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quinta-feira, 1 de julho de 2021

A RESPOSTA AO PRINCIPE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Os regimes Monárquicos ainda prevaleciam, sobretudo na Europa, e, um ano após ter iniciado a publicação da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec abre o número de janeiro de 1859, reproduzindo a íntegra de uma carta dirigida a um Príncipe que lhe escrevera solicitando alguns esclarecimentos sobre informações veiculadas pelo Espiritismo apresentado ao publico meses antes, através d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Precedendo as respostas as 5 perguntas recebidas, Kardec alinha alguns pontos considerados por ele como fundamentais para esclarecer algumas outras dúvidas: 1- Fora do mundo corpóreo visível, existem seres invisíveis, que constituem o Mundo dos Espíritos. 2- Os Espíritos não são seres à parte, mas as próprias almas dos que viveram na Terra, ou em outras esferas, e que se despojaram de seus invólucros materiais. 3- Os Espíritos apresentam todos os graus de desenvolvimento intelectual e moral. Consequentemente, há-os bons e maus, esclarecidos e ignorantes, levianos e mentirosos, velhacos e hipócritas, que procuram enganar e induzir ao mal, assim como os há em tudo muito superiores, que não procuram senão fazer o Bem. Esta distinção é ponto capital. 4- Os Espíritos rodeiam-nos incessantemente. Malgrado nosso, dirigem os nossos pensamentos e as nossas ações, assim influindo sobre os acontecimentos e sobre os destinos da Humanidade. 5- Os Espíritos por vezes denotam sua presença por meio de efeitos materiais. Esses efeitos, nada tem de sobrenatural: só nos parecem tal porque repousam sobre bases fora das leis conhecidas da matéria. Uma vez conhecidas essas bases, os efeitos entram na categoria dos fenômenos naturais. É que Espíritos podem agir sobre os corpos inertes e movê-los sem o concurso dos nossos agentes externos. Negar a existência de agentes desconhecidos, pelo simples fato de que não os compreendemos, seria traçar limites ao poder de Deus e crer que a Natureza nos tenha dito sua ultima palavra. 6- Todo efeito tem uma causa; ninguém o contesta. É, pois, ilógico negar a causa pelo simples fato de que é desconhecida. 7- Se todo efeito tem uma causa, todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente. Quando vemos as peças do aparelho telegráfico produzirem sinais que correspondem ao pensamento, não concluímos que elas sejam inteligentes, mas são movidas por uma inteligência. Dá-se o mesmo com os fenômenos espíritas. Se a inteligência que os produz não for a nossa, evidentemente independe de nós. 8- Nos fenômenos das ciências naturais agimos sobre a matéria inerte e a manejamos à nossa vontade. Nos fenômenos espíritas agimos sobre inteligências que dispõem do livre arbítrio e não se submetem à nossa vontade. Há, pois, entre os fenômenos comuns e os fenômenos espirituais uma diferença radical quanto ao princípio. Eis porque a ciência vulgar é incompetente para os julgar.  9- O Espírito encarnado tem dois envoltórios: um material, que é o corpo, outro semi-material e indestrutível, que é o períspirito. Deixando o primeiro, conserva o segundo, que constitui uma espécie de segundo corpo, mas de propriedades essencialmente diferentes. Em estado normal é-nos invisível, mas pode tornar-se momentaneamente visível e mesmo tangível: tala causa do fenômeno das aparições. 10- Os Espíritos não são, pois, seres abstratos, indefinidos, mas seres reais e limitados, com existência própria, que pensam e agem em virtude de seu livre arbítrio. Estão por toda parte, em volta de nós. Povoam os espaços e se transportam com a rapidez do pensamento. 11- Os homens podem entrar em relação com os Espíritos e receber comunicações diretas pela escrita, pela palavra ou por outros meios. Estando ao nosso lado, ou podendo vir ao nosso apelo, é possível, por certos meios, estabelecer comunicações frequentes com os Espíritos, assim como um cego pode fazê-lo com as pessoas que ele não vê. 12- Certas pessoas são mais dotadas que outras de uma aptidão especial para transmitir comunicações dos Espíritos: são os médiuns. O papel do médium é o de um interprete; é um instrumento de que se serve o Espírito; esse instrumento pode ser mais ou menos perfeito, donde as comunicações mais ou menos fáceis. 13- As comunicações tanto podem provir de Espíritos inferiores quanto de superiores. 14- Todos nós temos um Espírito familiar, que se liga a nós desde o nascimento, que nos guia, aconselha e protege. 15- Além do Espírito familiar há outros que atraímos graças à sua simpatia por nossas qualidades e defeitos ou em virtude de antigas afeições terrenas.





Relato de uma ouvinte.  Sou de uma família de vários irmãos. Nossa mãe já era falecida, quando certo dia houve mais uma discussão em casa, que daquela vez me assustou. Meu pai, já idoso, nada pôde fazer, mas eu senti medo do que podia acontecer naquele momento entre dois de meus irmãos que estavam muito alterados. Rezei pra Deus  e pedi à minha mãe que nos ajudasse e a discussão parou. Naquela noite, ainda abalada com que o houve, sonhei que alguém batia à porta; quando fui atender era minha mãe que foi entrando bruscamente acompanhada de vários soldados, todos armados. Disse pra ela que tudo estava resolvido, que não precisava daquilo. Mas eles foram entrando. Quando vi o último soldado passar a porta da sala para copa, onde deveriam estar meus irmãos discutindo, acordei assustada. Que quer dizer isso?

  O Espiritismo sustenta que todos nós temos a faculdade de entrar em contato com Espíritos, notadamente se forem entes queridos, para quem muitas vezes apelamos nos momentos difíceis. Esse contato pode ocorrer quando estamos despertos ou quando estamos dormindo, porque é o pensamento que nos atrai.  De qualquer forma trata-se de um fenômeno psíquico que, embora possamos perceber quando se trata de sonho, são de difícil constatação, pois acontecem nos domínios da mente.

 Allan Kardec trata deste assunto dos sonhos n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, a partir da questão 409 para mostrar que o contato com os Espíritos é bem mais frequente do que imaginamos, mas quase sempre eles deixam apenas algumas poucas e esparsas lembranças em nossa memória consciente. André Luiz, nas suas obras, relata diversos casos dessas lembranças, mostrando como elas se nos apresentam, na maioria das vezes, de maneira distorcida, até porque há uma grande diferença entre a experiência vivida no mundo espiritual e o que o nosso cérebro consegue registrar.

 No seu caso, especificamente, é possível que, no auge da situação, quando você pensou em pedir auxílio à sua mãe (já desencarnada), ela tenha captado seu apelo e tenha movimentado alguns recursos para ajudar a contornar a situação de conflito dentro de casa. Por isso, a prece é válida e importante, quando sincera e proferida em nome de Deus. Na verdade, não temos noção do poder de nosso pensamento e o quanto a oração sincera pode nos ajudar na hora difícil.

  Com relação  ao sonho, cara ouvinte, é claro que se trata de uma representação, ou seja, a forma como você pôde perceber sua mãe durante o contato que deve ter tido com ela. Batida à porta, policiais armados, entrada abrupta dentro de casa, tudo isso fica por conta de sua criação mental, ao tentar traduzir para a realidade deste mundo aquilo que sua mãe deve ter falado a você durante o sono. Nossa mente raramente consegue traduzir de maneira perfeita as cenas que se vivenciamos no mundo espiritual.

 Precisamos considerar que uma coisa é a forma como percebemos o mundo e a vida, através de nossos sentidos, quando estamos encarnados. Outra é como os percebemos quando estamos desligados do corpo, sem utilizar os sentidos. As lembranças, que temos ao acordar, nada mais são do que a conversão de um tipo de percepção de um estado para outro, sendo que as imagens geralmente são desenhadas pelo conteúdo inconsciente de nossas emoções. Além da obra de Allan Kardec, existem várias outras obras espíritas sobre o sono e os sonhos que você pode consultar.

 

 

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