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sábado, 15 de maio de 2021

DOENÇAS E CURA SEGUNDO O ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

O Espiritismo seja através das chamadas obras básicas, seja através de manifestações posteriores reunidas em livros, oferece importantes elementos para reflexão sobre o tema doenças/cura. Compulsando, por exemplo, O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, encontramos que “as doenças pertencem às provas e às vicissitudes da vida terrena. São inerentes à grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e excessos de toda espécie, por sua vez, criam em nossos organismos condições malsãs, frequentemente transmissíveis pela hereditariedade”.  A respeito das “doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, a imbecilidade, são efeitos que devem ter uma causa, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. A causa sendo sempre anterior ao efeito e, desde que não se encontra na vida atual, é que pertence a uma existência precedente”.  Já através do médium Chico Xavier, o Benfeitor Espiritual Emmanuel no livro RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS diz que “a criatura, durante a reencarnação, elege, automaticamente, para si mesma, grande parte das doenças que se lhe incorporam às preocupações”. Mais tarde, em mensagem inserida no livro AMOR E SABEDORIA DE EMMANUEL, explica que “os estados mórbidos são reflexos ou resultantes de nossas vibrações mais íntimas (...). Essas DOENÇAS-AVISO se verificam por causas de ordem moral. Quando as advertências não prevalecem, surgem as úlceras, as nefrites, os reumatismos, as obstruções, as enxaquecas (...). As moléstias dificilmente curáveis, como a tuberculose, a lepra, a cegueira, a paralisia, a loucura, o câncer são escoadouros das imperfeições. A epidemia é uma provação coletiva (...)”. Já na obra PENSAMENTO E VIDA, comentando a relação mente/doença, diz que “toda emoção violenta sobre o corpo é semelhante a martelada forte sobre a engrenagem da máquina sensível, e toda aflição amimalhada é como ferrugem destruidora, prejudicando lhe o funcionamento. Sabe hoje a Medicina que toda tensão mental acarreta distúrbios de importância no corpo físico. Estabelecido o conflito espiritual, quase sempre as glândulas salivares paralisam suas secreções, e o estomago, entrando em espasmo, nega-se à produção do ácido clorídrico, provocando perturbações digestivas a se expressarem na chamada colite mucosa. Atingido esse fenômeno primário que, muita vez, abre a porta a temíveis calamidades orgânicas, os desajustamentos gastrintestinais repetidos acabam arruinando os processos de nutrição que interessam o estímulo nervoso, determinando variados sintomas, desde a mais leve irritação da membrana gástrica até a loucura de abordagem complexa. O pensamento sombrio adoece o corpo são e agrava os males do corpo enfermo”. Lá também poderá ser lido que “se não ultrapassássemos os limites do necessário, na satisfação das nossas exigências vitais, não sofreríamos as doenças que são provocadas pelos excessos, e as vicissitudes decorrentes dessas doenças”. Noutra oportunidade, escreveu que “se não é aconselhável envenenar o aparelho fisiológico pela ingestão de substâncias que o aprisionem ao vício, é imperioso evitar os desregramentos da alma que lhe impõem desequilíbrios aviltantes, quais sejam aqueles hauridos nas decepções e nos dissabores que adotamos por flagelo constante do campo íntimo. Cultivar melindres e desgostos, irritação e mágoa é o mesmo que semear espinheiros magnéticos e adubá-los no solo emotivo de nossa existência, é intoxicar, por conta própria, a tessitura da vestimenta corpórea, estragando os centros de nossa vida profunda e arrasando, consequentemente, sangue e nervos, glândulas e vísceras do corpo que a Providência Divina nos concede entre os homens, com vistas ao desenvolvimento de nossas faculdades para a Vida Eterna”. Por fim, o Espírito André Luiz, considera que “as depressões criadas em nós por nós mesmos, nos domínios do abuso de nossas forças, seja rendição ao desequilíbrio, seja estabelecendo perturbações em prejuízo dos outros, plasmam, nos tecidos fisiopsicossomáticos que nos constituem o veículo de expressão, determinados campos de ruptura na harmonia celular. Verificada a disfunção, toda a zona atingida pelo desajustamento se torna passível de invasão microbiana (...). Desarticulado, pois, o trabalho sinérgico das células nesse ou naquele tecido, aí se interpõem as unidades mórbidas, quais as do câncer, que, nesta doença, imprimem acelerado ritmo de crescimento a certos agrupamentos celulares, entre as células sãs do órgão em que se instalem, causando tumorações invasoras e metastásicas, compreendendo-se, porém, que a mutação, no início, obedeceu a determinada distonia, originária da mente, cujas vibrações sobre as células desorganizadas tiveram o efeito das projeções de raios X ou de irradiações ultravioleta, em aplicações impróprias”.


O Anderson  pergunta o seguinte: “Quando a gente se arrepende de um erro que cometeu e nunca mais vem a cometer esse mesmo erro mas, ao contrário, procuramos corrigir esse defeito, essa mudança já não é suficiente para merecer o perdão de Deus?”

 A Lei de Deus é perfeita e, assim sendo, ela abarca cada um de nossos atos de uma forma plena, considerando-o de todos os ângulos possíveis, e isso já não acontece com a lei humana. Vamos dar um exemplo: Um homem agride violentamente outro homem e é flagrado pela lei. Indiciado, julgado, a justiça o condena à a uma pena que ele acaba cumprindo. Independente da pena sofrida, a vítima resolve processá-lo judicialmente e ele terá que pagar uma soma em dinheiro pelo prejuízo causado.

 Vamos supor que o autor do delito realmente cumpra a pena que lhe foi imposta e pague a indenização que a lei estabeleceu. Diante disso, ele fica quite com a lei humana e não tem mais o que pagar.  No entanto, o homem, que foi vítima da agressão, apesar da aplicação da justiça humana, permanece odiando seu agressor. Mesmo depois da morte, ele leva esse ódio consigo, pois não consegue o esquecer o mal que o adversário lhe causou, por causa da dor moral que atormenta sua alma.  Mais cedo ou mais tarde, ele resolver vingar-se ou fazer justiça com as próprias mãos.

 Neste caso, embora tudo tenha se revolvido à luz da justiça humana com o cumprimento da pena e o pagamento da indenização, ainda restou muita coisa para ser resolvida ante a Justiça Divina. Isso quer dizer que, no campo do sentimento, o caso não ficou resolvido. Ainda há algo a fazer para que ocorra a chamada reconciliação entre adversários. Foi por isso que Jesus recomendou que nos reconciliássemos com o nosso desafeto enquanto estamos a caminho com ele. Assim, é possível que o agressor venha a se arrepender do que fez, mas, ao que tudo indica, ele não resolveu o principal da questão, não se reconciliou com aquele a quem ofendeu e não recebeu seu perdão.

 Portanto, Anderson, em Doutrina Espírita aprendemos que a solução definitiva de um problema dessa ordem requer não só o arrependimento, mas também a reparação e, por último, a reconciliação que necessariamente deverá ocorrer um dia. E, no exemplo citado, embora tivesse havido uma tentativa de reparação material com o pagamento da indenização, a maior das reparações não é reparação dos prejuízos materiais, mas é a reparação moral, que é bem mais complicada. A vítima tornou-se um inimigo ameaçador e o agressor passou a ser perseguido pelo seu ódio.

 A reparação e a reconciliação vêm depois do arrependimento. Ela serve para reaproximar agressor e vítima em termos de sentimento. Se isso não for possível numa existência e o ofendido relutante desencarnar antes do ofensor, ele poderá vir a obsidiá-lo, na tentativa de prejudicá-lo, simplesmente porque se sente ferido em seu orgulho e que não aceita perdoá-lo. Se mais essa tentativa ainda não der certo, vítima e réu ainda poderão se encontrar numa próxima encarnação, muitas vezes dentro da mesma família, como pai e filho por exemplo, a fim de, esquecendo o passado, tenham chance de refazer suas relações.

 Desse modo, Anderson, a principal questão não é tanto a de ordem material, mas a de ordem espiritual. É aqui que entram as duas questões: a da culpa do agressor e a da mágoa do agredido. Talvez, o fato de se encontrarem numa situação de conflito possa ajudá-los a se reencontrar consigo mesmos e um com o outro, procurando desfazer a contenda para que ela se transforme em conciliação e aceitação fraterna. Logo, embora o arrependimento seja importante, ele não basta por si só. Sem a reparação moral, na verdade, o problema não fica resolvido.

 


 

 

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