Telma Scarpinello conta que, há cerca de
um mês, levou com ela seu neto de 3 anos
para visitarem uma tia viúva, bem idosa que está com Alzheimer. Foram juntos
com a prima, filha dessa tia e que mora no Rio de Janeiro. A visita gerou um
momento surpreendente, quando, no quarto da tia, o garoto apontou para uma
poltrona ao lado da cama dizendo “Olha o vovô” e se dirigiu até ela como se
fosse abraçar uma pessoa. Como a poltrona estava vazia, uma olhou para a outra,
assustadas, e disseram que não havia ninguém na poltrona, mas o menino insistia
“É o vovô.” O fato poderia passar desapercebido, não fosse o fato de que o vovô
a que se referia podia ser o tio da Telma, que faleceu há cerca de 30 anos e
que era muito apegado à esposa, agora doente. A Telma pergunta se o garoto
realmente teve essa visão.
É bem
provável que sim, Telma. A criança de 3 anos ainda está em processo de
reencarnação. Isso quer dizer que ela pode vislumbrar de alguma forma o mundo
espiritual. Ela pode ter percepções além dos sentidos que um adulto geralmente
não teme e não compreende. Acontece que, para ela, tudo é natural. Os adultos
se assustam com uma situação como essa, porque trazem um conceito terrível da
morte e custam para se convencer de que a vida continua. Para a criança não
existe essa barreira do material e do espiritual, porque tudo lhe parece
natural.
Nessa
idade, ela pode perceber Espíritos por via extra sensorial e não fazer
diferença entre encarnados e desencarnados. Algumas crianças se referem a
“amigos” que ninguém mais vê, mas elas sim e até brincam com eles. Há pessoas que lembram episódios da infância de contato
com amigos invisíveis e que, inexplicavelmente, foram desaparecendo com o
tempo. A percepção além dos sentidos, portanto, numa idade em que o individuo
ainda não desenvolveu o pensamento crítico, é bem mais fácil acontecer.
O problema é que não temos instrumentos para
verificar o que realmente acontece. Os chamados fenômenos psíquicos ainda são
desconhecidos da ciência. No caso que você relata, vários fatores concorreram
para que aquele episódio ocorresse. Primeiro, a idade da criança, que ainda não
pode compreender o mundo adulto. Segundo, o fato de estarem na casa do avô
falecido. Terceiro, o fato da criança não ter conhecido esse avô em vida.
Quarto, a visita da filha que mora em outra cidade. E, assim, poderíamos
enumerar outros.
Nós,
adultos, pelo menos aqueles que nunca tiveram uma experiência dessa natureza,
estranhamos a situação e até ficamos um tanto inseguros diante do inusitado,
porque temos muita dificuldade de lidar com a morte. No entanto, os Espíritos
familiares, muito mais aqueles que foram devotados à família, geralmente nos
visitam em nossas casas. No entanto, não sendo médiuns, não podemos vê-los, mas
isso não quer dizer que não estejam lá.
No
caso de seu neto, Telma, não convém alardear o fato, para não impressioná-lo
negativamente e não torná-lo centro de muita atenção por esse motivo. O que
para ele é natural deve continuar a ser natural. Geralmente nós, adultos,
através de nossas posturas e comentários preconceituosos, acabamos inculcando
na criança medo e insegurança. Casos assim devem ser tratados com naturalidade,
sem muitos questionamentos á criança.
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