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terça-feira, 13 de julho de 2021

DOENÇAS MENTAIS E O ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Aceleradamente a ciência vai acessando informações extremamente úteis para o entendimento dos outrora inexplicáveis problemas humanos. Até a Organização Mundial de Saúde na Classificação Internacional de Saúde, item F.44.3 do CID 10, de 2016, já considera a possibilidade dos transtornos mentais serem causados por perturbações espirituais. Analisando um caso de obsessão coletiva no número de maio de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec oferece elementos uteis para quem quer refletir sobre a fascinante influência espiritual intencional. Diz ele: -“Está demonstrado pela experiência que os Espíritos mal-intencionados não só agem sobre o pensamento, mas, também, sobre o corpo, com o qual se identificam e do qual se servem como se fosse o seu; que provocam atos ridículos, gritos, movimentos desordenados que apresentam todas as aparências da loucura ou da monomania. Encontrar-se-á sua explicação n’O LIVRO DOS MÉDIUNS, no capítulo da obsessão. Com efeito, é bem uma espécie de loucura, uma vez que se pode dar este nome a todo estado anormal, em que o Espírito não age livremente. Deste ponto de vista, é uma verdadeira loucura acidental. Faz-se, pois, necessário distinguir a loucura patológica da loucura obsessiva. A primeira resulta de uma desordem nos órgãos da manifestação do pensamento. Notemos que, nesse estado de coisas, não é o Espírito que é louco; ele conserva a plenitude de suas faculdades, como o demonstra a observação; apenas estando desorganizado o instrumento de que se serve para manifestar-se, o pensamento, ou, melhor dizendo, a expressão do pensamento é incoerente. Na loucura obsessiva não há lesão orgânica; é o próprio Espírito que se acha afetado pela subjugação de um Espírito estranho, que o domina e subjuga. No primeiro caso, deve-se tentar curar o órgão enfermo; no segundo basta livrar o Espírito doente do hóspede importuno, a fim de lhe restituir a liberdade. Casos semelhantes são muito frequentes e muitas vezes tomados como loucura o que não passa de obsessão, para a qual deveriam empregar meios morais e não duchas. Pelo tratamento físico e, sobretudo, pelo contato com os verdadeiros alienados, muitas vezes tem sido determinada uma verdadeira loucura onde esta não existia. Abrindo novos horizontes a todas as ciências, o Espiritismo vem, também, elucidar a questão tão obscura das doenças mentais, ao atribuir-lhes uma causa que, até hoje, não havia sido levada em consideração – causa real, evidente, provada pela experiência e cuja verdade mais tarde será reconhecida. Mas como fazer que tal causa seja admitida por aqueles que estão sempre dispostos a enviar ao hospício quem quer que tenha a franqueza de crer que temos uma alma e que esta desempenha um papel nas funções vitais, sobrevive ao corpo e pode atuar sobre os vivos? Graças a Deus, e para o bem da Humanidade, as ideias espíritas fazem mais progresso entre os médicos do que se podia esperar e tudo faz prever que, num futuro não muito remoto, a Medicina saia finalmente da rotina materialista. Estando provados alguns casos isolados de obsessão física ou de subjugação, fácil é compreender que, semelhante a uma nuvem de gafanhotos, um bando de Espíritos perturbadores pode lançar-se sobre certo número de indivíduos, deles se apoderar e produzir uma espécie de epidemia moral. A ignorância, a vulnerabilidade das percepções, a ausência de cultura intelectual naturalmente lhes facultam maior influência. É por isso que eles prejudicam, de preferência, certas classes, embora as pessoas inteligentes e instruídas nem sempre estejam isentas. Estudai o Espiritismo e compreendereis a razão”.



UM CASO PARTICULAR – Diz a ouvinte: “Não me dou com a esposa de meu irmão mais velho, justamente o irmão com quem sempre tive as melhores relações. Conversando com uma amiga espírita, ela disse que esse problema deve ter vindo de outra encarnação, e que talvez porque numa vida passada meu irmão se colocou entre nós duas. O que vocês acham?”

  Pode ser, mas não temos certeza disso. Muitas vezes, Espíritos adversários podem renascer no mesmo meio ou na mesma família para se reconciliarem. Pode ser o seu caso. Não dá para saber detalhes sobre o que passou antes - mas, para que haja a reconciliação, esse detalhe pouco interessa. É justamente por isso que esquecemos o passado. Lembrar o passado, na maioria dos casos, complicaria os problemas, ao invés de resolvê-los, e você pode concluir por quê.

 A Doutrina Espírita, nesses casos de antipatia, reforçando a recomendação de Jesus, procura nos despertar para a necessidade de solução e não para escarafunchar mais problemas que só complicariam. Aliás, Jesus nos recomendou reconciliar o mais depressa possível com o adversário, enquanto estamos a caminho com ele. Isso significa que, se não o fizermos agora, nesta vida, será muito mais difícil depois.

 Todos sabemos que o ideal seria termos uma família unida, onde seus membros se amassem ou, no mínimo, se respeitassem. Ninguém é obrigado a amar ninguém, mas todos podemos estabelecer, para nós mesmos, condutas e atitudes de respeito humano. O respeito é um dever. Vemos, no entanto, como ainda é difícil trilhar por esse caminho, que não é somente o seu, mas de todos nós.  Com certeza, não vamos atingir o amor, sem primeiro aprender ao respeito.

 É comum, quando nos antipatizamos com alguém, ao invés de lutarmos contra esse sentimento, deixarmo-nos arrastar cada vez mais pela antipatia, reforçando esse comportamento negativo de afastamento. Isso não é bom para ninguém, até porque, no fundo, nosso coração anseia por amor e sofre por não amar. Geralmente só vamos perceber as qualidades do adversário, depois que ele se vai desta vida ou, ainda, quando despertamos no mundo espiritual.

 Leia o capítulo 12 d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, “Amai os vossos Inimigos”. Se não tiver esse livro, procure no Google ou empreste-o de alguém.  Muita gente considera absurda a colocação de Jesus, mas Allan Kardec esclarece bem a questão, mostrando o que Jesus quis dizer com “amai os inimigos”. Todos deveríamos ler muitas vezes o que diz Kardec sobre “amor aos inimigos”, e procurar refletir.

  Segundo as leis divinas, a repulsa e o ódio desaparecerão um dia de nossa vida, porque somos seres em evolução, criados para o amor. Mas compete a cada um de nós  abrir caminho para isso. Quanto mais demorarmos, mais sofreremos. Vamos, pois, empregar nossa inteligência para tornar esse caminho mais curto e mais suave, assumindo desde logo algumas atitudes que, sem serem hipócritas, contribuam para que, mesmo nos antipatizando agora, possamos nos amar depois. Alguém precisa tomar a iniciativa. Que seja você!


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