessoa humana
e como ser espiritual. Na verdade, os problemas que nos afetam nesta vida
sempre têm relação com o nosso estado de alma e, muitas vezes, eles começam no
espírito antes de atingir o corpo ou, se tiverem início no corpo, com certeza,
atingirão a alma. Algumas vezes, uma mudança interior da pessoa, em termos de
sentimentos, contribui decisivamente para melhorar a saúde.
O ambiente espiritual do centro espírita – com o esclarecimento espiritual, as
palestras, os passes e a água
fluidificada - quando bem assimilado pelo paciente, vai ajuda-lo a se conhecer
melhor e a se fortalecer interiormente, dando suporte para o tratamento médico.
Trata-se do que chamamos de medicina complementar, mesmo no caso de doenças de
pouca gravidade. Mas vai auxiliar mais no caso de enfermidades crônicas ou
graves, principalmente aquelas em que parece terem esgotados os recursos da
ciência médica.
Diante desse
quadro, ainda podemos afirmar que, vez ou outra, é possível se obter a melhora e até a cura do
paciente, mesmo de uma doença grave, não só através do centro espírita, mas de
todos esses recursos reunidos. A mediunidade de cura é um dos instrumentos
utilizados pelo centro espírita nesse sentido, mas não se trata apenas da cura
do corpo – eis a diferença. É preciso que a pessoa se conscientize das causas
que deram origem à doença e das mudanças que devem proceder em sua maneira de
viver e, principalmente, de conviver.
Conforme a lei de
causa e efeito – e, particularmente, a lei da reencarnação - é importante que nos conscientizemos que
toda doença tem suas causas. Se as causas não estiverem nesta vida, com certeza
elas provêm de outras. Além do mais a verdadeira cura é a cura espiritual,
porque o Espirito é imortal. A cura do corpo será sempre passageira, porque o
corpo, mais cedo ou mais tarde, vai morrer.
Dependendo da
jornada do Espírito, ao passar pela presente existência, a doença se tornou para
ele uma necessidade, para que aprendesse a lidar com determinadas situações,
para que se voltasse mais para a reforma de seu mundo interior, reexaminando
seu modo de viver e para que, sobretudo,
se fortalecesse espiritualmente ante o enfrentamento da enfermidade. Por isso,
em muitos casos, a doença é o remédio para a cura do Espírito.
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