Estima a ONU que seis mil crianças morrem diariamente na Terra, a maioria por causas derivadas da precariedade do saneamento ambiental (falta de água, saneamento básico, fome). A esses sintomas nascidos na visão imediatista dos políticos, em sua maioria sem maiores comprometimentos com o povo pelo qual deveria trabalhar, deve-se acrescer, segundo autoridade espiritual o “infanticídio inconsciente e indireto largamente praticado no mundo, havendo mulheres cujo coração ainda se encontra em plena sombra, mais fêmeas que mães, obcecadas pela ideia do prazer e da posse. De um ângulo mais abrangente, Allan Kardec ouviu daqueles que o auxiliaram na elaboração d’ O LIVRO DOS ESPIRITOS, questão 199, que “a duração da vida de uma criança pode ser, para o seu Espírito, o complemento de uma vida interrompida antes do termo devido, e sua morte é frequentemente uma prova ou uma expiação para os pais”. A propósito, comentário sobre a dor de pais diante dessas perdas inesperadas, no livro AÇÃO E REAÇÃO, encontramos que “as entidades que necessitam de tais lutas expiatórias, são encaminhadas aos corações que se acumpliciaram com elas em delitos lamentáveis, no pretérito distante ou recente, ou, ainda, aos pais que faliram junto dos filhos, em outras épocas, a fim de que aprendam na saudade cruel e na angústia inominável o respeito e o devotamento, a honorabilidade e o carinho que todos devemos na Terra ao instituto da família”. O que acontece, porém com esses Espíritos, em sua maioria, praticamente expulsos da vida física recentemente iniciada? “- Antigamente, na Terra, conforme a teologia clássica, supúnhamos que os inocentes, depois da morte, permaneciam recolhidos ao descanso do limbo, sem a glória do Céu e sem o tormento do inferno e, com as novas concepções do Espiritualismo, acreditávamos que o menino reencarnado retomasse, de imediato, a sua personalidade de adulto. Em muitas situações, é o que acontece quando o Espírito já alcançou elevada classe evolutiva”. (...) “Contudo, para a grande maioria das crianças que desencarnam, o caminho não é o mesmo”. Através de Chico Xavier, não só o assunto ganhou conteúdo mais dilatado, como objetivo. Já em NOSSO LAR (feb,1943), encontramos referências a educandário para jovens e crianças. No ENTRE A TERRA E O CÉU (feb,1954), André Luiz ouve explicações sobre o Lar da Bênção, parte de vasto estabelecimento de assistência e educação, com capacidade para atender duas mil crianças, distribuídas em grande conjunto de lares abrigando até doze assistidos, quase todos destinados ao retorno à nossa Dimensão para a reintegração no aprendizado que lhes compete”. Um manancial de informações do ponto de vista quantitativo desprende-se das centenas de cartas psicografadas pelo médium nas reuniões públicas de Uberaba, entre os anos 70 e 90. Nelas, muitos elementos para reflexões. Numa das escritas por Moacyr Stella aos pais dos quais se separou aos 32 anos, em consequência de um câncer de cabeça, formado recentemente em Medicina, especialização em pediatria, conta que, ultrapassados os difíceis primeiros tempos após sua desencarnação, integrara-se ao serviço em um berçário, que o prendia a duzentos pequeninos, crianças desterradas do lar em que nasceram. Há, todavia, interessante livro publicado em 1988, assinado por Cláudia Pinheiro Galasse, desencarnada, seis anos antes, aos 18 de idade, em tratamento de recuperação, só em princípios de 1983, conseguiu equilibrar-se à custa de persistente esforço mental. Admitida em 1984, em um dos vários Institutos de apoio à infância no Além, promovida a professora em 1985. No livro intitulado ESCOLA NO ALÉM (ideal,1988), Claudia revela dedicar-se com amigas durante o dia a uma espécie de creche onde as crianças são separadas por faixa etária ( no seu caso, de meses até dois anos), sendo substituídas à noite, por mães desencarnadas. Explica serem as crianças enviadas pela Direção Geral, com instruções e avisos referentes a cada uma, que as abrigadas onde trabalha em sua maioria são de São Paulo, que trabalha com mais de cem, aplicando-se programas educativos recebidos semanalmente de Departamento Superior. Disciplina, horários específicos, passeios e hora de recreio fazem parte dessas atividades. Afirma ainda, entre inúmeras informações, não existir nenhuma desamparada e que muitas mães, durante o repouso físico, são levadas a visitar os filhos já domiciliados no Plano Espiritual .
Marta Nassif, pergunta se o fato de a pessoa ficar com medo, diante
de algo que está previsto para acontecer na sua vida, se esse medo, por si só,
pode ser causa de obsessão.
Em primeiro lugar, Marta, o medo é uma emoção
natural e, portanto uma condição normal de toda pessoa diante do desconhecido
ou de uma situação ostensiva de perigo.
Graças ao medo, estamos aqui hoje, vivendo, evitando o perigo ou lutando
para vencer. Anormal seria a pessoa não ter medo: se o ser humano não tivesse medo, ele se exporia com muita
facilidade ao perigo e, com certeza, morreria muito cedo. Daí o medo da doença
e o medo da morte. Portanto, não tenha medo de ter medo.
O que não devemos ter é o medo patológico,
infundado ou o medo de um perigo inexistente, pois esse tipo de medo pode
demonstrar um certo descontrole de nossas emoções e, se assim continuar, pode
se transformar numa doença mais grave, passando a exigir um tratamento
especializado.
Já a obsessão é quando a
pessoa não consegue se libertar de um de uma ideia ou de sensações
perturbadoras de que se sente perseguida. A obsessão pode ser auto obsessão ou
hetero obsessão. Auto obsessão quando essa perturbação provêm dela mesma, de
sua mente perturbada por ideias mirabolantes. O que chamamos de hetero obsessão
é a ação mental de Espíritos desencarnados sobre a mente do encarnado,
geralmente aproveitando um desequilíbrio emocional em curso do encarnado.
Como a causa da obsessão
espiritual está nas relações de inimizade ou de ódio entre o encarnado e o
desencarnado, o que facilita esse tipo de obsessão são os pensamentos, mas
principalmente a conduta negativa do encarnado que, ao cultivar maus
sentimentos, acaba permitindo a aproximação de inimigos espirituais. Allan Kardec, no capítulo 28 de O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO, tem uma orientação excelente para a pessoa combater a
obsessão espiritual. Você vai encontrar esse texto no prefácio da Prece aos
Obsidiados.
Todos nós precisamos experimentar
o medo e, ao mesmo tempo, saber como conduzi-lo, sem que o medo por si só nos
traga um prejuízo maior. Imagine uma pessoa, que vai passar por uma entrevista
de emprego, e ela está muito necessitada desse emprego, pois há dois anos está
desempregada. É claro que essa pessoa vai ficar muito apreensiva para poder dar
o melhor nessa entrevista. Muita coisa vai lhe passar pela cabeça, na
expectativa do momento decisivo, mas, certamente, sua capacidade de lidar com
medo deve superar o próprio medo, de tal forma que ela possa ter um bom
desempenho na entrevista e obter o almejado emprego.
E quando se trata de uma
questão de saúde, de uma cirurgia por exemplo? Então, a apreensão deve ser
ainda maior. No entanto, o que vale muito nesses momentos, que antecedem o
momento decisivo, é a confiança que ela vai trabalhar em si mesma, na equipe
cirúrgica e principalmente em Deus. O esforço de auto superação começa no seu
pensamento e nas suas ocupações diárias, às quais deve se entregar com
estremado amor. Analisando o quanto de dificuldade já venceu na vida, o quanto
Deus a amparou em momentos difíceis, ela certamente perceberá que nunca esteve
sozinha e que, mais uma vez, sente que Deus está ao seu lado.
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