Se os
Espíritos sabem que a Terra é um mundo de sofrimento, por que eles escolhem
renascer na Terra? (Odila)
Os
Espíritos, que pertencem a um planeta de provas e expiações, como nós aqui na
Terra, têm suas escolhas limitadas ao seu grau de evolução. Isso não é castigo,
como muitos pensam: é apenas consequência de uma condição natural do próprio
espírito. A título de comparação poderíamos dizer que um paciente, internado
numa U.T.I., mesmo que ele queira, se não melhorar, não poderá ser transferido
para um quarto comum do hospital.
Assim são os Espíritos. Eles não fazem o
querem, mas o que podem, pois o livre arbítrio – quer dizer, sua capacidade de
escolher – depende da sua condição espiritual. Por isso é que existe expiação,
ou seja, o sofrimento em consequência dos erros que cometeu. Mas, mesmo quando
chegam à compreensão de que precisam melhorar, e não querem mais sofrer por
imposição, eles mesmos escolhem o gênero de sofrimento pelos quais acham que
precisam passar.
É claro que essa condição vai surgir quando
eles estiverem num estágio mais elevado de desenvolvimento moral. Porque,
então, compreenderão a gravidade do erro que cometeram, são tocados de
arrependimento e passarão a sofrer os aguilhões da culpa. Ora, uma pessoa que
se culpa, é uma pessoa sofredora. A culpa é uma cobrança dela para com ela
mesma, da qual quer se livrar. É quando vê a possibilidade de renascer numa
situação difícil, visando uma melhor condição.
Esta é uma lei da vida. Nada se consegue sem
esforço e, dependendo da situação, para conseguirmos o que queremos precisamos fazer
sacrifício. Só que, nesses casos, o Espírito passa pelo sofrimento com mais
resignação, mostra-se interessado em tirar proveito da situação para aprender e
envidar esforços para superar a dor e o desconforto, é claro. Ninguém que sofre
sente prazer em sofrer; o prazer está em superar o sofrimento. É o que esses
Espíritos fazem.
Por
isso é comum encontrarmos na família um Espírito mais elevado. É aquele que
mais compreende os outros, que mais se esforça para ajudar a todos, que busca o
entendimento da família e se predispõe a ajudar. Mas é também sobre ele que
pesa o maior compromisso, pois é quem luta com mais dificuldade, que é mais
tolerante e acolhedor. Pelo fato de ser resignado e paciente é um Espírito que
escolheu essa tarefa e está disposto a sofrer por ela. No fundo, ele é mais
feliz que os outros.
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