No período de
1871 a 1874, o físico e químico inglês, Sir William Crookes – que se
notabilizara pela descoberta da chamada matéria radiante e do elemento químico,
tálio – passou a investigar os fenômenos produzidos por médiuns europeus e
norte-americanos. Sua mais notável pesquisa foi com uma jovem de apenas 15 anos
de idade, chamada Florence Cook.
William Crookes
selecionou colaboradores e testemunhas para participarem dos trabalhos, durante
os quais se materializava o Espírito Katie King através de Florence, conforme
lemos no seu livro FATOS ESPÍRITAS. Katie, o Espírito materializado, não apenas
se submeteu a exames clínicos conduzidos pelo cientista, como caminhava pela
casa e conversava face a face com os presentes.
Dos exames, a que o Espírito era submetido,
Crookes extraiu dados precisos como peso, altura, batimentos cardíacos, etc. E,
de posse desses dados, ele os comparou com os resultados dos exames da médium,
a fim de se certificar de que Espírito e médium não eram a mesma pessoa. A
divulgação dos trabalhos de Crookes tinha como objetivo chamar a atenção da
comunidade científica da época para a realidade dos fenômenos mediúnicos.
Contudo, não
havia interesse nesse tipo de pesquisa. Com a publicação de seus relatos, os
cientistas – ou, mais particularmente, a Sociedade Real de Ciências de Londres
- se escandalizaram, considerando
absurdo esse trabalho e achando que Crookes estava sofrendo das faculdades
mentais. O fato o colocou numa situação muitíssimo delicada, que quase lhe
custou o desligamento definitivo da maior sociedade científica da época.
Mas, não foi
só com William Crookes que isso a aconteceu. Poderíamos citar dezenas de outros
grandes nomes da comunidade científica dos séculos XIX ( e também do século XX)
que enveredaram por esse caminho de pesquisa, alguns
dos quais procuraram evitar confrontos diretos com o preconceito e a
intolerância de seus pares e da própria sociedade, realizando seus trabalhos às
ocultas.
Depois de um
longo período de domínio da religião no mundo – que tentou, mas não conseguiu
deter as conquistas da ciência – ficava
difícil, pra não dizer impossível, conceber que os cientistas poderiam tratar
de assuntos referentes à sobrevivência da alma. De modo que, até por uma
questão de autodefesa, a ciência se fechou numa metodologia apropriada apenas
para ir desvendando as leis que regem os fenômenos físicos.
Com certeza, como já nos referimos anteriormente,
não estávamos – como ainda não estamos hoje, no século XXI – em condições, sobretudo morais, de penetrar
num nível mais amplo de conhecimentos, de tal modo que, até hoje, a resistência
a pesquisas sobre o Espírito continua sendo ignorada ou subestimada pelos meios
científicos, salvo exceções daqueles que, como William Crookes, continuam
insistindo na realidade do mundo espiritual.
As
dificuldades nesse sentido não provêm apenas do preconceito, que se solidificou
ao longo dos séculos, mas – muito mais hoje – por causa dos interesses de ordem
política e econômica que movem a ciência. Todas as pesquisas precisam de
investimento financeiro e, geralmente, são os grupos econômicos que se propõem
a financiá-las, na expectativa de obterem grandes lucros. Desse modo é fácil
perceber que a ciência ainda prossegue na investigação da matéria e não quer ir
mais além.
Como já
dissemos, isso não impede que alguns pesquisadores enveredem por caminho
diferente, como os que procuram estudar os fenômenos mediúnicos e a
reencarnação. Mas eles ainda são uma minoria, que se esforça para que seus
trabalhos apareçam e assumam uma dimensão capaz de provocar no futuro a
reversão desse quadro, despertando nos meios científicos o interesse pela
espiritualidade do homem.
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