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quinta-feira, 10 de junho de 2021

O LENTO, CÍCLICO E ADMINISTRADO PROCESSO DE EVOLUÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Quando o Orientador Espiritual Emmanuel respondeu ao médium Chico Xavier que “do último quartel do século 19 para cá (1965), de 15 a 20 milhões de Espíritos da cultura francesa, principalmente simpatizantes da obra de Allan Kardec, se reencarnaram no Brasil, para dar corpo às ideias da Doutrina Espírita e fixarem os valores da reencarnação”, estava sugerindo que para que o segundo propósito dessa transferência em massa fosse alcançado contava com ideias incorporadas às estruturas mentais desses Espíritos, que, como se sabe, são remanescentes daqueles que animaram a grande comunidade Celta ou Gaulesa que deu origem, segundo historiadores, à França, Bélgica e Itália. No número de abril de 1858, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec desenvolve interessantes argumentos sobre as conexões entre Espiritismo e o Druidismo praticado por aquele povo, reproduzindo interessante texto de autoria desconhecida que confirma sua suposição. Afirma Kardecsaber-se, com efeito que a Gália é, ainda em nossos dias, o mais fiel asilo da nacionalidade gaulesa que, entre nós, sofreu profundas modificações. Apenas roçada pela dominação romana, que nela se deteve pouco tempo e fracamente; preservada da invasão dos bárbaros pela energia de seus habitantes e pelas dificuldades de seu território; submetida, mas tarde, à dinastia normanda, a qual, entretanto, se viu obrigada a lhe deixar um certo grau de independência, o nome de Galles – Gallia, que sempre conservou, é um traço distintivo, pelo qual se liga, sem descontinuidade, no período antigo. A língua kymrica, fala outrora em toda parte setentrional da Gália, jamais deixou de ser usada; muitos costumes são igualmente gauleses. De todas as influências estranhas, a única que logrou um triunfo completo foi o Cristianismo. Mas não o conseguiu sem grandes dificuldades, relativamente à supremacia da Igreja Romana, cuja reforma, no século XVI não fez mais que determinar a sua queda, há muito preparada, nessas regiões cheias de um sentimento de indefectível independência. Pode-se mesmo dizer que, convertendo-se ao Cristianismo, os druidas não se extinguiram totalmente na Gália, como na nossa Bretanha e em outras regiões de sangue gaulês”. Argumentando que  “os temas desenvolvidos nas tríades, estão mesmo tão completamente fora do Cristianismo que as raras influências cristãs que aqui e ali se infiltraram no seu conjunto, logo à primeira vista se distinguem do fundo primitivo. Os Druidas tinham uma predileção particular pelo número três e o empregavam especialmente, como mostram a maioria dos monumentos gauleses, para a transmissão de suas lições que, mediante esse corte preciso, mais facilmente era gravada na memória. (...). Desta série de tríades, as onze primeiras são consagradas à exposição dos atributos característicos da Divindade. É obvio que nesta seção as influências cristãs, como era fácil de prever, tivessem ação maior. Se não se pode negar que o Druidismo tenha conhecido o princípio da unidade de Deus, talvez por sua mesma predileção pelo número ternário se tenha elevado a conceber, de certo modo confuso, algo como a divina Trindade. É contudo incontestável que o que completa esta alta concepção teológica – a saber, a distinção das pessoas e, particularmente, da terceira, - ficou completamente estranho a essa antiga religião. Tudo conduz à prova de que seus antigos sectários se preocupavam muito mais em fundar a liberdade do homem do que a caridade. E foi mesmo consequência dessa falsa posição do ponto de partida que ela pereceu. Também parece razoável referir a uma influência cristã, mais ou menos determinada, todo esse exórdio, principalmente a partir da quinta tríade. Em seguida aos princípios gerais relativos à natureza de Deus, passa o texto a expor a constituição do Universo. O conjunto dessa constituição é formulado superiormente em três tríades que, mostrando ser particular numa ordem absolutamente diferente daquela de Deus, completam a ideia que deve ser feita do Ser único e imutável. Sob fórmulas mais explícitas estas tríades mais não fazem, entretanto, que reproduzir aquilo que já era sabido, pelo testemunho dos Antigos, sobre a doutrina da circulação das almas passando alternadamente, da vida à morte e da morte à vida”.


A sociedade tem o direito de calar a voz das pessoas que discordam de suas leis? Como ficam os direitos dos cidadãos?

 A doutrina espírita encara as leis da sociedade com respeito, mesmo considerando que elas não são perfeitas e que podem ser injustas em certos casos.  É que, em nosso nível evolutivo, por enquanto não conseguimos algo melhor nesse sentido como povo, mas é correto pensar que as leis humanas têm o seu desenvolvimento e caminham em direção das leis naturais, que são as leis de Deus. Mas a lei social sempre deve estabelecer limites, sem o que haveria um caos social.

 Ora, o homem não pode dar mais do que tem. Se é ele que forma o conjunto da sociedade, a sociedade, de certa forma, representa o pensamento e as necessidade de todos e de  cada um de seus membros. No passado, quando o homem era menos evoluído, a sociedade cometia mais erros do que hoje. Mas, na medida em que passou a compreender melhor as leis naturais e os direitos individuais, ele veio despertando para valores mais elevados, sendo capaz de elaborar leis cada vez mais justas.

 A doutrina espírita, nesse sentido, defende a liberdade individual, mas até o ponto de essa liberdade não prejudicar o interesse do conjunto. A sociedade, quer queiramos ou não, deve ser a salvaguarda de nossos direitos e, ao mesmo tempo, acompanhar a execução de nossas obrigações. Por isso, as pessoas não devem praticar justiça pelas próprias mãos, mas se utilizar dos instrumentos de que a sociedade dispõe para resolver conflitos. As leis, através de um aparato judicial, devem servir para garantir a segurança e o bem estar de todos.

 As leis costumam caminhar naturalmente segundo a mentalidade do povo, mas pode chegar um momento em que essas leis fiquem muito defasadas. É quando surgem os movimentos, as comoções sociais e até mesmo as revoluções que, embora provoquem certos prejuízos momentâneos, acabam por trazer benefícios futuros à sociedade, conforme podemos ler na fala de Allan Kardec, em nota à questão nº 783 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, sobre Lei do Progresso.

 Diante disso, devemos entender a necessidade da vida social e a vigência de leis que assegurem o bem comum. Mas esse ideal ainda está longe de ser atingido, mesmo porque, na maioria das vezes, nem são as leis que falham, mas a forma como elas são aplicadas, pela ingerência de interesses mesquinhos de pessoas ou grupos que acabam prevalecendo sobre a parte mais fraca da sociedade. O problema, portanto, não são apenas as leis, mas muito mais como elas são de fato aplicadas.

 O cidadão comum deve ser um defensor da lei e, além disso, sempre deve contribuir para que ela se aperfeiçoe e possa consagrar direitos iguais a todos, combatendo as desigualdades e os preconceitos.  A grande dificuldade, porém, é que o egoísmo e o orgulho costumam falar mais alto em cada um de nós, contribuindo para o individualismo e para o materialismo que, infelizmente, ainda predominam no meio social.


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