O Cristiano, de Vera Cruz, pergunta:
Segundo a Doutrina Espírita qual a causa da esquizofrenia? Ela pode ser
consequência de uma obsessão espiritual?
O que a medicina considera
esquizofrenia é uma perturbação mental crônica do paciente, um comportamento
estranho e dissociado da realidade,
caracterizado por confusão mental, delírios, alucinações, dificuldade de
relacionamento e de integração no meio em que vive. No passado era o que se
chamava simplesmente de loucura.
Como toda doença mental, é
de difícil diagnóstico e tratamento. Trata-se de uma psicose (dissociação da
mente) que leva o paciente a perder a conexão com o mundo real. Geralmente esse quadro se manifesta a partir
de 17-18 anos ( quando o paciente já está na idade da razão) e pode ter causas
físicas, genéticas, algumas vezes ser potencializado pelo efeito de drogas, com
disfunções ou distonias no funcionamento do cérebro.
- Segundo o Espiritismo, porém, o problema pode ter implicações
mais profundas. Pode ser realmente um distúrbio mental proveniente do próprio
Espírito, por desarranjos que provocou no cérebro atual, mas cujas causas estão
em vidas passadas. De outras vezes, os sintomas que caracterizam a
esquizofrenia podem estar acobertando a ação de um Espírito inimigo com
propósito de vingança. E, numa terceira situação, pode ser uma e outra coisa –
ou seja, tanto a doença mental, que já se instalou no corpo, como a ação do
obsessor.
No primeiro caso, pela Lei
de Causa e Efeito, os prejuízos morais causados aos outros, mais cedo ou mais
tarde, acabam provocando na consciência moral do Espírito um conflito dele com
ele mesmo. Para fugir da culpa que o atormenta, o indivíduo tende a perder
contato com a realidade, desarranjando suas estruturas mentais. Quando o
Espírito reencarna nesta condição perturbadora, automaticamente ele transmite
essas impressões ao corpo em formação, e com o tempo acabará por manifestar a doença.
Se para a Doutrina Espírita ninguém está vivendo
na Terra pela primeira vez ( pois, aqui reencarnamos em inúmeras ocasiões) , é
lógico concluir que as pessoas, que já nascem doentes ou nascem para
desenvolver determinadas doenças ao longo da vida, são Espíritos que trazem
essa predisposição do passado, em face dos males que causou e da culpa que as
perseguem. Essa predisposição, aliada aos fatos da sua vida atual, à influência
do ambiente em que vai viver, concorre para a manifestação da doença.
Na literatura espírita,
Cristiano, encontramos várias referências à esquizofrenia, como por
exemplo, nas obras de Bezerra de
Menezes, de André Luiz e Manoel Philomeno de Miranda, este dois últimos autores
espirituais pela psicografia de Chico Xavier e Divaldo Franco, respectivamente.
De Bezerra de Menezes temos o livro “A Loucura Sob Novo Prisma” ( escrito ainda
no século XIX ); de André Luiz, temos “No Mundo Maior” ( lançado em 1947 ) e de
Manoel Philomeno de Miranda, temos o
livro “Loucura e Obsessão” ( de 1988) .
Ao que tudo indica, a
psiquiatria, hoje com a ajuda da neurociência, prescreve tratamento para esquizofrenia, mas ainda não fala em
cura. Do mesmo modo, vemos em obras espíritas opiniões semelhantes, ainda mais
quando se trata de distonias mentais com raízes profundas, ocasionadas pela
fuga da culpa que traz do passado e da investida de inimigos que prejudicou.
Muitas vezes para alcançar o seu reajustamento, o Espírito depende de mais de
uma encarnação. No meio espírita, recomenda-se tanto o tratamento médico como o
tratamento espiritual.
Em outras ocasiões, como
acontece com o personagem Carlos do livro “ Loucura e Obsessão”, a doença é
potencializada pela ação de obsessor. Isso acontece porque, o sentimento de
culpa que levou o Espírito a lesionar seu cérebro, no processo de fuga, decorre
de erro grave que praticou no passado contra esse obsessor, o qual agora o persegue sequioso de vingança.
Somando-se o peso da culpa
mais o ataque do inimigo ( uma coisa atrai a outra), o quadro patológico se
agrava ainda mais, razão pela qual, no Espiritismo, recomendamos que, ao lado
do tratamento psiquiátrico convencional, faça-se também o tratamento
espiritual, através do contato paciente e amoroso com o paciente, da aplicação
de passes, da água fluidificada e também das sessões mediúnicas para atender as
necessidades espirituais do obsessor ou obsessores.
Contudo, pode acontecer que
os sintomas de aparente esquizofrenia sejam apenas efeitos de obsessão
espiritual, não existindo propriamente a doença em si. Nesses casos o
tratamento espiritual é o mais adequado, pois se conseguiria a cura mediante a
mudança íntima tanto do paciente quanto do Espirito obsessor, utilizando-se dos
instrumentos de socorro do Espiritismo.
A -Desse modo, o doente mental
na família, seja qual for o caso,
é um Espírito que necessita de muita compreensão e carinho por parte de
todos. Sua amarga condição pede isso. Se os familiares entenderem o alcance
espiritual desse quadro e o compromisso que assumiram com esse Espírito,
poderão ajudá-lo muito. Difícil prever o desenrolar desse processo, mas há
casos em que o paciente alcança uma condição de recuperação, chegando próximo à
cura. Os medicamentos o auxiliarão, mas a influência espiritual do ambiente lhe
dará proteção e segurança.
A mediunidade de cura pode restabelecer
a saúde mental de um indivíduo que sofre de esquizofrenia?
Como podemos perceber,
Cristiano, a questão da esquizofrenia é um caso complicado para o Espírito. Não
é apenas uma doença física que foi somatizada pela culpa; é mais que isso: ao
lado de alguma anomalia de ordem física ou fisiológica (falamos do quimismo
cerebral), o paciente traz na mente um processo de dissociação mental – é como
sua mente estivesse fragmentada.
Logo, não depende apenas de
tratamento medicamentoso ou de uma intervenção física; a questão é muito mais
espiritual; está na consciência moral do Espírito. Um médium de cura poderia
ajudar, certamente, mas a verdadeira cura vai depender do paciente. Foi ele que
se feriu na sua intimidade espiritual, através de um processo de autopunição,
de fuga ou de auto-rejeição. É ele que
precisa aprender a se curar.
Pelo que depreendemos das
informações prestadas pelos Espíritos, a expectativa de cura se estende por
muito tempo. Contudo, precisamos levar em consideração que cada caso é um caso.
Existem muitas distonias mentais que não são propriamente esquizofrenia, como é
o caso dos transtornos emocionais, o transtorno bipolar, o transtorno
obsessivo-compulsivo (mais conhecido por TOC). Como as doenças que afetam a
vida mental são muito parecidas em seus vários de seus sintomas, muitas vezes
os próprios médicos não estão concordes no diagnóstico.
Mas não cremos que um caso
típico de esquizofrenia seja objeto de cura apenas por um médium de cura. E
quando for o caso, em que a perturbação ocorre única e exclusivamente por
obsessão espiritual, o melhor caminho é ajudar o paciente, tanto quanto a
família, a integrar as atividades do centro espírita, pois o tratamento ocorre
com o tempo, implicando na reeducação espiritual do paciente e de Espíritos que
possam estar causando o problema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário