“Sendo os primeiros médicos da alma de seus filhos, os pais deveriam estar instruídos, não só de seus deveres, mas dos meios de cumpri-los; não basta ao médico saber que deve procurar curar, é preciso que saiba como deve fazê-lo. Ora, para os pais, onde estão os meios de se instruírem sobre essa parte tão importante de sua tarefa? Dá-se às mulheres muita instrução hoje; fazem-na suportar exames rigorosos, mas jamais foi exigido de uma mãe que ela saiba como deve fazer para formar o moral de seu filho? São-lhes ensinadas receitas do governo da casa; mas se a iniciou nos mil segredos de governar os jovens corações? Os pais são, pois, abandonados sem guia à sua iniciativa, é por isso que, frequentemente, tomam um falso caminho; também recolhem, nos erros de seus filhos tornados grandes, o fruto amargo de sua experiência ou de uma ternura mal combinada, e a sociedade toda disso recebe o contra golpe. Uma vez que está reconhecido que, o egoísmo e o orgulho, é a fonte da maioria das misérias humanas, que enquanto reinarem sobre a Terra, não se podem esperar nem paz, nem caridade, nem fraternidade, é preciso, pois, atacá-los no seu estado de embrião, sem esperar que sejam vivazes”. O atualíssimo comentário está registrado numa matéria da REVISTA ESPÍRITA, edição de fevereiro de 1864. Passado mais de um século e meio da avaliação observa-se no comportamento social no que tange à educação da criança distorções a que podem ser atribuídas as causas dos efeitos observados na formação das personalidades observadas na condutados Espíritos reencarnados nas fases conhecidas como adolescência, juventude e, por fim na vida adulta. Claro que há exceções, todavia focadas mais nas preocupações com aspectos da vida material do que espiritual, como se tudo se resumisse a breve passagem por esse Plano existencial. A visão de educação é parcial, não integral. Ignorada pela Humanidade encarnada a influência espiritual tenta, porém, atuar minimizando os efeitos, pois, como dito por uma entidade espiritual “o Auxílio Divino é como o Sol, irradiando-se para todos. As instituições e as almas que se voltam para o Pai Celestial recebem o suprimento de recursos de que necessitam, segundo as possibilidades de recepção que demonstrem”. Como, poderão perguntar alguns? A resposta também emana da Dimensão Invisível: -“Não de maneira ostensiva, mas pelo pensamento. A intuição beneficia em toda parte e, quanto mais alto é o teor de qualidades nobres na criatura, mais ampla é a zona lúcida de que se serve para registrar o socorro espiritual”. Onde? é dúvida que brota naturalmente. Explicam os Espíritos que “as reuniões públicas de caráter espiritual é o meio através do qual agem grandes falanges de aprendizes da fraternidade em ação”. Contudo, segundo eles, quando reunião obedece à pura convenção social, funcionando como exibição de vaidade ou poder, a colaboração resulta invariavelmente nula, pois, interesses rasteiros, dos participantes - seja qual for o papel que desempenhem - constituem sólido entrave contra o auxílio. Garantem que “se a dinâmica é simples, partilhada por mentes e corações sinceros, inclinados à caridade evangélica e centralizados na luz da oração, com os melhores sentimentos que possuem, se reveste de grande valor, pelas vibrações de paz e carinho que arremessa na direção daquele a quem é endereçado”. Resumindo: -“O cultivo da oração é o meio mais seguro para sua influência. A mente que se coloca em prece estabelece um fio de intercâmbio natural”...
Allan Kardec, no livro “A GÊNESE”, traz oportunas
considerações a respeito do que ele
chama de presciência, ou seja, visão do futuro. Ali ele trata dessa faculdade
humana, que realmente pode ocorrer, independente da vontade da pessoa, ou seja,
sem que ela tenha um domínio sobre isso. Assim, pode alguém se deslumbrar com a
revelação de um vidente, recomendá-lo a um amigo e, quando esse amigo procura o
vidente, acaba tendo uma grande decepção.
Essa percepção pode funcionar para um e não funcionar
para outro, pode funcionar num momento e falhar no outro, tanto quanto pode
deixar de funcionar, de repente. Quando se trata de faculdade mediúnica ou
paranormal, ninguém pode garantir nada, até porque não somos perfeitos. A
premonição, profecia, visão do futuro ( ou precognição, segundo a
Parapsicologia), é uma sensação intuitiva de um fato futuro, e, ao contrário do
que muitos pensam, ela pode ser notada
por qualquer pessoa em variados graus de percepção.
Vulgarmente ela é chamada de “vidência” e o médium de “vidente”, como se a pessoa, que faz tais previsões,
possa “ver” ou “visualizar” cenas que estão para acontecer. Para a Parapsicologia, no entanto, existe o “clarividente”,
que é a pessoa que pode perceber cenas à distância, fora do alcance comum da
visão humana. No meio espírita, é chamado de vidente o médium que pode ver
Espíritos, descrevê-los, e não propriamente aquele que faz revelação do futuro.
Na verdade, se o vidente pudesse realmente ver
o que vai acontecer, o futuro já estaria determinado. Dizer isso é também dizer
que tudo o que fizéssemos para evitar que um
fato desagradável nos acontecesse – um acidente, por exemplo - de nada valeria. Sendo assim, de nada valeria
o nosso livre-arbítrio e não haveria nenhuma vantagem em se consultar um
vidente. O que os estudos têm demonstrado a respeito é que todo mundo tem
alguma capacidade de “intuir”o o futuro, mas nada está definitivamente decidido
sobre o que vai acontecer. O que existem são apenas probabilidades.
Qual a probabilidade de um fumante inveterado
adquirir uma doença como câncer no pulmão ou enfisema pulmonar, por exemplo?
Qual a probabilidade de uma pessoa, que não fuma, adquirir tais doenças? Não é
difícil responder. Aliás, já existem até estatísticas a respeito, sem que para
isso precisamos consultar algum adivinho ou paranormal. Logo, não existe
segredo quanto à percepção do futuro. O que pode acontecer, entretanto, é o
fato de a pessoa ter uma percepção mais aguçada, uma sensibilidade espiritual
mais desenvolvida e, assim, captar algumas informações que o comum das pessoas
não consegue.
Os estudos de laboratório realizados pelo Dr. Joseph Banks Rhine, na Universidade de
Duke, Estados Unidos, durante várias décadas, demonstraram que a premonição
realmente existe em maior ou menor grau,
conforme a pessoa. Sendo assim, existe um número reduzido de pessoas, que
possui essa faculdade de uma maneira mais acentuada, mas, assim mesmo, o que
ela percebe não passa de probabilidades, pois o que vai acontecer com cada um
de nós – daqui a algum ou a muito tempo
– depende muito de nossas próximas decisões e, sobretudo, de nossas ações.
Há pessoas, que podem vislumbrar com mais
facilidade certos caminhos, quando consultadas a respeito; que vêem certas
chances do que pode ocorrer isso ou aquilo; que podem, inclusive, acertar
algumas previsões, mas não existe ninguém que pode garantir 100% que tudo que
está dizendo vai realmente acontecer.
Por isso mesmo, muitos que puderam constatar
em si essa capacidade, dedicaram-se à arte da adivinhação, leitura de sorte, à
prestidigitação e coisas semelhantes, usando desse expediente como meio de vida. A indústria da vidência, hoje em
dia, rende milhões e milhões de dólares todos os anos. O vidente é a pessoa que pode perceber alguma coisa e, mas
quando nada percebe ( porque essa
percepção não depende de sua vontade), é bem provável que ela vai recorrer a
técnicas de adivinhação para defender o seu ganho. Um coisa é certa: o Espiritismo não usa desse expediente.
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