A chamada Codificação do Espiritismo teve obviamente encontrou em Allan Kardec grande responsável, razão pela qual, segundo o Espírito Irmão X na mensagem KARDEC E NAPOLEÃO psicografada pelo médium Chico Xavier em apresentada no livro CARTAS E CRONICAS (feb, 19 ) renasceu na cidade de Lião, França, no dia 3 de outubro de 1803, Denizard Hipollite Léon Rivail. Muitos seguidores de suas ideias o municiaram de informações de fenômenos que testemunhavam em várias partes da Europa e algumas cidades do norte da África. Os próprios Espíritos Superiores que nos bastidores da invisibilidade davam sinais dessa atuação em grupos que foram surgindo antes mesmo do lançamento da primeira versão d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, em 1857. E o faziam através de médiuns pouco letrados, o que servia de confirmação da autenticidade do fenômeno. No número de julho de 1863, da REVISTA ESPÍRITA, uma mensagem de Santo Agostinho serve de exemplo. Foi recebida na cidade de Sétif, na Argélia, e enviada por um membro da Sociedade Espírita de Paris chamado Sr Dumas, que explicou ter sido psicografada por um médium totalmente iletrado acrescentando que o sensitivo não conhecia o sentido da maioria das palavras e nos transmitindo o nome de dez pessoas notáveis que assistiram à sessão, o que mereceu de Allan Kardec o seguinte comentário –“Os médiuns iletrados, que recebem comunicações acima de seu alcance intelectual, são muito numerosos. Acabam de mostrar-nos uma página verdadeiramente admirável, obtida em Lyon por uma senhora que não sabe ler nem escrever e não conhece uma palavra do que escreve; seu marido, que quase não sabe mais que ela, o decifra por intuição durante a sessão, mas no dia seguinte isto lhe é impossível. As pessoas a lêem sem muita dificuldade. Não está aí a aplicação destas palavras do Cristo: “Vossas mulheres e vossas filhas profetizarão e farão prodígios?” Não é um prodígio escrever, pintar, desenhar, fazer música e poesia quando não se o sabe? Pedis sinais materiais: Ei-los. Dirão os incrédulos que é efeito da imaginação? Se assim fosse, seria preciso convir que tais pessoas têm a imaginação na mão, e não no cérebro. Ainda uma vez, uma teoria não é boa senão quando consegue explicar todos os fatos. Se um único fato vem contrariá-la, é que é falsa ou incompleta”. Explicando a razão de comunicações espirituais de conteúdo elevado ser recebida por médiuns de conduta discutível, Santo Agostinho, entre outras coisas diz: -“ Muitas vezes vos admirais ao ver faculdades mediúnicas, sejam físicas ou morais, que, em vossa opinião deveriam ser prova de mérito pessoal, em pessoas que, por seu caráter moral, estão colocadas abaixo de semelhante favor. Isto se prende à falsa ideia que fazeis das leis que regem tais coisas, e que quereis considerar como invariáveis. O que é invariável é o objetivo; os meios variam ao infinito, a fim de ser respeitada a vossa liberdade. (...). Deus emprega as faculdades e as paixões de cada um, e as utiliza em suas respectivas esferas, fazendo sair o bem do próprio mal. Os atos do homem, que vos parecem tão importantes, para ele nada são; aos seus olhos, é a intenção que faz o mérito ou o demérito”. Contudo adverte: -“Observai e estudai cuidadosamente as comunicações que recebeis; aceitai o que a vossa razão não rejeitar; repeli o que a choca; pedi esclarecimentos sobre as que vos deixam na dúvida”.
Eu gostaria de saber
como que um ateu, quando morre, desperta no mundo espiritual. Como será que ele
vai reagir, quando descobrir que a vida continua? (Luana)
Em primeiro lugar, Luana, não podemos deixar
de entender o que é realmente um ateu. No sentido restrito da palavra, ateu é a
pessoa que não acredita na existência de Deus. Esta palavra “ateu” surgiu na
Grécia Antiga, e era aplicada às pessoas que não acreditavam nos deuses gregos.
Daí “atheós” – o prefixo “a” quer dizer
“sem” e o radical “theós”, quer dizer deus. Portanto, o ateu é o “homem sem
deus”.
A fé ou crença é um sentimento. Sentimento
ninguém vê, Luana. Tanto crê aquele que acredita em Deus quanto o que não
acredita. O primeiro acredita que Deus existe; o segundo acredita que Deus não
existe. Ambas são formas de crença. Só a pessoa, que crê, é que sabe realmente
qual o seu sentimento. Os outros, não.
Ela pode dizer que acredita numa coisa, mas, na realidade, não acredita; ou
pode dizer o contrario: que não acredita, quando, na verdade, acredita. O
máximo que podemos saber de um sentimento de fé é pela conduta da pessoa –
pelas suas atitudes e comportamentos. Mas, mesmo assim, a pessoa pode
dissimular e aparentar que acredita numa coisa, quando na verdade não acredita.
Geralmente, chamamos de “ateu” àquele que
afirma que Deus não existe, que o Espírito não existe e que, portanto, nossa
vida começa e acaba neste mundo, depois dos poucos antes que vivemos aqui. Para
ele, nada existiu antes de nossa concepção e nada existirá depois da morte do
corpo. Muitos, hoje, assumem essa postura, porque, no passado, dizer-se “ateu”
era correr um risco, por causa do preconceito religioso dominante. Hoje, para
os intelectuais, virou moda.
Assim mesmo,
o fato de um individuo dizer-se ateu, não nos garante que realmente ele
não acredita em Deus, nem tampouco que ele queira acreditar. Muitas vezes, essa pessoa não é um ateu
propriamente dito, mas um cético. Cética é a pessoa que duvida. Duvidar é
uma coisa, “não crer” é outra. Duvidar é guardar uma expectativa de que ainda
pode crer, se lhe derem razões para isso. Veja a história de Tomé no Novo
Testamento: ele só acreditou quando pode por a mão em Jesus.
Há uma obra do astrônomo, Carl Sagan, “O Mundo
Assombrado pelos Demônios”. Nesse livro, ele faz uma ferrenha crítica sobre o
pensamento religioso, questionando tudo o quanto a religião afirma. Mas, ao
mesmo tempo em que tece essa crítica, ele se ele se mostra aberto a examinar a
questão. Significa que ele não a despreza, não a abandona, mas se coloca à
disposição da “verdade”. Se lhe provarem que é verdade, ele acredita. Esse é o
espírito do cético. A grande maioria dos ateus são, na verdade, céticos.
Carl Sagan – um dos maiores expoentes da
astronomia moderna – autor de vários projetos de pesquisas espaciais do governo
americano e que grande contribuição deu
à ciência - desencarnou anos atrás. Como
será que ele reagiu, quando tomou ciência de que já não estava mais no mundo
dos vivos? É a pergunta que você faz. Para Sagan talvez não tenha sido muito
difícil, até porque ele foi um homem respeitável, que se preocupou em encontrar
a verdade. É como uma boa surpresa, de que somos tomados, principalmente se já
temos uma expectativa de que algo agradável pode nos acontecer.
O despertar do Espírito no mundo espiritual –
seja ele ateu ou religioso - só tem a ver mesmo com o que fez aqui na Terra. Se
sua consciência está mais ou menos tranqüila, ele não vai encontrar grandes
dificuldades; pelo contrário, ele vai aceitar o que antes rejeitou. Mas se ele
foi negligente, irresponsável ou maldoso, com certeza, ser-lhe-á difícil
encarar a continuidade da vida, por causa das conseqüências de seus atos. Se o
ateu foi uma pessoa de bem, com certeza, terá uma agradável surpresa e muito
mais mérito do que um religioso, que só soube adorar a Deus, mas nada construiu
de bom e aproveitável neste mundo. Quando proferiu esta frase, “A quem muito
foi dado, muito será pedido”, Jesus deixou claro que, nesta vida, o que vale é
o bem que se faz e o mal que se consegue evitar. Aquele que pautar sua vida por
este princípio nada terá a temer quando despertar do outro lado da vida.
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