Tempos atras, recebi de um amigo replica de uma carta atribuída a uma médica que trabalha em Munique, na Alemanha, expondo a difícil situação enfrentada pelos alemães com a chegada de mais de um milhão de refugiados, carregados de doenças, fanatismo religioso, agressivos, impondo um clima de grande instabilidade na até bem pouco tempo vida dos moradores da importante nação europeia, fatos e aspectos que a mídia local e internacional não divulga. Aproveitando a presença no Velho Continente de outro amigo que por lá realiza trabalhos jornalísticos encaminhei-lhe o texto, solicitando confirmasse as informações, respondeu: -“Na tive nem terei, acho, contato com os alemães, porém, com franceses e suíços, isso realmente esta acontecendo. Estão infelizes e horrorizados e - a grande maioria - revoltados com tudo isso. A informação procede. Estão chegando dessa maneira mesmo e a TV e mídia não estão noticiando. Na França, em Lyon onde estive até hoje, tudo esta um caos”. Revendo o capítulo 18 do livro A GÊNESE, de Allan Kardec, curiosos e atuais comentários podem ser lidos: 1 - A Humanidade tem realizado, até o presente, incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material. Resta-lhes ainda um imenso progresso a realizar: o de fazerem que entre si reinem a caridade, a fraternidade, a solidariedade, que lhes assegurem o bem-estar moral.. Já não é somente de desenvolver a inteligência o de que os homens necessitam, mas de elevar o sentimento e, para isso, faz-se preciso destruir tudo o que superexcite neles o egoísmo e o orgulho. 2 - Não se trata de uma mudança parcial, de uma renovação limitada a certa região, ou a um povo, a uma raça. Trata-se de um movimento universal, a operar-se no sentido do progresso moral. Uma nova ordem de coisas tende a estabelecer-se, e os homens, que mais opostos lhe são, para ela trabalham a seu mau grado. 3 - Uma mudança tão radical como a que se está elaborando não pode realizar-se sem comoções. Há, inevitavelmente, luta de ideias. Desse conflito forçosamente se originarão passageiras perturbações, até que o terreno se ache aplanado e restabelecido o equilíbrio. É, pois, da luta das ideias que surgirão os graves acontecimentos preditos e não de cataclismos ou catástrofes puramente materiais. 4 - A Humanidade se transforma, como já se transformou noutras épocas, e, cada transformação se assinala por uma crise que é, para o gênero humano, o que são, para os indivíduos, as crises de crescimento. Aquelas se tornam, muitas vezes, penosas, dolorosas, e arrebatam consigo as gerações e as instituições, mas, são sempre seguidas de uma fase de progresso material e moral. 5 - A humanidade é um ser coletivo em quem se operam as mesmas revoluções morais por que passa todo ser individual, com a diferença de que umas se realizam de ano em ano e as outras de século em século. 6 - De duas maneiras se opera, como já o dissemos, a marcha progressiva da humanidade: uma, gradual, lenta, imperceptível, se se considerarem as épocas consecutivas, a traduzir-se por sucessivas melhoras nos costumes, nas leis, nos usos, melhoras que só com a continuação se podem perceber, como as mudanças que as correntes de água ocasionam na superfície do globo; a outra, por movimentos relativamente bruscos, semelhantes aos de uma torrente que, rompendo os diques que a continham, transpõe nalguns anos o espaço que levaria séculos a percorrer. É, então, um cataclismo moral que traga em breves instantes as instituições do passado e ao qual sobrevém uma nova ordem de coisas que pouco a pouco se estabiliza, à medida que se restabelece a calma, e que acaba por se tornar definitiva. 7 - O progresso intelectual realizado até o presente, nas mais largas proporções, constitui um grande passo e marca uma primeira fase no avanço geral da humanidade; impotente, porém, ele é para regenerá-la. Enquanto o orgulho e o egoísmo o dominarem, o homem se servirá da sua inteligência e dos seus conhecimentos para satisfazer às suas paixões e aos seus interesses pessoais, razão por que os aplica em aperfeiçoar os meios de prejudicar os seus semelhantes e de os destruir. 8- Somente o progresso moral pode assegurar aos homens a felicidade na Terra, refreando as paixões más; somente esse progresso pode fazer que entre os homens reinem a concórdia, a paz, a fraternidade.
Será que a vinda dessa pandemia, a COVID, que vem assustando o mundo
todo, também não é fruto do descaso e da agressão ao meio-ambiente?
Esta,
aliás, foi uma das conclusões do notável
físico e ambientalista americano, Fritjof Capra que recentemente participou de
um ciclo de conferências sobre o meio ambiente, aqui no Brasil. Todos nós sabemos que intervenção do homem na
natureza vem sendo cada vez mais catastrófica e irresponsável, acarretando grandes
problemas à humanidade, entre eles os relacionados às questões climáticas.
Alguns
anos antes da metade do século XIX, o mundo se viu ameaçado pela pandemia do
cólera, doença infecciosa causada por uma bactéria, que ataca o intestino humano
e que acabou por tirar a vida de centenas de milhares de pessoas em vários
episódios. Na época ainda não existia a microbiologia, mas mesmo assim um
médico inglês, chamado John Snow, descobriu que os germes da doença provinha da
água contaminada.
Na
verdade, esse vibrião decorria da água poluída pelos detritos atirados aos rios
pela população mal informada. Evidentemente que a notícia chocou e causou muito
mal estar, principalmente entre aqueles que não queriam reconhecer que eles
mesmos eram os causadores da doença. A partir de então, foi possível ir
contornando o problema, desenvolvendo-se programas adequados de saneamento
básico nos diversos países.
O que
vem a ser isso senão o desrespeito ao meio ambiente e ao pouco caso com que se
trata a natureza ? Infelizmente o ser
humano só quer usufruir da natureza.mas se esquece do quanto deveria trabalhar
por ela. N’O LIVRO DOS ESPÍRITOS temos várias questões a respeito da relação
homem-natureza, principalmente nestes dois capítulos, “Lei de Conservação” e
“Lei de Destruição”, onde podemos ver a preocupação da espiritualidade ante o
comportamento depredatório do homem em relação aos animais e recursos naturais
em geral.
Naquela
época ainda não existia a disciplina científica, Ecologia. O Espiritismo, contudo,
retomando a doutrina moral de Jesus, veio
para nos ajudar a levar em conta que
temos responsabilidade uns com os outros e, portanto, com a natureza que é a
mãe de todos. Mais do que nunca, conceber a existência de Deus, a imortalidade
da alma e a reencarnação, se torna necessário para que possamos compreender
como os nossos atos e omissões podem interferir em nossa vida e na vida da
humanidade.
Sendo
assim, acreditamos que a pandemia da Covid 19, como resposta ao que temos feito
com a natureza e conosco mesmos, vem para nos ajudar a despertar para a
realidade mais ampla da vida, para que saibamos que tipo de compromisso
assumimos quando aqui reencarnamos. Quando lemos o livro EVOLUÇÃO EM DOIS
MUNDOS, de André Luiz, percebemos quanta implicação tem vida de cada de nós na
condição geral da humanidade.
“Tudo
na natureza é solidário” – já disseram os Espíritos a Allan Kardec. Isso quer
dizer que nada acontece por acaso e que uma ação de irresponsabilidade social –
como poluir a água e o ar, destruir florestas, desconsiderar hábitos de higiene
e principalmente de boa convivência – reflete imediatamente no equilíbrio geral
do planeta, contribuindo para que os problemas humanos se agravem, provocando,
inclusive, a elevação de temperatura do planeta.
Sabemos, por outro lado, que as
doenças e as pandemias em geral, resposta concreta aos abusos e à
negligência da humanidade, têm um papel importante no despertar das
consciências, na mudança de hábitos e na busca da solidariedade para a solução
dos grandes problemas que afetam o planeta. Assim, queremos crer que a COVID 19
tem o seu papel, a partir das pessoas que souberam fazer deste momento uma
grande oportunidade de atuar pelo bem coletivo.
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