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segunda-feira, 21 de junho de 2021

POUCOS SABEM; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 “Sob o ponto de vista moral, o homem comum, em muitos aspectos, ainda lembra o chipanzé, agora com a inteligência desenvolta”, avalia Robert Southey em mensagem escrita através do médium Chico Xavier, em 1951. Nome pouco conhecido, Southey foi um historiador, escritor, prosador britânico que viveu entre 1774/ 1843. Órfão de pais, levado para Lisboa por um tio que era pastor anglicano, especializou-se na história de Portugal e do Brasil, construindo uma biblioteca com 14 mil volumes, entre os quais, supõe-se grande quantidade de livros e documentos originais espanhóis sobre Portugal e América do Sul. Entre 1810 e 1819, lançou em Londres, HISTÓRIA DO BRASIL, a primeira publicação contendo sua história geral, abrangendo todo período colonial até a chegada de D. João VI, em 1808. No centenário de sua morte (1943), foi objeto de várias homenagens em institutos culturais, históricos e geográficos no Brasil, especialmente em São Paulo. Na referida manifestação mediúnica, com a visão privilegiada dos que acompanham a história dos bastidores que retém aspectos desprezados e ignorados pela chamada história oficial, invariavelmente escrita por observadores contratados para esse fim, acrescenta detalhes singulares como o em que diz que “o romano arrogante e dominador, o grego inteligente e espirituoso, o fenício comerciante e astuto, e o judeu obstinado e rebelde ainda se fazem sentir, sob indumentária nova, em todas as latitudes da Terra, com o mesmo viço espiritual de há vinte séculos”. Considerando a interessante imagem oferecida pelos Espíritos à Allan Kardec afirmando que “um século, é um relampado na Eternidade”, bem como, a visão de que num século, ante a desproporcional população espiritual que evolui presa à Terra, poucos reencarnam mais de uma vez, e de que em presumíveis 60 anos de experiência no corpo físico, apenas 20 são aproveitados, visto que 20 dormimos e outros 20, desenvolvemo-nos na direção da vida adulta. Dentro de suas racionais percepções, Southey acrescenta que “em contraste com a sublimidade do Evangelho, temos a impressão de que a consciência humana ainda não se desamarrou das fraldas infantis. Excetuadas algumas organizações individuais, tocadas de santificante heroísmo, em todas as nações o conteúdo de animalidade na massa anônima revela que a civilização ainda próxima se encontra da caverna dos primatas e que o barco da vida, por enquanto, veleja muito longe do porto em que lhe cabe atracar”. Pondera que “de alguns milênios para cá, a mente humana tem demonstrado diminutas alterações para melhor. A crueldade e o vício tornam, quase que invariáveis, à arena da luta planetária, exibindo novas formas. Povos aparecem e desaparecem, sob as lei da morte e da reencarnação, a geografia política sofre modificações em todas as épocas, mas o espírito é o mesmo”.  A certo trecho, questiona: -“De que nos valem o poder aquisitivo, a técnica das industrias, a produção em massa, a universidade ativa e a riqueza rural, se não possuímos diques capazes de barrar as paixões individuais e as raciais, que ateiam o ruinoso fogo da guerra? De que serve construirmos soberbos templos, levantados à fé e à arte, para depois serem incendiados pelo nosso próprio vandalismo? Será razoável sensibilizar a alma coletiva com o espargimento de ideias salvacionistas, inclusive as de bondade fraterna e as de boa vizinhança, bombardeando, em seguida, hospitais e lares abertos? Será compreensível a exaltação de princípios superiores, quais os da dignidade pessoal e da liberdade humana, gastando-se três quartas partes do dinheiro público em petrechos bélicos, a par de quase total esquecimento da educação popular?  A vida não é trepidação de nervos, a corrida armamentista ou a tortura de contínua defesa. É expansão da alma e crescimento do homem interior, que se não coadunam com a arte de matar”. E, apesar de, em sua análise atualíssima, considerar que “a palavra do Cristo vagueia no mundo sem encontrar ouvidos que a recolha, com “as igrejas que a distribuem, até certo ponto se assemelhando a conservatórios de música preciosa sem artistas que a interpretem”, Southey, otimista, preconiza: -“Sobre este mundo, em que a inteligência perquire as forças mais íntimas da Natureza, somente para conservar o poderia e o domínio destrutivos, um novo mundo surgirá”.


 Com tantas informações desencontradas, que recebemos, principalmente pelas redes sociais, como as falsas notícias ou fake news, como podemos ter certeza das coisas?

A prudência é uma virtude recomendada por Jesus, quando disse: “Sede mansos como uma pomba e prudente como uma serpente”. Prudência é você agir certo no momento certo, quando investir e quando recuar. Portanto, a prudência requer equilíbrio emocional, um mínimo de discernimento e de serenidade, fé em Deus e confiança em si mesmo. Não dá para ser prudente, quando estamos nervosos ou aflitos, quando estamos furiosos ou apaixonados, quando usamos mais a emoção que a razão.  Por isso, nestes momentos de instabilidade tomar uma decisão é correr grande risco de errar.

 Por outro lado, nunca vivemos num ambiente tão conturbado como hoje, até porque a população do planeta nunca foi tão grande e, por conseguinte, nunca houve tantos conflitos de interesses. Quanto menor o espaço para as pessoas circularem, mais conflitos haverá entre elas, porque é muita gente disputando os mesmos lugares. Além disso, no passado, quando a comunicação era difícil, os grupos sociais, as coletividades e as nações viviam mais ou menos isoladas em, por isso, havia menos conflitos.

 Hoje, porém, além do grande aumento da população, vivemos a era da comunicação, onde todos podem falar com todos a qualquer momento, do que resulta um excesso de estímulos e de informação que congestionam nossos sentidos.  Por intermédio da mídia e das redes sociais, recebemos propostas de vantagens e de prazeres fáceis, ideias conflituosas e contraditórias. E, o pior de tudo, é que geralmente tudo isso atende a interesses que ignoramos e que podem, muitas vezes, conspirar contra nós, usando-nos como instrumentos de manobra’.

 Não é fácil ser prudente num mundo assim, mas é preciso que tomemos consciência do mundo em que estamos vivendo, agir com cautela e sensatez ao ponto de rejeitarmos aquilo que não condiz com o princípio da verdade e do bom senso. Rejeitar tudo é tão errado quanto aceitar tudo. Precisamos agir com discernimento, aprendendo a decidir pelo raciocínio e não se deixar envolver por apelos emocionais dos que exploram nossas fraquezas íntimas para levar vantagem.

  Na ordem natural das coisas a  emoção nasceu primeiro. Por isso ela sempre vem antes da razão, ou seja, o que sentimos vem antes do uso do pensamento lógico, de tal forma que o processo do conhecimento para por aí, não vai mais adiante. Por isso, nas mãos de um interlocutor envolvente, a emoção paralisa o raciocínio de quem ouve, de modo que a pessoa se torna escrava do apelo emocional e pode aceitar como verdade as mais deslavadas mentiras. Por isso, Allan Kardec, no capítulo XIX d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, recomenda a fé raciocinada.

 Quando recebemos uma mensagem pela rede social, trazendo novidades, combatendo ardorosamente uma ideia ou alertando contra algum perigo, precisamos saber de onde veio e o que realmente ela pretende de nós. As mensagens realmente sérias e comprometidas com a verdade não são tendenciosas, não causam alarde e nem falam em nome de grupos de tendências radicais. Não procuram impor, mas expor e, por isso, não invadem o livre arbítrio e tampouco instigam insegurança e ódio contra quem quer que seja.

 

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