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domingo, 18 de julho de 2021

NÃO É POR ACASO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Lembra daquela vez em que você, em meio a um sentimento de angústia e aflição diante de fatos que lhe marcavam a vida, abriu um livro com conteúdo espiritual e o texto lido parecia lhe oferecer o conforto ou o esclarecimento de que se sentia necessitado?  Mera coincidência foi a primeira conclusão que lhe ocorreu. Algumas passagens envolvendo personagens dos livros escritos pelo Espírito André Luiz, através do médium Chico Xavier mostram que não foi o que você deduziu. Na obra OS MENSAGEIROS (35, 1944,feb), por exemplo, o autor reporta-se a curiosa reunião por ele testemunhada juntamente com numerosos desencarnados no modesto lar de Dona Isabel, pobre viúva e seus três filhos – duas moças e um rapazinho. Pratica mantida regularmente pela família, consistia na leitura e reflexão sobre o tema sugerido pelo Novo Testamento. Descrevendo a dinâmica estabelecida, André Luiz diz que, a certa altura, após uma das meninas ter lido notícia de jornal leigo reportando o suicídio de jovem em bairro distante, Dona Isabel, abriu o livro sagrado, “como se estivesse procedendo ao acaso, mas, em verdade, eu via que Isidoro (marido desencarnado), do nosso Plano, intervinha na operação, ajudando a focalizar o assunto da noite”. No OBREIROS DA VIDA ETERNA ( capítulo 11,1946, feb), relata a visita ao lar de uma senhora ligada à Igreja Presbiteriana, acamada por doença cardíaca, onde a mesma, intuída pelo Instrutor Jerônimo,  solicita a uma de sua filhas lhe pegasse a Bíblia. Após assumir posição para a leitura, segurou firme o livro e, sem que percebesse o Benfeitor Espiritual Jerônimo ajudou-a a abri-lo, em determinada parte cujo conteúdo lhe infundisse bom ânimo.  Na mesma obra, capítulo 16, visitando o lar de Fábio, outro candidato a desencarnação próxima, narra pequena reunião familiar à beira do leito em que o rapaz se mantinha acomodado por imposição da enfermidade que o consumia, e, abrindo o Novo Testamento, sem que notasse, foi auxiliado pelo pai (já desencarnado) encontrando versículo condizente com suas necessidades no momento. No ENTRE A TERRA E O CÉU (capítulo 31,1954, feb), André Luiz fala sobre pequena reunião de estudo evangélico no lar de Antonina, entre  ela, os filhos, e um visitante convidado, Sr Mário Silva,  que, solicitado, ao abrir o volume do Novo Testamento colocado em suas mãos, sem que notasse também foi influenciado pelo Espírito Clarêncio para a descoberta do texto adequado. Assistindo a uma reunião mediúnica descrita no capítulo 16 do NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE (1954, FEB), conta que após a prece de abertura, foi lido um texto edificante de livro doutrinário, em cuja escolha preponderou a influência do Espírito Gabriel sobre o orientador da casa. Por fim, no capítulo 20, acompanhando visita ao lar de lar de Anésia, observou que uma simples prece proferida por ela, atraiu vários desencarnados sofredores carentes de entendimento pela ligação com as preocupações materiais, como solicitando medicação. Observa André Luiz que, após a oração, “ao abrir precioso livro de meditações evangélicas, acreditando agir ao acaso, encontra um tema, na verdade escolhido pela Amiga Espiritual Teonília, que lhe vigiava bondosa os movimentos, notando, com surpresa que o texto se reportava à necessidade de trabalho e perdão”. A resposta à questão 459 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, contudo, esclarece que “os Espíritos influenciam em nossos pensamentos e atos mais que imaginamos, invariavelmente, nos conduzindo”. Pelos exemplos aqui agrupados, fica evidenciado que não existem mesmo acasos.


 

  Quando Jesus fala “curai os enfermos, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios”, conforme Mateus 10:8,  ele está se referindo a quê? Será que podemos curar as pessoas de suas doenças, será que podemos ressuscitar os que já morreram e expulsar os espíritos malignos?  Será que Jesus pode nos dar poderes especiais para fazer tudo isso que ele falou? (Eder Firmino da Silva, Morada do Sol)

 O modo como Jesus se expressava estava de acordo com as condições de vida de sua época e do seu povo, Éder. Havia muita miséria naquele momento, muitas doenças por todos os lados, inclusive a lepra ( considerado o pior dos males). As condições de sobrevivência eram precárias. Não havia médicos para os pobres e a medicina incipiente, que existia, não resolvia a grande maioria dos casos. Muitas pessoas morriam sem qualquer assistência. O ambiente social era de miséria, extrema insegurança e injustiça para com os pobres. Diante desse quadro, Jesus fazia recomendações aos seus apóstolos, que também faziam parte daquele povo.

 Por isso, não podemos tomar as palavras do evangelho ao pé da letra, mas procurar a sua essência,  o seu sentido mais profundo.  Ao dar essas recomendações, ele falava do amor ao próximo, pois todas essas ações ( que ele recomendava), eram formas de servir e de atender aos mais necessitados. Entretanto, o que caracteriza os grandes mestres da humanidade é a natureza de seus ensinamentos: eles não se aplicam somente a um momento da história ou a um determinado povo, mas a todos os povos e a todos os tempos. Eles são sempre atuais, mas devem ser aplicados de acordo com as condições de vida que temos hoje.,

 Tudo em Jesus é espiritual. Ele usava imagens materiais para facilitar do entendimento de seus ouvintes, mas estava sempre se referindo ao espírito. A cura do corpo não é o objetivo da doutrina Jesus; e, sim, a cura da alma. A ressurreição não é de cadáveres, mas a do espírito – o renascimento para novos valores,  novos ideais de vida. A limpeza, de que falava (quando se referia aos leprosos), também é da alma, para que ela se revista de toda pureza de intenções e do elevado anseio de só fazer o bem. Os demônios são as tendências negativas que ainda carregamos  conosco, os nossos próprios demônios, que devem ser extirpadas pela prática do bem e pela educação do sentimento.

 Sendo assim, devemos entender que cada um de nós só tem um poder, Éder. Mas, sem dúvida,  é o maior dos poderes: o poder de se transformar, de se aperfeiçoar e de se divinizar. Ninguém pode mudar ninguém, até porque ninguém manda nos sentimentos de ninguém. Mas, todos nós podemos mudar a nós mesmos. Basta começarmos a fazer o que Jesus recomendou: a prática do bem. E é isso a que se propõe a doutrina que Jesus nos deixou, a doutrina do amor.


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