Os números não mentem: o Brasil já ostenta o oitavo lugar em casos de suicídio entre os países monitorados pela OMS – Organização Mundial de Saúde. A Associação Brasileira de Psiquiatria considera que 17% da população do nosso País, já pensou, em algum momento, em cometer o suicídio. Fatores como perda financeira ou de emprego, dor crônica ou doença, falta de esperança, histórico familiar, abuso de álcool ou outras substâncias viciantes, distúrbios de humor, esquizofrenia, distúrbios de personalidade, estão entre mais considerados na análise do problema. Acredita-se atualmente que alterações no funcionamento do cérebro determinados pelo “stress” ou outros processos de mudanças epigenéticas nos genes e na regulação da emoção e do comportamento causadas por mudanças no sistema de neurotransmissores, podem originar ideias ou impulsos suicidas. Naturalmente nenhumas das publicações oficiais consideram a hipótese da anterioridade da vida do indivíduo. Talvez somente aqueles que se dedicam à restauração da saúde mental usando os caminhos das Terapias de Vidas Passadas, consideram elementos transcendentes para explicar ou justificar compulsões na área da autodestruição. O Espiritismo, revela que o traumatismo derivado de suicídio em outras vidas, mantém-se latente na memória integral do indivíduo, ressurgindo na mesma idade cronológica em que tal atitude foi levada a termo no passado, tentando-o a repetir a tentativa de fuga aos problemas existenciais. Mostra ainda a ação de entidades desencarnadas, influenciando progressivamente o individuo no fluxo inestancável de sua atividade mental, até o ponto de subjugá-lo na execução do ato extremo. Cartas psicografadas pelo médium Chico Xavier, demonstram a coautoria de Espíritos obsessores nas ações dramáticas do encarnado vitimado Os estudiosos concordam que os suicidas estão passando invariavelmente por uma doença mental que altera, de forma radical, sua percepção da realidade, interferindo em seu livre arbítrio. Estão certos. Afinal, construímos permanentemente nossa realidade, sendo perseguidos pelos efeitos que nós mesmos causamos na nossa caminhada evolutiva. E, pelo que observa a Doutrina Espírita, tais efeitos são atenuados pelas circunstâncias, visto que o impacto daquilo a que fazemos jus pelas opções equivocadas do passado, dificilmente seria suportado se recaísse sobre nós de uma vez. Limitações físicas, mentais, deformações, membros superiores ou inferiores atrofiados ou mutilados desde a vida intrauterina, são explicáveis pelos tipos de suicídio escolhidos outrora, como respondido pelo médium Chico Xavier em programa de entrevista de que participou. O Espírito Emmanuel, no livro RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS (1961;feb), na mensagem SUICÍDIO, apresenta uma série de associações bastante lógicas diante das dificuldades de entender-se muitos dos enigmáticos problemas estampados em corpos físicos por nós observados. Por sinal, amplia nosso entendimento, comentando: -“Segundo o tipo de suicídio, direto ou indireto (alimentação, temperamento, sobrecarga causada por dependências químicas, etc), surgem as distonias orgânicas derivadas, que correspondem a diversas calamidades congênitas, inclusive a mutilação e o câncer, a surdez e a mudez, a cegueira e a loucura, a representarem terapêutica providencial na cura da alma”. A médium Yvonne do Amaral Pereira, se fez instrumento para a construção de obras importantíssimas para entendermos os mecanismos utilizados pela Providência Divina nos inevitáveis programas de reabilitação de Espíritos de suicidas. Entre elas, o clássico MEMÓRIAS DE UM SUICIDA do Espírito Camilo Carlos Botelho (na verdade, Camilo Castelo Branco), o atualíssimo DRAMAS DA OBSESSÃO; escrito pelo médico Adolfo Bezerra de Menezes. Buscando ouvir a Espiritualidade das questões 943 a 957 n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Allan Kardec obtém informações do tipo “as tribulações da vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem se queixar, porque serão recompensados! Infelizes, ao contrário, os que esperam uma saída nisso que, na sua impiedade, chamam de sorte ou acaso. Creditam o suicídio, “a efeito da ociosidade, da falta de fé e geralmente da saciedade. Para aqueles que exercem suas faculdades com um fim útil e segundo as suas aptidões naturais, o trabalho nada tem de árido e a vida se escoa mais rapidamente; suportam suas vicissitudes com tanto mais paciência quanto mais agem tendo em vista a felicidade mais sólida e mais durável que os espera”.
Esta questão foi proposta por uma senhora, que nos procurou dias atrás, pedindo para não pode ser identificada no programa, por causa de algumas restrições da família. Parecendo preocupada, ela fez a seguinte colocação: “Ultimamente, venho sonhando com pessoas que já morreram. Algumas são parentes, pessoas conhecidas, outras não. Essas pessoas falam comigo, mas eu não consigo entender o que elas falam. Gostaria de saber o que isso significa: se é bom, se é ruim e,se for ruim, o que devo fazer para não ter mais esses sonhos; e, se for bom, no que posso ajudar.”
Primeiramente, prezada senhora, nós podemos dizer o que você já sabe: sonhos são lembranças de situações que ocorrem em nível mental quando estamos dormindo. Durante o sono, segundo o espírito André Luiz, há, pelo menos, duas situações que podem ocorrer e, às vezes, as duas ocorrem ao mesmo tempo: ou penetramos mais fundo em nosso mundo íntimo, buscando saída para os nossos problemas; ou, então, nos desligamos parcialmente do corpo e vamos ter contato com o mundo espiritual.
No primeiro caso, estão os chamados “sonhos reflexivos”, ou seja, aqueles que refletem a nossa vida mental, os nossos desejos, os nossos anseios, os nossos problemas, medos e preocupações. Neste caso, o sonho funciona como uma espécie de busca de solução, ou mesmo de fuga, através do qual queremos remover as dificuldades íntimas que nos incomodam. Os sonhos reflexivos geralmente mostram os problemas e anseios desse mundo interior, onde certamente procuramos respostas e soluções.
O outro tipo de sonho, mais profundo, é o que chamamos de “sonho espírita”; é aquele que nos revela facetas do mundo espiritual. O espírito, parcialmente, se liberta do corpo e pode perceber outro mundo à sua volta, onde podem se encontrar, inclusive, pessoas já desencarnadas – familiares, amigos ou até mesmo inimigos. Mas isso não acontece por acaso: ou o sonhador está a procura de ajuda, de respostas e soluções, ou ele está sendo procurado por Espíritos, geralmente familiares, por algum motivo.
Apenas com as informações, que você nos passa, não podemos afirmar com absoluta convicção que tipo de sonho você teve. Mas, pela sua descrição – de que tem visto pessoas, que já morreram, e de forma indiscriminada, isto é, qualquer pessoa – é bem possível que você esteja procurando respostas para a vida. E, como você sabe, a principal pergunta que fazemos neste mundo é se a vida continua, se vamos continuar existindo depois da morte. Ao que tudo indica, você está procurando essa resposta, até porque você não sonha apenas com determinado Espírito, mas com muitas pessoas –até desconhecidas – que já desencarnaram.
Além do mais, não se trata da visão de um Espírito em particular, de um mesmo familiar ou amigo, que pareça necessitar de alguma coisa. São várias pessoas que falam com você, mas você não se lembra do que elas falam. Isso pode mostrar que todas elas têm a mesma resposta, mas você ainda não está suficientemente preparada para ouvir. Neste caso, o mais recomendável é que você procure alguma orientação espírita com pessoas confiáveis, que leia alguma coisa sobre o Espiritismo, algum livro mais simples que lhe passe as informações básicas sobre a continuidade da vida além da morte.
O que pode estar acontecendo - esta é uma hipótese que levantamos – é que você continua com sérias dúvidas sobre a imortalidade, com muita insegurança quanto ao futuro, talvez não de forma consciente, mas inconscientemente. A via mais eficaz para que a gente possa se convencer da continuidade da vida não é o fenômeno em si, nem mesmo os sonhos com os mortos, mas a via do raciocínio, da razão, que podemos adquirir através da busca de informações, do conhecimento. Procure um centro idôneo e uma orientação, mas, acima de tudo, comece a ler alguma coisa para se esclarecer de forma segura.
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