Uma leitora,
que não quis se identificar, pediu que mostrássemos qual é a posição do
Espiritismo diante do elevado índice de ansiedade e depressão que vem
acometendo a humanidade.
Não
são poucas as pessoas que procuram o centro espírita, queixando-se de problemas
dessa natureza, e esses casos vêm aumentando dia a dia. Em primeiro lugar,
gostaríamos de dizer que os mais destacados especialistas na área da saúde
mental têm afirmado que os transtornos emocionais, nos dias de hoje, vêm
ocorrendo em decorrência do tipo de vida que levamos.
As
últimas décadas têm sido marcadas por grandes inovações na sociedade,
decorrentes das novas descobertas e invenções. Cada um de nós, a cada dia, está
sendo cada vez mais exigido a participar do que acontece ao redor, na sua
comunidade, no seu país e no mundo. Uma onda avassaladora de estímulos e
tentações têm vindo de todos os lados, tomando conta de nossa mente.
Diante desse impacto de profunda repercussão emocional,
estamos procurando saída no prazer fácil, na satisfação momentânea, na posse material,
no exercício do poder, no uso de droga e
de álcool, no jogo, nas aventuras inconsequentes, ignorando que somos Espíritos
e que não estamos destinados a viver todo o tempo na Terra. Daí os transtornos,
a fuga dos problemas e, consequentemente, a perda do autodomínio, da motivação
e do amor pela vida.
Segundo a visão espírita, prezada ouvinte, estamos
deixando de cuidar do principal para nos determos nos acessórios. Queremos ser
felizes vivendo esse imediatismo da vida que, ao invés de ajudar a nos
reencontrar conosco mesmos e com aqueles que mais de perto participam de nossa
vida, açula o egoísmo, o orgulho, a vaidade, que se manifestam em nós através
das impaciência, da intolerância, da disputa pelo poder, da mágoa, da culpa, do
ciúme.
Via de
regra, problema dessa ordem poderia ser resolvido com a mudança de
comportamento, diante da família e de si mesmo. Para isso, precisamos tomar consciência do que
está acontecendo conosco, aprendendo a desenvolver a autocrítica. Geralmente
nos preocupamos em ver o que está acontecendo com os outros, mas esquecemos de
nos examinar, quando na verdade podemos ser o foco do problema, o principal
causador de nossas próprias dificuldades.
Existem dois tipos de ansiedade: a natural e
a patológica. Todo mundo fica ansioso diante de uma situação que não conhece;
isso é natural. Mas quando essa ansiedade toma conta de nós e passa a ser um
incômodo constante em nossa vida, até sem motivos aparentes, é porque nossas
emoções estão transbordando. Daí para a depressão pode ser um pulo, mas esse
processo acontece de forma muito peculiar em casa pessoa.
Eis
porque o Espiritismo nos recomenda cuidar do corpo e do espírito ao mesmo
tempo. E para cuidar do espírito sempre precisamos de ajuda. É por isso que
recomendamos às pessoas irem ao centro espírita para conversar com um
companheiro de boa vontade, ouvir uma suave preleção sobre o evangelho,
descansando a mente, e tomando passes. Não há nenhum poder mágico nessa
prática, mas há momentos significativos de autorreflexão e recomposição
emocional que, com certeza, abrirão novos caminhos para a alma angustiada e
sofrida.
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