faça sua pesquisa

domingo, 4 de julho de 2021

OBSESSÃO - ÁREAS DE CONTÁGIO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Quando Allan Kardec ouviu do Espírito da Verdade na resposta à questão 459 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS que a “influência dos desencarnados sobre nossos pensamentos e atos é muito maior que imaginamos e invariavelmente são eles que nos conduzem”, dava importante passo para concluir ser isso possível pela condição de médium ser inerente à condição humana, manifestando-se de forma ostensiva ou mantendo-se latente, por vezes, por uma existência inteira. Hoje, se sabe que essa percepção, conforme dito pelos Espíritos é possível graças a uma das funções da epífise, uma diminuta glândula situada internamente no centro de nossa cabeça, conhecimento, por sinal, de domínio de escolas religiosas do passado, como as da Índia, do Egito ou da África. Kardec associando a revelação às evidências observadas, apresenta n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, a obsessão definida por ele como a influência maior ou menor dos Espíritos desencarnados sobre nossa Dimensão, o que explica inúmeros registros até então incompreensíveis feitos ao longo da história da Humanidade. Na referida obra, encontramos uma classificação genérica sobre os tipos de obsessão, observadas em três níveis os quais abrangem uma infinidade de comportamentos individuais ou coletivos: obsessão simples, fascinação ou subjugação (chamada possessão em algumas manifestações religiosas). Embora a fascinação e a subjugação possam ser a justificativa de inúmeros atos socialmente inexplicáveis na atualidade, como suicídios, homicídios, radicalismos ideológicos - político e religiosos -, a obsessão simples é a mais comum produzindo vítimas a todo momento pela vulnerabilidade mento/emocional das pessoas, distanciadas da imunidade resultante dos pensamentos equilibrados pela ligação com propostas filosófico/religiosas mais espiritualizadas. Espiritualidade hoje é definida como um clima resultante de esforços e ações no nosso mundo interior almejando a conquista e preservação do equilíbrio. A exposição à vivência predominantemente do nosso lado sensorial no liga às influências de inteligências afins com a mesma busca. Alertam algumas obras ilustradas do Espírito André Luiz, existirem algumas áreas ou formas de contágio, não imaginados pela maioria das pessoas. Alinhamos a seguir, as principais: 1 - RUA - É repositório de vibrações antagônicas, em meio de sombrios materiais psíquicos e perigosas bactérias de variada procedência, em vista da maioria dos transeuntes lançar em circulação, não só as colônias de micróbios diversos, mas também os maus pensamentos de toda ordem”. 2 - AMBIENTES  - Doméstico - “Os quadros de viciação mental, ignorância e sofrimento nos lares sem equilíbrio religioso, são muito grandes. Onde não existe organização espiritual, não há defesas  de paz de espírito. Isto é intuitivo para todos os que estimem o reto pensamento”. “Os que desencarnam em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantém ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico”. “Os viciados nas sensações fisiológicas encontram nos elementos desintegrados pelo cozimento, o mesmo sabor que experimentavam quando em uso do envoltório carnal, já que mais de setenta porcento da alimentação comum, o encarnado capta pelos condutos respiratórios”. Casas Noturnas - “O ambiente sufocava. Desagradáveis emanações se faziam cada vez mais espessas, à medida que avançávamos. No salão principal do edifício, onde abundavam extravagantes adornos, algumas dezenas de pares dançavam, tendo as mentes absorvidas nas baixas vibrações que a atmosfera vigorosamente insuflava (...). A multidão de entidades conturbadas e viciosas que aí se movia era enorme. Os dançarinos, não bailavam sós, mas, inconscientemente, correspondiam, no ritmo açodado da musica inferior, a ridículos gestos dos companheiros irresponsáveis que lhes eram invisíveis”. 3 - Sono físico - “A determinadas horas da noite, três quartas partes da população de cada um dos hemisférios da Crosta Terrestre, se acham nas zonas de contato com o Plano Espiritual e a maior percentagem desses semi libertos do corpo, pela influência natural do sono, permanecem detidos nos círculos de baixa vibração. Neles, muitas vezes, se forjam dolorosos dramas que se desenrolam nos campos da carne. Grandes crimes tem nestes sítios as respectivas nascentes e, não fosse o trabalho ativo e constante dos Espíritos protetores que se desvelam pelos homens no labor sacrificial da caridade oculta e da educação perseverante, sob a égide do Cristo, acontecimentos mais trágicos estarreceriam as criaturas”. “Através das correntes magnéticas suscetíveis de movimentação, quando se efetua o sono dos encarnados, são mantidas obsessões inferiores, perseguições permanentes, explorações psíquicas de baixa classe, vampirismo destruidor, tentações diversas”. “Muitas vezes, a mente obsidiada arquiva ordens e avisos do obsessor durante o sono habitual, quando liberamos os próprios reflexos, sem o controle da nossa consciência de limiar, ordens e avisos que a pessoa obsessa atende, de modo quase imediato..



 Li numa reportagem que religião é igual futebol. As pessoas ficam apaixonadas por suas crenças e por isso não dão o braço a torcer. Ter uma religião é, assim, como torcer para um time que, mesmo perca, o torcedor sempre vai achar que é o melhor. (Comentário do Adailton)

 Paixão tem um componente emocional muito forte que, quase sempre, extrapola a razão. Está mais para um impulso instintivo do que propriamente para um sentimento. Os princípios morais não são os mesmos. E isso a gente pode perceber com clareza no mundo dos esportes. A simpatia, que uma pessoa tem por um time, pode chegar às raias da loucura, levá-la a atitudes e condutas de consequências desastrosas para ela e para os outros.

  A paixão é uma modalidade de fanatismo, uma entrega total da vontade ao sabor das emoções, que corre o risco de cultivar o egoísmo, alimentar o orgulho, dispensando o raciocínio e o bom senso. Para a Doutrina Espírita não deve ser esse o sentimento que liga uma pessoa de bom senso à sua religião, pois o sentimento religioso deve ser algo mais profundo e mais comprometido com os valores da vida.   Não obstante, o cultivo da religião como paixão que leva ao sentimento de separação e à violência, tem acontecido de forma desastrosa na história da humanidade.

 Quanto desatino, quanta violência em nome de Deus! Isso veio do passado da humanidade, quando as pessoas se entregavam de forma total e descontrolada à suas crenças nem sempre racionais e, com isso, perdiam a capacidade de raciocinar ou de medir as consequências de seus atos. Basta consultarmos a História – a história antiga, a Idade Média, a Idade Moderna e até mesmo a Contemporânea – e vamos perceber que até hoje, infelizmente, existem esses resquícios do passado.

  Em pleno século XXI – século da ciência, da racionalidade e das grandes conquistas sociais -  não devemos mais confundir religião com paixão, porque isso significaria um retrocesso à ignorância e às atrocidades do passado. Agora a postura deve ser outra. A religião deve ser tão racional quanto a filosofia, pois a inteligência humana é suficiente para nos esclarecer que somos iguais perante Deus e perante as leis e que, portanto, religião não pode ser mais terreno de disputa.

 Por outro lado, o que leva uma pessoa a torcer por um determinado time de futebol é simplesmente a simpatia que tem por esse time. Neste caso, o único vínculo entre o torcedor e seu clube de preferência é de ordem emocional. É como o vínculo afetivo que nos liga aos familiares e amigos, que faz com que os amemos sejam eles quem forem. Na religião é diferente. A religião teve ter um componente de racionalidade, sem o que ela não nos propiciará uma fé robusta e inabalável diante das dificuldades da vida.

 Allan Kardec, no livro O CÉU E INFERNO, abordando a questão da vida espiritual, afirma que não basta ao espírita dizer que crê na vida futura. Mais do que isso, ele precisa saber se isso é verdade. Apenas crer pode ser somente uma condição que o leva a se acomodar numa situação e não querer sair de lá, não porque sabe o que está fazendo, não porque compreende objeto de sua crença, mas porque se nega a pensar sobre isso, deixando que outros pensem por ele.

 Eis porque, do ponto de vista espírita, a crença é pessoal  e, portanto, ninguém deve pensar pelo outro. E não se pode confundir a paixão por um clube esportivo com o respeito e o amor pelo seu objeto de fé e devoção. A paixão é instintiva e apenas emotiva ( pode ser absurda,  irracional) , enquanto a religiosidade (mais do que a religião) deveria ser produto de uma construção intima que cada um vai conquistando na medida em que aprende a examinar a validade e as consequências morais de sua fé e de suas obras.

 

  

Nenhum comentário:

Postar um comentário