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terça-feira, 15 de junho de 2021

APENAS MUDARAM DE PLANO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Vitimas de ações daqueles que veem na violência uma forma de obter de forma fácil o que muitos conquistam nas lutas e dificuldades de cada dia, se serviram de Chico Xavier para confirmar aos familiares mergulhados no desespero, e na dor da separação compulsória, que continuam vivos, em outra Dimensão. Atestados obtidos em reuniões públicas, ante o olhar ansioso, angustiado, sofrido de dezenas de pessoas que, intimamente, alimentavam a expectativa que uma das cartas mediúnicas, recebidas naquelas reuniões se dirigisse a elas. Textos, invariavelmente, permeados por ricos detalhes, nomes, apelidos somente do conhecimento dos familiares a que se destinavam, geralmente, sem ter tido contato prévio com o médium. Do riquíssimo acervo construído ao longo de quase três décadas, destacamos alguns trechos para reflexão: CASO 1- Claudio Giannelli, 45 anos, advogado, casado, cinco filhos, alvejado durante assalto próximo de sua residência, quando retornava de instituição bancária, morrendo ao dar entrada em Hospital para onde foi levado. DEPOIMENTO: -“Estive consciente, embora plenamente anulado, até o Hospital São Caetano. Quando me vi cercado por médicos e enfermeiros, um homem chegou, de leve, até onde me achava estirado e se aproximou de meus ouvidos, dizendo: -“Filho, não tenha medo!. Jesus não nos abandona. Não se aflija com a agressão de que foi vítima! Descanse o seu pensamento que a dor esfacela e pense na Bondade de Deus! Entregue a esposa e os filhos, à Misericórdia de Divina e repouse”. Quem me falava assim no tom que não posso esquecer? Ele respondeu-me: -“Estamos juntos. Sou o seu pai Mário que volta a você para transportá-lo comigo!”. Ao ouvir aquelas palavras as lágrimas brotaram dos meus olhos e procurei a tranquilidade na oração última. Então, senti que, enquanto ali se preocupavam com o meu corpo ensanguentado pelo tiro que me alcançara, meu pai estava comigo auxiliando-me a confiar em Deus. Uma bênção de paz me desceu ao coração e entreguei-me aos braços de meu pai, que se fazia acompanhado de outros amigos. Retiraram-me do corpo devagarinho, como se ele houvesse voltado a ser criança. Colocou-me de pé e abraçou-me como se eu estivesse nos dias da primeira infância e, tão pacificado me vi, que entrei num sono calmante para mim naquela hora incompreensível”. CASO 2 João Reis de Andrade, 62 anos, motorista de táxi, casado, 10 filhos, morto a golpes de faca, por passageiros que solicitaram os levasse de Apucarana a Campo Mourão, cidades paranaenses, tendo seu corpo sido ocultado em plantação de soja à beira da estrada. DEPOIMENTO: - “Lembro-me que um golpe me retirou qualquer faculdade de reação. Orei, reclamando vocês todos, esposa querida e filhos meus! Sabia, porém, que havia soado a hora, a hora que ninguém espera e sempre chega. Tentei pedir clemência e dizer que entregava tudo, mas me poupassem a vida, no entanto, a voz não saia mais. Notei que mãos vigorosas me deitavam numa plantação que me oferecia repouso(...). Adormeci pensando na família, e procurando esquecer qualquer sentimento que me azedasse as ideias(...). A princípio, fui conduzido para um hospital, em que o amigo espiritual Dr Leocádio me prestou imensos serviços”..  CASO 3Edison Roberto Ribeiro Pereira, 26 anos, comerciante, noivo, baleado durante tentativa de assalto a seu estabelecimento. DEPOIMENTO: -“O que me aconteceu a princípio, para nós todos, foi algo inesperado e terrível. Achava-me com a alegria do Ano Novo, trabalhando em Itapema, longe de imaginar que seria alvejado por bagatela. Quando me vi sob o fogo da arma disparada, caí num torvelinho de ideias desencontradas (...). Lutei para não dormir naquela hora difícil, ansiando prosseguir no comando de meu corpo, mas todo o esforço se fazia inútil. Por fim, entrei num desmaio como se meus pensamentos fossem uma vela acesa que se apagava de repente... Quis pensar em reagir, mas no fundo de meu coração, qual se alguém me quisesse refletindo em Jesus nos momentos que me precediam o repouso, me falava uma voz que parecia vir de mim mesmo: -“Filho, pense em Jesus, perdão para nós todos, ódio nunca” (...). Dormi profundamente e não tive qualquer contato com a realidade de tudo, quanto se seguia aquela agressão (...). Quanto tempo perdurou aquele torpor imprevisto não sei. Lembro-me de haver acordado num aposento de hospital, que me fazia supor numa internação em algum pronto socorro da Terra mesmo. Acordei sentindo muita agitação e não sabia se era dor ou angústia, porque os quadros ao redor não me tranquilizavam, apesar do cuidado carinhoso que se mantinha no recinto”.


  Não dá pra eu entender por que a gente estaria tão  próximo de um mundo de regeneração, como ouço dizer – comenta uma ouvinte.  A corrupção é uma marca muito presente no mundo de hoje. Quando tudo parece que vai mudar, surge uma desagradável surpresa que leva gente a desacreditar mais dos políticos, antes considerados defensores da honestidade e da justiça. Decepções após decepções, vamos perdendo a esperança de que estamos caminhando para um mundo melhor.

  Pra você ver como é difícil a regeneração da humanidade, cara ouvinte! Imagine dois mil anos atrás como era o mundo!... Se hoje, com tanta preocupação e tantos movimentos pelos direitos, pela igualdade, pela liberdade e pela justiça que aos poucos gritam mais alto, nós ainda estamos descobrindo que não somos tão bons quanto desejaríamos ser, imagine na época em que nem havia essa preocupação.

 Do nosso ponto de vista e seguindo os princípios que norteiam o Espiritismo, acreditamos que a humanidade está mudando sim, embora aparentemente não percebamos o que realmente vem acontecendo. Leia n’O LIVRO DOS ESPIRITOS, o capitulo “Lei de Progresso”. Muitas coisas boas surgiram no mundo depois da mensagem de Jesus e de outros grandes Espíritos que aqui encarnaram, ao longo dos séculos, deixando seus ensinamentos. Acontece que o problema humano ainda é muito intrincado.

 Quando uma árvore centenária e portentosa tomba no meio da floresta, sua queda causa um barulho tão intenso e ameaçador que espanta os animais a grandes distâncias e devasta enorme área ao seu redor, anunciando o espetacular e ruidoso fenômeno. No entanto, naquele mesmo instante em que a árvore caiu, milhões de sementezinhas estão brotando no meio da floresta para a renovação da flora, e ninguém percebe.  Eis a imagem da paciente renovação da natureza.

 O mal, cara ouvinte, nós captamos com muita facilidade porque nos fere violentamente os sentidos; o bem, no entanto, pode estar acontecendo ao nosso lado, de forma tão discreta e delicada que nem o percebemos. Talvez tivéssemos que nos colocar mais atento ao bem que germina pelo mundo todo  e menos impressionados com as vicissitudes humanas. O que será que estamos fazendo?

  Diante desse panorama geral, que parece distante do bem, há 164 anos atrás, Kardec perguntou aos instrutores espirituais se a humanidade não estaria piorando ao invés de melhorar. E eles responderam que a visão pessimista leva-nos a valorizar muito os fatos isolados, sem que levemos em conta o conjunto dos acontecimentos a que o mundo está sendo levado. Assim, em matéria de desenvolvimento moral não dá para comparar o século 21 com o século 1º.

  Mas, neste mesmo sentido, Kardec ainda perguntou:  “Por que no mundo os maus quase sempre exercem maior influência sobre nós”.  E os Espíritos responderam: “Por causa da fraqueza dos bons. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes (os bons) o quiserem, eles predominarão.” Esta resposta dá o que pensar sobre o que cada um de nós anda fazendo ou deixando de fazer para que o mundo melhore.

 Se nos julgamos entre os bons, o que de fato não estamos fazendo? O que está faltando no conjunto da população dos homens de bem para que o mundo caminhe mais depressa para a regeneração?   Temos visto ações individuais ou de grupo procurando abrir novos caminhos, mas elas ainda se mantêm muito tímidas diante dos graves problemas que assolam a sociedade. O que estaria faltando para dar um impulso maio no processo de transformação?  É uma pergunta que cada um de nós deve fazer, começando por examinar-se a si mesmo.


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