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sexta-feira, 16 de abril de 2021

COINCIDÊNCIAS? EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Faltavam alguns minutos para o meio-dia da quarta-feira, 30 de janeiro, a primeira depois da tragédia de Santa Maria, quando o telefone tocou. Do outro lado da linha, o senhor Newton, amigo a quem nos ligamos pela admiração mútua, músico aposentado que ajudou a escrever  belas páginas na história da música popular brasileira. Frequentador eventual do Grupo Espírita em que proferimos regularmente palestras, informou estar nos procurando para saber da possibilidade de um fenômeno ocorrido na madrugada de segunda-feira passada (28/1), em sua casa. O que o fez se encorajar a fazer a ligação foi uma notícia veiculada pelo caderno COTIDIANO do jornal FOLHA DE SÃO PAULO, daquele dia em que nos telefonava. Ante minha resposta sobre não haver lido o matutino, disse que matéria incluía o parecer do pesquisador Anthony Wong, diretor médico do Ceatox (Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP, afirmando que junto com a fuligem e o monóxido de carbono resultante da combustão dos materiais usados no revestimento acústico de baixa qualidade da Kiss, apareceu o cianeto, um gás inodoro e incolor, capaz de matar em prazo curtíssimo, de quatro a cinco minutos. Segundo o médico, o mesmo gás usado pelo nazistas nas câmaras de extermínio da Segunda Guerra. Nosso interlocutor ficara impressionado com a notícia porque, ainda na noite de domingo, juntamente com sua esposa fizeram uma prece em favor dos vitimados do acidente, bem como, dos seus familiares, perguntando-se, reencarnacionistas que são, onde a origem daquela triste ocorrência. Dormiram e, em meio ao repouso, ele sonhou que se encontrava numa reunião onde um expositor explicava que os atingidos pela provação, eram pessoas comprometidas com a utilização das câmaras de gás usadas para eliminar judeus, ciganos, negros, homossexuais, deficientes mentais no cruel processo de purificação criado e alimentado pela, segundo entendiam, raça superior. Ao acordar no dia seguinte, impressionado com o sonho, comentando com a esposa sua experiência, ela, mais espantada ainda, disse que sonhara algo parecido, cuja essência era a mesma no que concerne à origem da tragédia atual. Pergunta o Sr. Newton: “-É possível?”. Respondemos que, embora raro, sim. O Espiritismo, das questões 400 a 412 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, informa que durante o sono, geralmente nosso Espírito vivencia experiências no Plano Invisível, e, em condições especiais conserva fragmentos ou a essência das mesmas. Foi o que se deu com eles, já que adormeceram mentalmente se perguntando sobre o “por quê?”. Lembramo-nos então do filme AMEM (2002), do diretor Costa Gravas, que denuncia a razão da omissão da religião predominante no continente europeu ante as atrocidades cometidas sob o comando de Hitler. Uma das cenas mais impressionantes recriava a visita de um oficial da SS, personagem principal da película, a um galpão onde eram executados pelo mórbido processo da inalação do cianeto, homens, mulheres, crianças, velhos e jovens, correndo desorientados, no ambiente fechado à procura de ar. Questão de poucos minutos, tal o poder letal da substância química. Muitas coincidências foram relacionadas pelo senhor Newton. Mas uma das que mais impressionam, chegou-nos ao conhecimento na segunda-feira, quatro de fevereiro. Durante visita a um amigo, ele assistia pelo YouTube, pronunciamento do ex-Secretário Geral da ONU, Ban kin Moon,  falando sobre a data escolhida para lembrar o Dia Internacional do Holocausto, a qual coincide com aniversário da libertação dos prisioneiros do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. O dia? 27 de janeiro. O mesmo da ocorrência de Santa Maria.



 AUTENTICIDADE DAS MENSAGENS – Um tema levantado esta semana e que nos chamou a atenção. Podemos resumi-lo na seguinte pergunta: Como saber se uma mensagem sobre a pandemia por exemplo, dita psicografada, disseminada pelas redes sociais, é realmente do Espírito que a subscreve?

 Esta questão é importante porque demonstra interesse e, ao mesmo tempo, espírito crítico por parte das pessoas, que não admitem serem enganadas. Allan Kardec já tratou exaustivamente dessa questão n’O LIVRO DOS MÉDIUNS, obra lançada há 153 anos atrás, onde o leitor vai encontrar vários capítulos que tocam diretamente nesta questão, principalmente os capítulos dedicados à identificação dos Espíritos, mistificação e fraudes. 

 E  Allan Kardec chegou a apresentar como exemplo, no último capítulo dessa obra, uma série de mensagens, assinadas por pessoas que foram famosas na Terra, mas que ele não considerou autênticas. De um modo geral, por recomendação de Kardec, as comunicações mediúnicas devem servir de material de análise e discussão para seu melhor aproveitamento. Logo, os espíritas não podem deixar de estudar O LIVRO DOS MÉDIUNS, porque nele Allan Kardec traçou diretrizes seguras para nos situar diante das comunicações mediúnicas.

  Nas comunicações, que Kardec considerou apócrifas ( ou seja, assinadas por outros que não são seus verdadeiros autores),  ele aponta o que considera inaceitável em relação aos seus supostos autores espirituais, seja por causa do estilo da linguagem, seja em relação à  linha de pensamento pela qual eles se fizeram conhecidos ou, ainda, por causa da existência de contradições com os princípios da lógica e do bom senso.

  Por exemplo:  Allan Kardec considera contradição numa mensagem o fato de o Espírito se meter a fazer profecias, principalmente quando prevê datas para determinados acontecimentos, gerando ansiedade nos leitores;  ou, então,  de Espíritos que usam de muita dramaticidade na sua comunicação, seja falada ou escrita, demonstrando apelar mais para a emoção do que para ao raciocínio.  

Os Espíritos esclarecidos – ou seja, aqueles que estariam um pouco acima da média da condição moral da humanidade – são educadores acima de tudo e, nesta condição, eles não adiantariam nada do que o próprio homem pode descobrir ou descortinar por si mesmo, até porque muitos de nós encarnados somos capazes de prever os caminhos dos acontecimentos e os problemas a que o planeta estará sujeito, usando apenas do nosso conhecimento, do nosso raciocínio e do bom senso.

 Portanto, em se tratando de mensagens sobre a pandemia (que é o assunto do momento) ou sobre outro assunto de interesse coletivo, devemos sempre usar – como diz Kardec – o critério do bom senso, ou seja, mais raciocínio que emoção. Na verdade, dificilmente podemos comprovar o autor de uma mensagem mediúnica – a não ser quando há um estudo mais aprofundado do caso, como alguns feitos com cartas psicografadas de Chico Xavier  – de modo que, na grande maioria das vezes, devemos nos preocupar mais com o conteúdo ou com a essência da mensagem do que propriamente com seu autor.

 Allan Kardec nos lembra que, regra geral, o importante é o conteúdo que a mensagem nos oferece e não o fato de ser deste ou daquele Espírito. Se a mensagem é de elevado teor moral, se ela está mais direcionada para o conforto dos leitores – e por isso, pode ajudá-los – pouco importa de onde proveio. Ela pode ter vindo até mesmo do próprio médium por inspiração. Por isso, devemos nos precaver contra a assinatura de nomes famosos nas mensagens mediúnicas e considerar sobretudo a mensagem em si.

 

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