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quinta-feira, 29 de abril de 2021

FALSOS PROFETAS - PROBLEMA SEMPRE ATUAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A questão das profecias estapafúrdias e das revelações fantásticas atribuídas a Espíritos desencarnados através de médiuns com nomes associados ao Espiritismo já era assunto nas páginas da REVISTA ESPÍRITA. Atualmente, basta a mediunidade mais pronunciada se tornar conhecida pelo seu portador para que ele se julgue infalível e porta voz de entidades que julga “donas da verdade”. Chico Xavier contava ter sido orientado em 1931, pelo guia espiritual Emmanuel logo no primeiro encontro que tiveram, a jogar fora toda a produção desde quando o jovem psicografara quatro anos antes, sua primeira mensagem, pois, até ali fizera parte apenas de seu treinamento. Para nos basearmos em informação confiável, no número de abril de 1860, Allan Kardec, desenvolve algumas considerações sobre carta recebida do amigo Sr Jobard, abordando a TEORIA DA FORMAÇÃO DA TERRA PELA INCRUSTAÇÃO DE VÁRIOS CORPOS PLANETÁRIOS. Dizendo-se não adepto da mesma apesar de ter sido dada em várias épocas por certos Espíritos e através de médiuns desconhecidos uns dos outros, salienta não passarem de hipóteses, até que dados mais positivos venham confirma-las ou desmenti-las. Destacando que sua posição geraria críticas do tipo não tendes confiança nos Espíritos e duvidais de suas afirmações” ou como inteligências desprendidas da matéria, não podem remover todas as dúvidas da Ciência e lançar a luz onde reina a obscuridade?, Allan Kardec pondera “ser esta uma questão séria, que se liga à própria base do Espiritismo, e que não poderíamos resolver no momento, sem repetir o que temos dito a respeito; acrescentaremos apenas algumas palavras, a fim de justificar nossas reservas. Para começar, responderemos que nos tornaríamos sábios muito facilmente se tratássemos apenas de interrogar os Espíritos para conhecer tudo quanto se ignora. Deus quer que adquiramos a Ciência pelo trabalho, e não encarregou os Espíritos de nô-la trazer preparada, favorecendo nossa preguiça. Em segundo lugar, a Humanidade, como os indivíduos, tem a sua infância, sua adolescência, sua juventude e sua idade viril. Encarregados por Deus de instruir os homens, devem pois, os Espíritos proporcionar-lhes ensinos para o desenvolvimento da inteligência; não dirão tudo a todos e, antes de semear, esperam que a Terra esteja pronta para receber a semente, a fim de fazê-la frutificar. Eis por que certas verdades que nos são ensinadas hoje não o foram aos nossos pais, que também interrogavam os Espíritos; eis por que, ainda, verdades para as quais não estamos maduros só serão ensinadas aos que vierem depois de nós. Nosso equívoco está em nos julgarmos chegados ao topo da escada, quando apenas nos achamos a meio caminho”. Observando que “os Espíritos podem instruir os de instruir os homens tanto se comunicando diretamente – como provam todas as histórias sagradas ou profanas -, quanto encarnando-se entre eles, para o desempenho das missões de progresso”, salienta que “não basta ser Espírito para possuir a Ciência universal, pois assim a morte nos faria quase iguais a Deus. Aliás, o simples bom senso se recusa a admitir que o Espírito de um selvagem, de um ignorante ou de um malvado, desde que separado da matéria, esteja no nível do cientista ou do homem de Bem. Isto não seria racional. Há, pois, Espíritos adiantados, e outros mais ou menos atrasados, que devem superar ainda várias etapas, passar por numerosas peneiras antes de se despojarem de todas as imperfeições. Disso resulta que, no mundo dos Espíritos, são encontradas todas as variedades morais e intelectuais existentes entre os homens e outras mais. Ora, a experiência prova que os maus se comunicam tanto quanto os bons. Os que são francamente maus, são facilmente reconhecíveis; mas há também os meio sábios, falsos sábios presunçosos, sistemáticos e até hipócritas. Estes são os mais perigosos, porque afetam uma aparência séria, de ciência e de sabedoria, em favor da qual proclamam, em meio a algumas verdades e boas máximas, as mais absurdas coisa. E para melhor enganar, não receiam enfeitar-se com os mais respeitáveis nomes. Separar o verdadeiro do falso, descobrir a trapaça oculta numa cascata de palavras bonitas, desmascarar os impostores, eis, sem contradita, uma das maiores dificuldades da ciência espírita. Para superá-la, faz-se necessária uma longa experiência, conhecer todas as sutilezas de que são capazes os Espíritos de baixa classe, ter muita prudência, ver as coisas com o mais imperturbável sangue frio, e guardar-se principalmente contra o entusiasmo que cega. (...).  Mas infeliz do médium que se julga infalível, que se ilude com as comunicações que recebe: o Espírito que o domina pode fasciná-lo a ponto de fazê-lo achar sublime aquilo que, por vezes, é apenas absurdo e salta aos olhos de todos, menos os seus”.



Por que o Espiritismo se preocupa tanto com deveres, quando vivemos numa época em que os direitos das pessoas não são respeitados?

  O direito e o dever são faces de uma mesma moeda, caro ouvinte. Isso quer dizer que não existe um sem o outro. A cada direito corresponde um dever e vice-versa. Se não houver quem cumpra seu dever para com o próximo e para com a sociedade, não haverá também quem goze de seu correspondente direito. Desse modo, se focamos muito o direito, muita gente vai se esquecer do dever e, ao contrário, se focamos demais o dever parece que ninguém tem direitos. Nem uma coisa, nem outra. A realidade é o conjunto.

  Além do mais, em doutrina espírita, toda questão ético-moral deve ser tratada à luz da reencarnação; caso contrário, não vamos ter resposta para a maioria das questões, porque, focando apenas uma vida única sobre a Terra, parece que uns nasceram para dominar e só terem direitos, enquanto outros teriam nascido para serem dominados e só terem deveres. Pela reencarnação, contudo, vamos entender que nessa questão há alternâncias ao longo da História por causa da lei de causa e efeito.

  O posicionamento sobre esta questão fica muito claro, quando estudamos n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS as leis morais, que compreendem, ao mesmo tempo, vários capítulos, especialmente o capítulo intitulado “Lei de Justiça, de Amor e de Caridade”. Veja o que diz a questão 875: pergunta – “Como se pode definir a justiça?”; a resposta é clara e objetiva: “ A justiça consiste no respeito aos direitos de cada um”. Quando todos os homens fizerem isso, não há haverá direitos desrespeitados. Isso é sinal de que todos cumpriram seus deveres.

 Cremos que não pode haver dúvida sobre isso. Mas, Allan Kardec vai mais além. Não basta o respeito; é necessário o amor. O respeito é o estrito cumprimento da lei humana; o amor é a observância da lei divina. “O critério da verdadeira justiça – afirma Kardec em nota à questão 876 – é, com efeito, desejar para os outros o que se desejaria para si mesmo, e não desejar para si o que se desejaria para os outros, o que não é a mesma coisa”.

 “Como não é natural querer o mal para si – continua Kardec na mesma nota  -  tomando seu desejo pessoal por modelo ou ponto de partida, se está certo de não desejar jamais apenas o bem para o próximo. Em todos os tempos e em todas as crenças, o homem sempre tem procurado fazer prevalecer seu direito pessoal. O sublime da religião cristã tem sido de tomar o direito pessoal por base do direito do próximo”.

  E, para concluir esta questão de direitos e deveres, que o Espiritismo deixa tão claro para os nossos dias, vamos citar na íntegra a questão 877 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Kardec pergunta: “A necessidade que o Ser humano tem de viver em sociedade acarreta-lhe obrigações particulares? 

 Resposta – “Sim, e a primeira dessas obrigações é a de respeitar o direito de seus semelhantes. Aquele que respeitar esses direitos será sempre justo. No vosso mundo, onde tantos homens não praticam a lei da justiça, cada um usa de represálias e é isso o que faz a perturbação e a confusão de vossa sociedade. A vida social confere direitos e impõe deveres recíprocos”.

 

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