faça sua pesquisa

sexta-feira, 16 de julho de 2021

INTERESSANTE LEITURA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Entre as dezenove experiências de regressão de memória a encarnações passadas, inseridas pelo engenheiro frances Albert De Rochas no livro VIDAS SUCESSIVAS, publicado em 1911 (no Brasil em 2005, pela Lachâtre, chama a atenção a de número 8. Na verdade, foi desenvolvida por um amigo de nome Bouvier que testemunhara algumas de suas inusitadas investigações no inconsciente profundo de alguns voluntários entre 1892 e 1910.  Identifica, por razões compreensíveis, apenas pela inicial J. a pessoa estudada, informando ter ela formação certificada de ensino secundário; ser  casada com um militar; mãe de uma menina de 4 anos; de  saúde delicada. Quanto aos critérios por ele adotados e observações feitas, Bouvier explica: 1- a cada pergunta, permanecia sempre a personalidade do momento, sem hesitações.2- Frequência: vários dias, com várias semanas de intervalo, sem respostas contraditórias, revelando em certos casos detalhes, revivendo o momento preciso da existência acessada no passado. 3- Detalhes : ao atingir os dois anos de idade, a fala tornava-se mais difícil, com um ano, quase nada ou pouco falava; mais jovem, parecia mamar ou gemer; 4-  no período pré-nascimento, no ventre materno, curvava-se sobre si mesma ao atingir o quinto mês; aos quatro uma leve descontração; aos três meses, o corpo inclinava-se muito para trás, os membros descansados numa completa inércia. 5- antes da concepção – no momento em que o Espírito ainda está no espaço, faz esforços para subtrair-se à força irresistível que parece atraí-lo; recuando ainda mais no tempo, responde sobre o que faz, qual seu modo de existência até o momento em que novamente retoma o corpo que anteriormente abandonou para entrar numa outra vida, assumindo a mesma atitude quando induzida a penetrar no ventre materno. 6 - fisionomia alterada de acordo com a personalidade, bem como a fala, o tom, procedimentos diferentes sensivelmente do tom e dos gestos de mulher; o mesmo ocorrendo quando passa pela fase da infância. Considerando a existência atual como “Primeira vida”, recua 18 anos, quando teria terminado o que chama de Segunda vida, personalidade feminina, chamando Marguerite Duchesne, filha de Louis Duschene, morta aos 25 anos, em 1860, por doença respiratória, iniciada quando da morte em Briaçon, do jovem soldado Louis-Jules Martin, por quem se apaixonara. Aprofunda-se mais, recuando 55 anos, onde se interrompe a Terceira vida Jules Robert; morto aos 45 anos, em 1780, em Milão, Itália, onde trabalhava talhando mármore para um escultor chamado Paoli, especializado em reproduções de obras de arte para o Vaticano.  Menos 35 anos, surge a  Quarta Vida Jenny Ludovic;  desencarnada aos 30 anos, em 1702, casada com Auguste Ludovic, mãe de dois filhos, , moradora de Plouermel; dedicada a cuidar do lar.  Voltando 157 anos, ressurge a Quinta Vida Michel Berry; morto aos 22 anos, em 1515, em consequência de ferimento causado em batalha por golpe de  lança, em luta pelo Rei da França, Francisco, contra os suíços. Menos 191 anos, a Sexta Vida Mariette Martin; morta aos 20 anos, em 1302, em Vannes, onde atuava como professora, residindo na casa de seu futuro marido, Gaston, morto em acidente ao ser esmagado pelo próprio cavalo. Menos 272 anos, a Sétima Vida Irmã Marthe – morta aos 87 anos, em 1010, sob o reinado de Roberto II, tendo exercido a função de Abadessa em Convento ligado à Companhia de Jesus. Menos 474 anos, a Oitava Vida Carlomée, chefe guerreiro franco, cegado ao ser capturado por Átila, em Charles- Sur-Mane, por volta do ano 449, descrevendo ritos de adoração a Théos incluindo sacrifícios humanos. Menos 139 anos, a Nona Vida –  Esius – Morto queimado aos 40 anos; no ano 279, tendo exercido a função de guardião do Imperador Probus, em Roma, ao qual servia na expectativa de mata-lo por ter-lhe tomado a filha Florina, ação impedida por ter sido descoberto antes. Avança e encontra a Décima VidaIrisée – Viveu por volta do ano 100, num país chamado Imondo, ocupando-se, aos 26 anos, em colher flores para um padre de nome Ali dedicado a oferendas e sacrifícios a dois deuses consagrados à prece, de nome Abrahim e José. Décima Primeira Vida – Criança, morta aos 8 anos. Além das observações do Sr Bouvier, chama a atenção alguns detalhes: 1- Nos quase dois mil anos recuados, a pessoa que estava sendo submetida às regressões, teve apenas 11 encarnações. 2- Os intervalos entre elas, aparentemente eram maiores quanto mais recuada no tempo. 3- Alternaram-se a condição masculina e feminina, com predominância desta. 4- Apenas uma vez na sequência observada, a condição masculina foi subsequente. Os relatos das diferentes personalidades acessadas, preservados no livro são instigantes, oferecendo matéria para outras interessantes cogitações aos estudiosos do assunto.


 Um ouvinte nos contou que, numa conversa com um amigo, ele lhe disse que os espíritas não são cristãos. Cristãos são apenas os católicos e os evangélicos, mas não os espíritas, porque Jesus nunca falou sobre mediunidade e reencarnação, como o Espiritismo ensina.

 

Esta é uma opinião de seu amigo. Nós a respeitamos, é claro, como respeitamos todas as pessoas sinceras que pensam diferente de nós, mas nós não podemos concordar com ela. A divergência entre os espíritas e os demais grupos religiosos, que dizem seguir Jesus, está no tipo de leitura que cada um faz dos evangelhos. O Espiritismo penetra mais fundo, não se prende apenas à letra, mas vai à essência, resolvendo muitas aparentes contradições, que as religiões comuns não explicam. Quando lemos O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, na introdução, lá vemos que o ponto mais alto dos ensinamentos de Jesus é o princípio do amor ao próximo e do amor a Deus. Nesse ponto, todos concordam. Pois bem, essa também é bandeira do Espiritismo. O amor é um sentimento, mas na sua expressão prática chama-se caridade. E é o ponto do evangelho em  que mais o Espiritismo insiste.  Será que há alguma dúvida sobre isso?

Quando Allan Kardec, consultando os mentores espirituais, perguntou qual o sentido de caridade, conforme Jesus, eles responderam: “ Benevolência para com todos, indulgência para com os erros dos outros e perdão das ofensas”. Ora, essa definição dos Espíritos sintetiza toda a sua doutrina moral. Na verdade, Jesus não criou mais uma religião ( já havia muitas naquela época). Mas ele foi um crítico ferrenho dos religiosos de seu tempo – principalmente dos fariseus -  no sentido de demonstrar que seguir os rituais de uma religião não significa nada, se o homem não melhorar sua conduta, se não se esforçar em colocar o amor em ação, até mesmo em relação aos próprios inimigos. O que Jesus mais combateu, portanto, foi a hipocrisia dos que oram muito, dos que só falam em Deus, mas nada fazem para se tornarem homens de bem.

 O ponto alto da Doutrina Espírita está justamente nessa filosofia moral de Jesus, razão pela qual, quando Kardec proclama o lema “Fora da caridade não há salvação”, ele não vincula a salvação às pessoas que pertençam a este ou àquele grupo religioso, mas a toda a humanidade. Assim como Jesus, o Espiritismo não dá valor ao rótulo religioso, mas à conduta da pessoa na sociedade, ao seu caráter e à forma pela qual ela se esforça para respeitar e em amar seu semelhante, praticando atos que revelem um sentimento de verdadeira fraternidade. Não há cristianismo maior que esse, que manda que nos amemos, rompendo com todos os preconceitos, sejam de ordem religiosa, sejam de quem ordem for. E é isso que o Espiritismo ensina.

Quanto à mediunidade e à reencarnação, podemos encontrá-las muito presentes nos evangelhos, sim. Não da maneira clara e direta como o Espiritismo hoje ensina, até porque foi Jesus mesmo quem afirmou que ele não podia ensinar muita a coisa a seu povo naquele momento, pois o povo não o entenderia, mas que  ele mandaria um Consolador que, mais tarde, reviveria tudo o que ele havia dito, restabelecendo suas verdades, e que ensinaria muito mais, coisas que ele não ensinou.  Jesus compreendia as dificuldades e a limitação de seu povo. Não podia despejar conceitos e idéias que, naquele momento, só poderiam confundi-los, pois eles vinham de uma tradição milenar, com dificuldades para assimilar novas verdades, que podiam até contrariar muito do que Moisés lhes trouxera. . Isso Jesus deixa claro no evangelho de João, quando acena para essas novas verdades que viriam no futuro.

No entanto, fenômenos mediúnicos eram comuns na vida de Jesus e os próprios discípulos os presenciaram em várias ocasiões.  O anúncio de seu nascimento à Maria por uma entidade superior – um anjo, segundo a Bíblia -  foi um desses fenômenos. A transfiguração de Jesus, no Monte Tabor, é um fenômeno mediúnico, também conhecido no meio espírita. Fenômeno mediúnico extraordinário aconteceu, também, após a transfiguração, quando Moisés e Elias se materializaram diante de Jesus para conversar com ele, sob as vistas atônitas de Pedro, Tiago e João. E o próprio Jesus, após a morte, comparece várias vezes materializado diante dos discípulos para comprovar que a morte não é o fim, fenômeno que os judeus chamaram de ressurreição. A maioria acreditava que Jesus ressurgiu com o mesmo corpo que havia morrido, mas Paulo, mais tarde, em carta aos Coríntios, explica que se tratava de um corpo espiritual e não de um corpo material. A esse corpo espiritual o Espiritismo chama de perispírito, e um exemplo clássico está no próprio Jesus.

Quanto à reencarnação, igualmente Jesus tocou superficialmente sobre a questão, mas não pôde aprofundá-la pelo motivo já exposto: o povo não estava preparado para entender. O episódio mais contundente e que não deixa dúvida alguma sobre a crença de Deus na reencarnação, deu-se em relação a seu primo, João Batista. Depois que João morreu (sabemos que ele fôra um pregador e que morreu degolado) e os discípulos quiseram saber de Jesus porque as profecias diziam que Elias devia vir primeiro ( ou seja, antes do Messias), Jesus explicou que Elias já tinha vindo, que ninguém o reconheceu, mas que o maltrataram e o mataram, e que Elias era o próprio João Batista. Ora, Elias tinha vividos 9 séculos antes.

 Sobre esse episódio dos evangelhos ( que vamos encontrar nos capítulos 16 e 17 de Mateus, no capítulo 9 de Lucas e nos capítulos 6 e 9 de Marcos), Allan Kardec, n’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, chega à seguinte conclusão:  “A ressurreição podia entender-se com Lázaro, mas não com Elias, nem com os outros profetas. Se, portanto, segundo Jesus, João Batista era Elias, o corpo de João não podia ser o de Elias, pois que se conhecia João desde criança, e seus pais eram conhecidos. Logo, João podia ser Elias reencarnado, mas não ressuscitado.”

 Vemos, assim, caro ouvinte, que a Doutrina Espírita nada mais faz do que retomar Jesus, na sua essência, explicando melhor os evangelhos e dele tirando a essência, ao proclamar em alto e bom tom que o verdadeiro cristão não é propriamente o que vive adorando Jesus, mas, sim, aquele que já é capaz de colocar em prática a lei do amor, por ele ensinado. Nesse sentido, o Espiritismo pode dizer verdadeiramente cristão.


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário