Na segunda metade do século XX, intensificaram-se as tentativas do Plano Espiritual em chamar a atenção das criaturas humanas sobre a relatividade da vida física, considerando seu acelerado e crescente mergulho na vivencia do sensorial propiciado pelo consumismo derivado do materialismo que sufocava o discreto esboço de espiritualidade existente na maioria dos habitantes do planeta Terra. Lamentavelmente, a apatia cedeu lugar ao abandono e esquecimento, despertado, por vezes, pelo impacto do sofrimento e da dor. Arigó, influenciado pelo Dr Fritz, abriu caminho para o grupo de entidades empenhadas na cura. Rosemary Brown serviu aos grandes compositores da chamada música erudita sob o comando de Franz Lizt. Chico Xavier, orientado por Emmanuel, a centenas de desencarnados de forma violenta na faixa mais vigorosa da vida. E grandes nomes da pintura universal, começaram com um jovem paulistano a demonstrar sua sobrevivência através da produção de telas compatíveis com seus estilos em questão de poucos minutos. Tudo se iniciou - como relatado pela jornalista inglesa Elsie Dubugras - quando Luiz Antonio, segundo filho dos casal Gasparetto, participava de uma das reuniões realizadas semanalmente em seu lar para o estudo do Espiritismo, ao qual haviam se convertido recentemente. Nela, o rapazola, que fora irrequieta e hiperativa criança, “começou a sentir frêmitos nos braços. Aos poucos os músculos enrijeceram e os braços ficaram paralisados, não permitindo que ele se movimentasse e depois desta reunião, Luiz Antonio ficou como que obsecado pelo desejo de desenhar. Seus estudos - que já não iam bem – começaram a piorar. Preocupada com isso e com outros sintomas que o garoto mostrava, sua mãe conversou com uma amiga dirigente de um Centro Espírita. Esta, que possuía profundos conhecimentos da Doutrina Espírita e da mediunidade, sugeriu que o levasse ao seu Centro, para que pudesse observar o menino. Logo que ele chegou, apesar de sua pouca idade, foi colocado à mesa entre os médiuns com uma pilha de papéis à sua frente. Assim que a sessão foi iniciada, aconteceram certos fenômenos incomuns: uma médium começou a falar em língua que desconhecia, enquanto que Luiz Antonio, em transe mediúnico, desenhava com rapidez e respondia na mesma língua. Terminados os desenhos, ele levantou-se e começou a aplicar passes nos assistentes. Só saiu do transe duas horas depois. Em vista desse comportamento incomum para alguém de 13 anos, sugerida sua participação a duas reuniões semanais, aos poucos começaram a aparecer retratos de homens e mulheres, algumas paisagens e desenhos abstratos”. No início, não assinados. Passaram-se os anos e, em 1971, como Luiz Antonio apresentava alguns problemas, seus pais levaram-no a Uberaba (MG), para conversarem com o extraordinário Chico Xavier. No final da sessão uns quinze retratos estavam prontos e Chico, para surpresa de Luiz Antonio, identificou alguns como sendo obra de Rembrandt. A partir daí, outros Espíritos de pintores famosos começaram a desenhar por seu intermédio. O jornalista Fernando Worm, testemunhou numa noite de sexta-feira, também em Uberaba, fatos inesquecíveis. Finda a reunião normal, iniciou-se outra com a presença de Luiz Antonio. Descreveu Fernando em capítulo de seu livro A PONTE (lake), a produção de sucessivas telas em questão de minutos cada uma. Tolouse-Lautrec – segundo Chico o coordenador espiritual dos trabalhos de Luiz -,retratou o Espírito “Maria Dolores” e, após, sua composição em pastel intitulada “Dois Esboços”. Seguiram-no Tissot com o quadro “D.Célia Ramos”; Leonardo da Vinci com expressiva fisionomia do “Cristo”; Picasso retrata alguém postado atrás de algo indefinível, cujo titulo Chico propôs “Espírito Prisioneiro”; Renoir um busto intitulado “Gustavo”; Goya, o quadro “Valtinho”, identificado por Chico como Valter Perrone; Manet, pinta “Maria João de Deus”, mãe natural de Chico na recente existência; Van Gogh, o quadro “Flores”, com cores fantásticas do seu estilo pré-impressionista; Tarsila do Amaral, uma mulher deitada; Matisse, “Ricardinho”; Tolouse-Lautrec, volta e pinta “Caibar”; Manet, o quadro “Uma Parisiense” . Para surpresa de todos, bisnagando a ponta dos dedos dos pés, os Espíritos fazem através de Luiz Antonio, o fundo da primeira tela. Um toque aqui, um retoque ali, os traços fisionômicos vão adquirindo crescente nitidez. A facilidade e rapidez de execução é menor que a obtida com as mãos, ainda assim, o quadro “Senhora” vem com a assinatura de Picasso; Tissot, manejando os pés do médium retrata sorridente palhaço com ares de “Pierrot”. Ao encerramento da noite de arte espiritual, estabeleceu-se interessante diálogo entre Tolouse-Lautrec e Chico Xavier, em que, entre outras reveladoras informações, o Espírito do famoso pintor explica que o objetivo deles através daquele trabalho era “alegrar mais a vida, comprovando que a morte não existe, a vida prossegue sem os componentes físicos”. Os inusitados fenômenos seguiriam sendo produzidos através de Luiz Antonio por alguns anos, e, com sua opção por seguir em outras direções, passaram a ocorrem por inúmeros outros médiuns.
Uma ouvinte. que
não quis se identificar, nos enviou o seguinte : “Duas irmãs, que moram há muitos anos sob o
mesmo teto e não se dão bem, vivem contrariadas e se acusando uma a outra. Se
uma delas chegar a ponto de se suicidar, porque não suportou essa convivência,
como fica a culpa? É só daquela que se suicidou? Ou de ambas as duas?
Este
é um problema muito sério, cara ouvinte, principalmente se alguém vem falando
em suicídio. Existem várias situações de conflito que podem desencadear
atentados, ou um contra o outro ou a pessoa contra si mesma. Há casos em que um
constrange o outro e a tendência da pessoa constrangida é busca uma saída
rápida e muitas vezes desastrosa, na ilusão de que resolverá de vez seu
problema. E há aquela outra situação que, em matéria de constrangimento, as
duas pessoas se equivalem: ora uma, ora outra constrangendo.
Seja qual seja a situação – eu, você, todos
nós, precisamos estar sempre atentos quanto aos sentimentos das pessoas e aos
nossos próprios sentimentos. É bem verdade que nem todos aprenderam a ter a
devida responsabilidade com a vida dos outros e nem mesmo com a própria vida,
mas aqueles que já pensam a respeito, que já são capazes de perceber e medir
consequências, devem procurar ajuda imediatamente. Com certeza, eles têm um
compromisso muito sério nesse sentido e, por isso, precisam agir rápido, para
que não aconteça o pior.
Quem
atenta contra a própria vida, certamente, contrai um grande débito moral contra
si mesmo, pelo sentimento de culpa que invariavelmente vai sofrer. Temos sabido,
no entanto, e casos em que um suicídio
não custou caro apenas para quem se suicidou, mas também para quem poderia ter
evitado e não o fez. É que, depois que acontece, malgrado as desavenças que
existiram entre as partes, o que fica vai herdar um pesado e desconfortável
sentimento de culpa, que pode persegui-lo a vida toda, levá-lo ao desequilíbrio
e ainda perdurar além desta vida.
Todos
nós seres humanos, Espíritos reencarnados neste planeta de provas e expiações,
além do compromisso conosco mesmos, temos responsabilidades uns com os outros,
notadamente se estamos juntos numa mesma família ou num mesmo círculo de
relações. Nenhum de nós é perfeito. Ninguém é. Mas, desde que a pessoa
despertou para o problema, ela deve buscar uma solução. Se ela estiver no
centro do problema ou mesmo se perceber o problema de fora, nunca deve se
omitir. Pode ser o seu caso.
A mensagem de Jesus veio justamente para nos
mostrar o sentido divino da vida, pela qual devemos lutar e preservar a fim de
cumprirmos nosso papel nos planos de Deus. Fugir da vida ou contribuir para a
fuga são situações que só nos poderão trazer grandes decepções no futuro. Por
isso, o Espiritismo, mostrando o papel da reencarnação, vem nos dizer que não
estamos juntos por acaso e sim para nos completar e nos entender mutuamente.
Quando nos deparamos como uma situação assim, se não pudermos fazer mais nada, devemos
procurar ajuda. Nosso programa está aqui para isso.
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