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domingo, 1 de agosto de 2021

DUVIDA COMUM; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

O problema foi apresentado a Allan Kardec em carta reproduzida na REVISTA ESPÍRITA de agosto de 1863, por um espírita de Lucarno, pequena cidade turistica da Suíça, mas constitui-se na dúvida de muitos: -“Porque Deus permite que os bem intencionados sejam enganados pelos que os deveriam esclarecer? Com aquela ponderação característica o Mestre lionês responde: -“O mundo corpóreo, retornando ao mundo espiritual pela morte, e o mundo espírita, fazendo o caminho inverso pela reencarnação, resulta que a população normal do espaço que circunda a Terra é composta de Espíritos provenientes da Humanidade terrestre. Sendo esta Humanidade uma das mais imperfeitas, não pode dar senão produtos imperfeitos, razão por que à sua volta pululam os Espíritos maus. Pela mesma razão, nos mundos mais adiantados, onde o bem reina sem limite, só há Espíritos bons. Admitindo isto, compreender-se-á que a intromissão, tão frequente, dos Espíritos maus nas relações mediúnicas é inerente à inferioridade do nosso globo; aqui se corre o risco de ser vítima dos Espíritos enganadores, como num país de ladrões o de ser roubado. Não se poderia perguntar, também, por que permite Deus que pessoas honestas sejam despojadas por larápios, vítimas da malevolência e alvo de toda sorte de misérias? Perguntai antes por que estais na Terra, e vos será respondido que é porque não merecestes um lugar melhor, salvo os Espíritos que aqui estão em missão. É preciso, pois, sofrer-lhe as consequências e envidar esforços para dela sair o mais cedo possível. Enquanto isto, é necessário esforçar-se por se preservar das investidas dos Espíritos maus, o que só se consegue lhes fechando todas as brechas que lhes poderiam dar acesso em nossa alma, a eles se impondo pela superioridade moral, a coragem, a perseverança e uma fé inabalável na proteção de Deus e dos Espíritos bons, no futuro que é tudo, ao passo que o presente nada é. Mas como ninguém é perfeito na Terra, ninguém se pode vangloriar, sem orgulho, de estar ao abrigo de suas malícias de maneira absoluta. Sem dúvida a pureza de intenções é importante; é a rota que conduz à perfeição, mas não é a perfeição e, ainda, pode haver, no fundo da alma, algum velho fermento. Eis por que não há um só médium que não tenha sido mais ou menos enganado. A simples razão nos diz que os Espíritos bons não podem fazer senão o bem, pois, do contrário, não seriam bons, e que o mal só pode vir dos Espíritos imperfeitos. Portanto, as mistificações só podem provir de Espíritos levianos ou mentirosos, que abusam da credulidade e, muitas vezes, exploram o orgulho, a vaidade ou outras paixões. Tais mistificações têm o objetivo de pôr à prova a perseverança, a firmeza na fé e exercitar o julgamento. Se os Espíritos bons as permitem em certas ocasiões, não é por impotência de sua parte, mas para nos deixar o mérito da luta. A experiência que se adquire à sua custa sendo mais proveitosa, se a coragem diminuir, é uma prova de fraqueza que nos deixa à mercê dos Espíritos maus. Os Espíritos bons velam por nós, assistem-nos e nos ajudam, mas sob a condição de nos ajudarmos a nós mesmos. O homem está na Terra para a luta; precisa vencer para dela sair, senão fica nela”.


Uma leitora de Curitiba, escrevendo para a revista VEJA, após ler a reportagem sobre o filme “Nosso Lar”, disse que, se realmente existisse reencarnação, cada vez que o Espírito renascesse ele estaria mais evoluído e, desse modo, a humanidade hoje seria mais evoluída do que no passado. Mas, segundo ela, isso absolutamente não está acontecendo, pois temos muito mais violência que antigamente.

 Este é um tema constante em nossa página. Aliás, temos feito inúmeras referências ao progresso da humanidade, embora haja pessoas que não percebem o quanto temos caminhado ao longo dos séculos. Naturalmente, para podermos avaliar o caminhar do homem, através dos tempos ( e isso se deve à reencarnação dos Espíritos e das coletividades), precisamos conhecer um pouco de História. É a História que nos conta como o mundo era no passado e porque ele chegou aos dias atuais.

 Não há dúvida de que ainda hoje, século XXI, temos inúmeros problemas graves que ameaçam a paz e causam intranquilidade. Mas, precisamos considerar, primeiramente, que a população vem aumentando quase que geometricamente e com ela suas necessidades, suas aspirações e, mais que isso, a eficácia dos meios de comunicação, que nos põem a par do que está acontecendo em cada ponto do mundo, em qualquer momento. É claro que, todos os dias, somos insistentemente bombardeados pelas más notícias, e isso nos causa temor.

  A humanidade do passado – e quando mais passado, mais percebemos isso – era mais ignorante e cruel. As guerras serviam para escravizar e a escravidão era lei nos povos mais adiantados. As comunidades viviam mais ou menos isoladas, a violência e as guerras eram constantes. Mas, já superamos inúmeras etapas Um grande indicador disso é a evolução das leis. Ao longo dos séculos, a lei se torna cada vez mais próxima do ideal que buscamos ( de respeito, dignidade e humanismo), e a legislação sempre revela um anseio das coletividades, que não estão mais interessadas em violência e muito menos em guerra.

 Entretanto, isso não impede que a violência e a guerra ainda existam, até porque o processo evolutivo é lento e depende muito da evolução individual. Mas a evolução deve ser vista no conjunto da humanidade. Ela não cresce em linha reta ascensional: individual ou coletivamente, e está sujeita a altos e baixos, porque é um processo complexo que cuida do ser humano como um todo. O Espírito, que viveu na pré-história, veio reencarnando com o passar dos séculos e se aperfeiçoando em inteligência, em conhecimentos, em habilidades e em moral.

 Evidentemente, por mais violência que ainda temos no mundo, não podemos comparar o estado atual da Terra com o cenário terrestre no tempo de Jesus, há 2 mil anos. Viver hoje – com as condições que já temos – nada tem a ver com a vida daquela época, onde o atraso moral e intelectual era significativamente grande em relação aos dias atuais. Só esperamos que o homem desperte logo para os valores ensinados por Jesus, porque, então, poderemos dar um salto significativo na conquista da  paz.

 Apenas para nos fixar num exemplo de progresso da humanidade, lembramos das referências ao duelo e à escravidão, que Kardec faz em suas obras. O duelo – um combate mortal entre inimigos – era aceito na Europa naquele tempo, tanto quanto a escravidão, como tivemos no Brasil. No entanto, os Espíritos diziam a Kardec que tanto o duelo como a escravidão desapareceriam da face da Terra, como de fato já aconteceu. Os Espíritos também disseram que também a guerra desapareceria.


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