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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

INFLUENCIAS ESPIRITUAIS; OCUPAÇÃO DOS ESPÍRITOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 




Segundo a expressão de André Luiz qual a diferença entre dor-evolução e dor-provação?

 A dor em si não é problema; pelo contrário, é um caminho de solução para a natureza. Nós, seres humanos, Espíritos encarnados neste planeta e ainda num estágio incipiente de desenvolvimento, vemos a dor como um grande entrave ou mesmo como um impedimento para a nossa felicidade. É que nós ainda não conseguimos entender que a escalada para a felicidade passa por esse tipo de experiência. A dor é o desconforto que tem por finalidade apontar onde está a nossa falha ou a nossa limitação.

 Do ponto de vista médico, por exemplo, a dor é recurso auxiliar de tratamento. Não fosse a dor, não saberíamos o que está errado em nosso organismo, seriamos acometidos de uma doença e não perceberíamos. Morreríamos com muita facilidade. Mas é a dor que nos alerta, que nos chama atenção de que algo não está funcionando bem em nosso corpo, exigindo que procuremos ajuda médica. Vejam o caso da dor de dente: é uma das piores dores que podemos sentir. No entanto, se o dente cariado não doesse, não perceberíamos que ele está se deteriorando, e o perderíamos chance de tratamento.

 Portanto, em Espiritismo, procuramos compreender o papel da dor como grande auxiliar da saúde humana, só para dar um exemplo. E, no mais, todos os problemas da vida, sejam de que natureza forem, sempre causam algum desconforto, que acabam exigindo intervenção no sentido de saná-los. Vejam bem! Não estamos fazendo apologia da dor, mas considerando simplesmente que ela é um fator que impulsiona o progresso humano e a evolução da natureza.

 Observando a extensa gama de sofrimentos que assola a humanidade. André Luiz fez uma classificação do sofrimento humano para diferenciar duas situações que ocorrem ao longo da jornada do espírito. A dor-evolução, como o próprio nome está dizendo, é o desconforto causado pelas mudanças que o Espírito vai passando de vida em vida, de encarnação e encarnação, rumo ao seu constante aperfeiçoamento. É o caminho natural do seu progresso espiritual.

 Com certeza a chamada dor-evolução é a primeira das dores na escalada do progresso material e espiritual, porque ela advém da própria condição do Espírito que precisa evoluir, de tal forma que ela não existe apenas no ser humano, mas também nos vegetais e nos animais. Do ponto de vista físico, biológico, a evolução dos seres vivos veio acontecendo desde 3,5 bilhões de anos atrás, quando a Terra acolheu os primeiros seres vivos, que eram seres extremamente simples, como as bactérias por exemplo.

 Na obra EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS, André Luiz aborda esta questão. Ao longo de bilhões dos anos, com as grandes transformações geológicas do planeta, as condições para abrigar a vida foram se modificando aos poucos, possibilitando que a forma de vida aqui existente também fosse mudando e se aperfeiçoando-se, tornando-se cada vez mais complexa, daí surgindo os peixes, os insetos, as aves, os mamíferos e finalmente o homem. História demasiada longa e complexa para o nosso entendimento.

 Ora, as novas espécies vivas surgiram em decorrência das transformações por quer passaram as antigas espécies. E, como toda transformação causa mudança, perturbação, dor, desconforto, foi assim que se encaminhou esse processo de evolução, até chegar ao ser humano, o último da escala animal. Contudo, a evolução não cessou. Ela é continua e interrupta, de modo que continua acontecendo mesmo no ser humano. Estamos sempre evoluindo, tanto o  corpo quanto o espírito.

 Contudo, a evolução espiritual se dá paralelamente à evolução do corpo, porque uma coisa implica na outra; o que acontece para o corpo acontece para o espírito e vice-versa. Ora, até hoje, nosso corpo (tanto quanto o espírito) está evoluindo, está em constante transformação. Encarnados, ainda temos instintos, forças naturais que agem em nós, através de nós e por dentro de nós, ajudando-nos a nos adequar às leis da vida.

 A par disso, nossa vida social e intelectual também evolui. A mãe sofre para dar à luz, o bebê sofre para nascer, a criança sofre para aprender a falar e a andar, o adulto sofre para viver e sobreviver. Tudo isso é dor-evolução, porque tudo isso contribui para o progresso do Espírito.

No entanto, quando falamos em dor-provação, estamos nos referindo ao Espírito numa condição intelectual mais avançada, como é o caso dos seres humanos deste planeta, que passaram pelas fases anteriores e agora estão na fase da razão. Sabem discernir o bem do mal e, portanto, podem tomar decisões sobre a vida. Dor-provação, portanto, seria aquela que decorre de nossas escolhas conscientes antes de encarnar, quando sentimos necessidade de vencer obstáculos e nos realizar espiritualmente.

 Na dor-provação nos submetemos a grandes desafios – onde precisamos desenvolver a paciência, a compreensão, a  tolerância, a beneficência, a humildade. São situações geralmente difíceis que o Espírito, já numa condição melhor de esclarecimento, enfrenta com mais coragem e resignação. É diferente da dor-expiação, pois, na dor-expiação não há escolha; o Espírito apenas colhe o efeito dos erros que cometeu no passado.

 Podermos concluir, portanto, para responder a pergunta do Cristiano, que a dor-evolução decorre de uma causa natural e, portanto, inevitável no caminhar evolutivo de todo Espírito, ao passo que a dor-prova é de ordem moral – ou seja, ela é resultado das escolhas de experiências difíceis que o Espírito fez para provar a si mesmo e sentir-se mais confiante na sua capacidade de vencer obstáculos, na certeza de que um dia alcançará sua mais elevada meta de realização, que é a conquista da paz intima e do sentimento de amor pela humanidade.

 

O Cristiano ainda pergunta o seguinte:  Segundo a expressão dor-evolução, podemos afirmar quer também existe dor-missão?

  O objetivo de André Luiz ao criar as denominações dor-evolução, dor-expiação e dor-prova, foi de abranger todas as experiências difíceis que o ser humano conhece sobre a  Terra. Mas foi mais no sentido de demonstrar a perfeição da Justiça Divina, ou seja, mostrar que nenhum sofrimento acontece por acaso: todos tem raízes nas leis naturais e decorrem de nossas necessidades de alcançar a própria perfeição. Por que? Para que as pessoas não se revoltem diante da dor, não sofram por se sentirem preteridas ou esquecidas de Deus. Deus é a presença constante em tudo e em todos, e a nossa felicidade faz parte de seu plano.

 Quando falamos em missão, geralmente estamos nos referindo a Espíritos abnegados que deixam grandes benefícios para a humanidade. Os Espíritos em missão devem estar numa condição melhor do ponto de vista de aceitação e compreensão das leis de Deus. Mas mesmo assim, eles sofrem, porque todos que passam por este mundo sofrem. Logo, a expressão dor-missão, Cristiano, seria perfeitamente viável e poderíamos aplicá-la principalmente aos grandes Espíritos missionários, que dão exemplo de grandeza moral sobre a Terra.









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