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domingo, 11 de julho de 2021

ENTENDENDO AS INFLUENCIAS DOS AMBIENTES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Abrindo o número de dezembro de 1868 da REVISTA ESPÍRITA, encontra-se a reprodução de um discurso proferido pelo editor Allan Kardec na reunião de primeiro de novembro daquele ano da Sociedade Espírita de Paris. Do interessante texto, destacamos alguns pontos a respeito dos efeitos do pensamento.  1- O que é o pensamento? O pensamento é o atributo característico do ser espiritual; é ele que distingue o espírito da matéria: sem o pensamento, o espírito não seria espírito. 2- Qual sua relação com a vontade? A vontade não é um atributo especial do Espírito, é o pensamento chegado a um certo grau de energia; é o pensamento tornado força motora. É pelo pensamento que o Espírito imprime aos membros e ao corpo os movimentos num sentido determinado. 3- O pensamento age sobre os fluidos ambientes? Como o som age sobre o ar.  Esses fluidos nos trazem o pensamento como, o ar nos traz o som. Pode-se, pois, dizer com toda a verdade que há nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos que se cruzam sem se confundirem, como há no ar ondas e raios sonoros. 4- Afirmações sobre poluição mental ou contaminação dos ambientes pelos pensamentos desarmônicos procedem? Comunhão de pensamento quer dizer pensamento comum, unidade de intenção, de vontade, de desejo, de aspiração. Uma assembleia é um foco de onde irradiam pensamentos diversos; é como uma orquestra, um coro de pensamentos onde cada um produz uma nota. Disto resulta uma multidão de correntes e de eflúvios fluídicos dos quais cada um recebe a impressão pelo sentido espiritual, como num coro de música, cada um recebe a impressão dos sons pelo sentido do ouvido.  Do mesmo modo que há raios sonoros harmônicos ou discordantes, há também pensamentos harmônicos ou discordantes. Se o conjunto é harmônico, a impressão é agradável; se é discordante, a impressão é penosa. 5- Essas irradiações precisam estar bem definidas na mente do indivíduo, em forma de palavras, por exemplo? Não há necessidade de que o pensamento seja formulado em palavras; a irradiação fluídica não existe menos, quer ela seja expressa ou não; se todos são benevolentes, todos os presentes nele experimentam um verdadeiro bem-estar, e se sentem comodamente; mas se é misturada com alguns pensamentos maus, eles produzem um efeito de uma corrente de ar gelado no meio tépido.  6- Isso explica sensações agradáveis ou não experimentadas em certos ambientes? Tal é a causa do sentimento de satisfação que se sente numa reunião simpática; ali reina como uma atmosfera moral saudável, onde se respira comodamente; dali se sai reconfortado, porque se está impregnado de eflúvios salutares. Assim se explicam também a ansiedade, o mal-estar indefinível que se sente num meio antipático, onde os pensamentos malévolos provocam, por assim dizer, correntes fluídicas doentias.  7- Mas como o homem percebe isso? A comunhão de pensamentos produz, pois, uma espécie de efeito físico que reage sobre o moral; é o que só o Espiritismo poderia fazer compreender. O homem o sente instintivamente, uma vez que procura as reuniões onde ele sabe encontrar essa comunhão; nessas reuniões homogêneas e simpáticas, ele haure novas forças morais; poder-se-ia dizer que ali recupera as perdas fluídicas que ele faz cada dia pela irradiação do pensamento, como recupera pelos alimentos as perdas do corpo material.


  Li num livro espírita que os animais têm alma. Não pude entender isso. Para mim, só o homem, que é imagem e semelhança de Deus, pode ter alma e pode sobreviver à morte. Se os animais têm alma, então, eles podem reencarnar? (Jurandir)

 

 Dentro da concepção espírita, Jurandir, tudo no universo provém de Deus. Tudo – absolutamente tudo – está em Deus, e não apenas o ser humano, como muita gente pode imaginar. É por isso que se diz que “Deus está em toda parte”. Os instrutores disseram a Kardec ( e isso está em  LIVRO DOS ESPÍRITOS, questão    ) que o espírito é “o princípio inteligente do universo”. Espírito, aqui, no sentido amplo de inteligência natural, e não no sentido de um ser espiritual.

 

 Isso quer dizer que existe um princípio espiritual em toda a natureza: não só no homem, mas no animal, no vegetal e até no mineral. É por isso que o Universo – uma grandeza gigantesca, talvez infinita para a nossa concepção -  está em atividade e transformação constantes, obedecendo a leis inteligentes e precisas. Essas leis estão presentes tanto na pequenez invisível das partículas atõmicas, quanto na imensidão inimaginável das galáxias que se movimentam em velocidade vertiginosa pelo espaço cósmico.

 

 Uma semente que germina, uma flor que desabrocha, um inseto que ganha a vida ou a colisão de invisíveis partículas no interior do átomo – tanto quanto uma explosão solar de descomunais proporções -  tudo obedece a essa inteligência. Isso faz com que possamos conceber que a presença divina está em tudo e que o espírito – como princípio inteligente do universo – preside todas os fenômenos da natureza.

 

 Tanto os minerais como os vegetais, tanto os animais e como o homem, têm um princípio espiritual que, no homem, é o mais desenvolvido (o mais evoluído), haja vista sua capacidade intelectual. Quando Kardec perguntou aos mentores se os animais têm alma, eles responderam que os animais também têm um princípio espiritual que podemos chamar de “alma”, se assim quisermos. É claro, essa alma não tem o nível evolutivo da do homem, que é um ser consciente, milhões de anos à frente da alma animal.

 

  Os animais são os seres vivos mais próximos do homem e também, como tudo, estão sujeitos à lei da reencarnação. A reencarnação é o mecanismo pelo qual a natureza promove a evolução dos seres. Mas a reencarnação animal, em termos evolutivos, está longe de se comparar à reencarnação da alma humana.

 

 Para começar, os animais não têm vida moral. Eles não têm consciência de seus atos, pois são movidos pelo instinto. Portanto, os animais não estão sujeitos à expiação, ou seja, eles não respondem pelos atos que praticam. Por isso, o processo de reencarnação animal obedece a procedimentos específicos. Os animais sofrem apenas e tão somente em decorrência de suas necessidades evolutivas, diferentemente do homem que sofre muito em conseqüência de suas quedas morais – de seus erros e omissões. 


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