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quinta-feira, 24 de junho de 2021

DOENÇAS MENTAIS E O ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Aceleradamente a ciência vai acessando informações extremamente úteis para o entendimento dos outrora inexplicáveis problemas humanos. Até a Organização Mundial de Saúde na Classificação Internacional de Saúde, item F.44.3 do CID 10, de 2016, já considera a possibilidade dos transtornos mentais serem causados por perturbações espirituais. Analisando um caso de obsessão coletiva no número de maio de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec oferece elementos uteis para quem quer refletir sobre a fascinante influência espiritual intencional. Diz ele: -“Está demonstrado pela experiência que os Espíritos mal-intencionados não só agem sobre o pensamento, mas, também, sobre o corpo, com o qual se identificam e do qual se servem como se fosse o seu; que provocam atos ridículos, gritos, movimentos desordenados que apresentam todas as aparências da loucura ou da monomania. Encontrar-se-á sua explicação n’O LIVRO DOS MÉDIUNS, no capítulo da obsessão. Com efeito, é bem uma espécie de loucura, uma vez que se pode dar este nome a todo estado anormal, em que o Espírito não age livremente. Deste ponto de vista, é uma verdadeira loucura acidental. Faz-se, pois, necessário distinguir a loucura patológica da loucura obsessiva. A primeira resulta de uma desordem nos órgãos da manifestação do pensamento. Notemos que, nesse estado de coisas, não é o Espírito que é louco; ele conserva a plenitude de suas faculdades, como o demonstra a observação; apenas estando desorganizado o instrumento de que se serve para manifestar-se, o pensamento, ou, melhor dizendo, a expressão do pensamento é incoerente. Na loucura obsessiva não há lesão orgânica; é o próprio Espírito que se acha afetado pela subjugação de um Espírito estranho, que o domina e subjuga. No primeiro caso, deve-se tentar curar o órgão enfermo; no segundo basta livrar o Espírito doente do hóspede importuno, a fim de lhe restituir a liberdade. Casos semelhantes são muito frequentes e muitas vezes tomados como loucura o que não passa de obsessão, para a qual deveriam empregar meios morais e não duchas. Pelo tratamento físico e, sobretudo, pelo contato com os verdadeiros alienados, muitas vezes tem sido determinada uma verdadeira loucura onde esta não existia. Abrindo novos horizontes a todas as ciências, o Espiritismo vem, também, elucidar a questão tão obscura das doenças mentais, ao atribuir-lhes uma causa que, até hoje, não havia sido levada em consideração – causa real, evidente, provada pela experiência e cuja verdade mais tarde será reconhecida. Mas como fazer que tal causa seja admitida por aqueles que estão sempre dispostos a enviar ao hospício quem quer que tenha a franqueza de crer que temos uma alma e que esta desempenha um papel nas funções vitais, sobrevive ao corpo e pode atuar sobre os vivos? Graças a Deus, e para o bem da Humanidade, as ideias espíritas fazem mais progresso entre os médicos do que se podia esperar e tudo faz prever que, num futuro não muito remoto, a Medicina saia finalmente da rotina materialista. Estando provados alguns casos isolados de obsessão física ou de subjugação, fácil é compreender que, semelhante a uma nuvem de gafanhotos, um bando de Espíritos perturbadores pode lançar-se sobre certo número de indivíduos, deles se apoderar e produzir uma espécie de epidemia moral. A ignorância, a vulnerabilidade das percepções, a ausência de cultura intelectual naturalmente lhes facultam maior influência. É por isso que eles prejudicam, de preferência, certas classes, embora as pessoas inteligentes e instruídas nem sempre estejam isentas. Estudai o Espiritismo e compreendereis a razão”.




 (COMENTÁRIO DE UM OUVINTE) Ultimamente vem ocorrendo vários crimes praticados por lideres religiosos ( sacerdotes, pastores, médiuns, etc.); por incrível que pareça,  pessoas que infundiam respeito e admiração e que  tinham por obrigação perante a sociedade e perante Deus dar exemplo aos seus seguidores.  Será isso um sinal do fim dos tempos?

 Primeiramente precisamos  considerar que líderes religiosos são seres humanos como todos nós e que nem sempre aqueles que assumem posição de destaque entre seus profitentes ( seja qual for a religião) ou perante a sociedade são pessoas que reúnem a necessária condição moral e espiritual para tanto. A História é testemunha disso e, certamente, se nos remontarmos ao passado mais distante da humanidade, de séculos e séculos, vamos encontrar problemas ainda maiores.

 Além disso, existem entre esses líderes os que realmente trazem uma inclinação missionária para fazer o que devem fazer no cumprimento de suas missões, enquanto outros, algumas vezes, estão mais interessados em si mesmos e nas vantagens que podem tirar de sua posição, a custa da boa fé do povo. Sob o ponto de vista espírita, existem, inclusive, Espíritos que falham redondamente em suas missões, atraídos por outros interesses.

  Temos dito em nosso programa, inúmeras vezes, que a capa da religião não é atestado suficiente de bondade e de amor pela humanidade. Há muita gente, que nem religião tem e que até preferem ficar distante dela e que, no entanto, são exemplos de honradez e bondade. No seu tempo, Jesus combateu a ação nefasta de muitos fariseus que, a título de defender e salvaguardar a religião, eram exímios exploradores da fé simples daquele povo.

 Desse modo, não é novidade que ainda existam pessoas que se colocam em evidência no meio religioso e que, inclusive, arrastam multidões para suas atividades, mas que, no fundo, são aproveitadores ou exploradores do povo. Allan Kardec se preocupou muito com isso no seu tempo, pois não faltavam os que queriam tirar vantagem em nome do Espiritismo, prometendo vantagens, curas, revelações e espetáculos para atender à curiosidade pública.

 Por isso mesmo, em seguida à publicação de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Kardec  lançou O LIVRO DOS MÉDIUNS que, ao mesmo tempo, mostrava como as pessoas deveriam praticar uma mediunidade séria, segura e autêntica. Mas nessa obra ele não se esqueceu de dedicar pelo menos dois capítulos para abordar a questão do charlatanismo e da mistificação, através dos quais alertava os espíritas contra o mau uso da mediunidade e contra os falsos médiuns e prestidigitadores.

 Hoje, século XXI, com o extraordinário avanço dos meios de comunicação e, consequentemente, com a possibilidade de as pessoas ter acesso a todo tipo de divulgação, já estamos um pouco mais atentos contra a mentira e a falsidade que ainda existem na sociedade. Sendo assim, também fica mais fácil localizar os impostores que se utilizam da fé e do sentimento religioso para explorar, como tem acontecido ultimamente.

  Mesmo assim, nesse vasto campo das muitas religiões e das inumeráveis promessas de soluções fáceis, do anúncio de milagres ou de outros fatos maravilhosos que geralmente chamam a atenção e encantam os curiosos, precisamos sempre nos manter atentos e esclarecer aqueles que podem facilmente ser atraídos para alguma armadilha de cunho religioso.


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