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quarta-feira, 19 de maio de 2021

MUITO ALÉM DO QUE VOCÊ VÊ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 A explicação é de Allan Kardec, fundamentada nas observações e informações reveladas pelos Espíritos que o auxiliaram na formulação dos conteúdos do Espiritismo. Segundo ele, o ponto de partida de tudo que há é o que chama de Fluido Cósmico Universal. Diz que “o fluído cósmico, conquanto emane de uma fonte universal, se individualiza, por assim dizer, em cada Ser, adquirindo propriedades características, que permitem distingui-lo de todos os outros. Nem mesmo a morte apaga esses caracteres de individualização, que persistem longos anos após a cessação da vida (...). Cada um de nós tem, pois, seu fluido próprio, que o envolve e acompanha em todos os movimentos, como a atmosfera acompanha cada planeta. É muito variável a extensão da irradiação dessas atmosferas individuais. Achando-se o Espírito em estado de absoluto repouso, pode essa irradiação ficar circunscrita nos limites de alguns passos; mas, atuando a vontade, pode alcançar distâncias infinitas. A vontade como que dilata o fluido, do mesmo modo que o calor dilata os gases. As diferentes atmosferas individuais se entrecruzam e misturam, sem jamais se confundirem, exatamente como as ondas sonoras que se conservam distintas, a despeito da imensidade de sons que simultaneamente abalam o ar. Pode-se, por conseguinte, dizer que cada indivíduo é centro de uma onda fluídica, cuja extensão se acha em relação com a força da vontade, do mesmo modo que cada ponto brilhante é centro de uma onda sonora, cuja extensão está na razão propulsora do fluido, como o choque é a causa de vibração do ar e propulsor das ondas sonoras. Das qualidades peculiares a cada fluido resulta uma espécie de harmonia ou desacordo entre eles, uma tendência a se unirem ou evitarem, uma atração ou repulsão, numa palavra: as simpatias ou antipatias que se experimentam, muitas vezes sem manifestas causas determinantes. Se nos colocamos na esfera de atividade de um indivíduo, sua presença não raro se nos revela pela impressão agradável ou desagradável que nos produz seu fluido. Se estamos entre pessoas de cujos sentimentos não partilhamos, cujos fluidos não se harmonizam com os nossos, penosa reação entra a oprimir-nos e sentimo-nos ali como nota dissonante num concerto! Se, ao contrário, muitos indivíduos se acham reunidos em comunhão de propósitos e intenções, os sentimentos de cada um se exaltam na proporção mesma da massa das forças atuantes. Quem não conhece a força de arrastamento que domina as aglomerações onde há homogeneidade de pensamentos e de vontades? Ninguém pode imaginar, a quantas influências estamos assim submetidos, à nossa revelia”. Embora reconhecendo não poder pronunciar-se afirmativamente sobre a possibilidade, Kardec cogita: -“Não podem essas influências ser a causa determinante de certas ideias, dessas ideias que em dado momento se nos tornam comuns e a outras pessoas, desses pressentimentos que nos levam a dizer: paira alguma coisa no ar, pressagiando tal ou tal acontecimento? Enfim, certas sensações indefiníveis de bem estar ou mal estar moral, de alegria ou tristeza, não serão efeitos da reação do meio fluídico em que nos encontramos, dos eflúvios simpáticos ou antipáticos que recebemos e que nos envolvem como as emanações de um corpo odorífico?”. Acrescenta “que é preciso convir, pelo menos, que a teoria do Fluido Cósmico individualizado em cada Ser sob o nome de fluido perispirítico, abre um campo inteiramente novo para a solução de uma infinidade de problemas até agora insolúveis”. Evoluindo seu raciocínio, afirma que “em seu movimento de translação, cada um de nós leva consigo a sua atmosfera fluídica, como caracol leva sua concha; esse fluido, porém, deixa vestígios da sua passagem; deixa um como sulco luminoso, inacessível aos nossos sentidos, no estado de vigília, mas que serve para que os sonâmbulos reconstituam os fatos ocorridos e examinem os motivos que os ocasionaram. Toda ação física ou moral, ostensiva ou não, de um Ser sobre si mesmo, ou sobre outro, pressupõem, de um lado, uma força atuante e, de outro, uma sensibilidade passiva. Em todas as coisas, duas forças iguais se neutralizam e a fraqueza cede à força. Ora, não sendo todos os homens dotados da mesma energia fluídica, ou, não tendo o fluido perispirítico, em todos, a mesma potência ativa, explicado fica por que, nuns, essa potência é quase irresistível, ao passo que, noutros, é nula; por que algumas pessoas são muito sensíveis à sua ação, enquanto outras refratárias”.

Uma ouvinte, que não se identificou, trouxe-nos a seguinte pergunta: “ Por que existe inveja dentro da família? Existem momentos em que toda a família parece unida e feliz, mas se alguém começa a prosperar, comprando um carro novo ou viajando para o exterior – por exemplo - , as relações mudam e aí começam as intrigas”.

 A inveja existe,– e não apenas na sua família - porque nós, seres humanos encarnados neste planeta, ainda estamos bem distantes da perfeição e, por isso, muito preocupados apenas com o próprio bem estar, mesmo em prejuízo dos outros.  Mas, no fundo, sofremos mais pelo fato de não sabermos como nos amar de verdade, porque não nos aceitamos como somos e, por isso, temos dificuldade de dispensar amor aos que nos cercam. Isso se chama egoísmo.

 Porém, não podemos deixar de levar em conta que não estamos juntos por acaso no mesmo círculo familiar. Se temos problemas em casa, nos desentendendo em determinados momentos, às vezes por bagatelas, no passado já fomos piores do que somos. O Espiritismo nos explica bem isso. Talvez, em encarnações passadas, não nos tolerávamos e vivíamos em constante conflito, um tentando prejudicar o outro.

 Agora, felizmente, já é possível desfrutar de alguns bons momentos de convivência fraterna ( como você mesma reconhece) e começar a apreciar algumas virtudes naqueles que outrora só víamos defeitos, por serem nossos inimigos declarados. Temos que levar em conta – e o Espiritismo sempre nos lembra disso – que todos estamos numa escola, a escola da vida, para aprendermos uns com os outros com os nossos erros e com os nossos acertos.

 Entretanto, se você já pode compreender melhor essa situação cara ouvinte, é porque você, mais do que ninguém, pode ajudar com a sua participação ou com o seu silêncio em momentos decisivos das relações familiares, visando ao bem-estar de todos. Nunca desconsidere os que invejam; eles podem não ter razão para isso, mas no fundo eles têm seus motivos íntimos e sofrem muito por isso.

 Os pais, quando os filhos ainda são crianças, conhecem bem essa situação, porque entre crianças as manifestações de inveja são muito comuns. Mas os pais não podem estimular a inveja entre eles; pelo contrário, precisam ensinar seus filhos a combatê-la, desenvolvendo atitudes de compartilhamento e solidariedade, a fim de que um aprenda a ser feliz com a felicidade do outro. Algumas vezes, os pais querem conseguir isso à força, mas este não é o melhor caminho.

 Precisamos entender que a criança é um ser em desenvolvimento que, por força da encarnação recente, ainda se utiliza muito dos instintos, que fazem parte da luta pela sobrevivência.  O melhor que os pais podem fazer, para desestimular a violência e incentivar a boa convivência, é mostrar alternativas e as vantagens que elas podem trazer, ou seja, apontar para a criança se não seria melhor agir assim e não da maneira como vinha fazendo. É claro que o ensino é uma tarefa continua e paciente, até que os bons hábitos se instalem.

 Mas, se não somos mais crianças e se não temos crianças sob nossos cuidados, podemos pensar mais detidamente em nós, os adultos. Para isso precisamos contar a ajuda da religião, se é que podemos instituir um momento de reflexão sobre os ensinamentos morais de Jesus em nossa casa, como a leitura do evangelho e a prece. Isso vai ajudar ou, no mínimo, contribuir para melhorar o ambiente espiritual de nosso reduto doméstico.

 Leia obras espíritas, começando pelas lições do EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Muitas vezes – e, acreditamos, na maioria delas – quando conseguimos perceber que algo errado está acontecendo na família, precisamos buscar uma maneira de combater o problema, começando por mudar em nós próprios a forma de ver e julgar as pessoas e as situações. Há um livro interessante sobre esse tema, intitulado “Família”, autoria de Espíritos diversos, recebido pelo médium Chico Xavier.

 




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