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segunda-feira, 20 de setembro de 2021

AQUI QUE É COMO LÁ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 “-Estamos num parque-cidade-jardim, se posso definir com estas três palavras o grande centro de recuperação e cultura em que presentemente nos achamos. O vovô Engelberto e o vovô Eugênio entabularam entendimentos para que fôssemos admitidas num grande instituto de reformulação espiritual e tivemos permissão para desfrutar a companhia e a proteção da mãezinha Custódia que nos serve de governanta maternal. Penso que ficarão satisfeitos se lhes contar que fomos admitidas pela Diretora, a Irmã Frida, da lista de amizades do vovô Engelberto, com a maior distinção. Naturalmente, éramos neófitas e o receio nos marcava a presença. O vovô dirigiu-se a ela, em alemão, e ambos conversaram animadamente. Voltando-se cortesmente para nós, se bem me lembro, a Irmã Frida nos disse sorrindo: -“Brech Gut. Es wird mich scher freuen ihnen nutzlich zun sein”. Compreendo que não guardei de cor a antepenúltima expressão dela, mas o vovô solicitou-me a troca de ideias em português e a nossa Diretora, sem pestanejar, se exprimiu em português – brasileiro com tal mestria que nos sentimos à vontade para a instalação em perspectiva. A cidade é grande e especializada”. A informação é dada aos pais na segunda mensagem psicografada por Jane Furtado Koerich pelo médium Chico Xavier, dezessete meses após ela, sua irmã Rosemari e a amiga Sonia, em meio a quase cinquenta pessoas, perecerem em acidente aéreo de grandes proporções aos procedimentos de aterrisagem em Florianópolis (SC), em 12 de abril de 1980. Sua carta, soam-se a dezenas de outras recebidas pelo médium mineiro oferecendo detalhes da organização do chamado Mundo Espiritual, em suas formatações nos diferentes Planos e Sub-planos. Se considerarmos a cogitação da Teoria das Supercordas da Física Quântica que, além de propor matematicamente dos chamados Universos Paralelos, afirma que “mesmo que as dimensões ocultas do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”, consideraremos real o relato de Jane. Do momento em que Allan Kardec, obteve da Espiritualidade a resposta de que entre o Mundo Espiritual e o Físico o mais importante é o Espiritual, pois de lá tudo procede e para lá tudo volta ao da descrição da jovem sobrevivente espiritualmente ao acidente e daí ao comentário do físico materialista e ateu Marcelo Gleiser citado em seu livro CRIAÇÃO IMPERFEITA (2011, record), fatias diferentes de tempo transcorreram. Em artigo publicado na REVISTA ESPÍRITA de janeiro de 1863, a visão do Mundo Espiritual oferecida pelo Espiritismo, representa “uma força nova, uma nova energia, uma nova lei, numa palavra, que foi revelada. É realmente inconcebível que a incredulidade repila mesmo a ideia, por isso que esta ideia supõe em nós uma alma, um princípio inteligente que sobrevive ao corpo. Segundo ele, “vivemos num oceano fluídico, incessantemente a braços com correntes contrárias, que atraímos, ou repelimos, e às quais nos abandonamos, conforme nossas qualidades pessoais, mas em cujo meio o homem sempre conserva seu livre arbítrio, atributo essencial de sua natureza, em virtude do qual pode sempre escolher o caminho”. Acrescenta que esse Mundo Espiritual “é a réplica ou o reflexo do Mundo corpóreo, com suas paixões, vícios ou suas virtudes, mais virtudes do que nossa natureza material dificilmente permite compreendermos. Tal é esse mundo oculto, que povoa os espaços, que nos cerca, no meio do qual vivemos sem o suspeitar, como vivemos entre miríades do Mundo Microscópico”. Alerta-nos que “o Mundo Invisível que nos circunda reage constantemente sobre o Mundo Visível; nô-lo mostram como uma das forças da Natureza. Conhecer os efeitos dessa força oculta, que nos domina e subjuga contra nossa vontade, não será ter a chave de mais um problema, as explicações de uma porção de fatos que passam desapercebidos?”.



A Igreja estabeleceu 7 pecados capitais, que são aqueles que ferem a lei de Deus: a gula, a avareza, a inveja, a ira, a soberba, a luxúria e a preguiça. Gostaria de saber qual é a posição do Espiritismo sobre esses 7 pecados? (M.C.F.)

Apenas, a título de esclarecimento, devemos dizer que o Espiritismo procura não usar as palavras “pecado” e “pecador”, pelo sentido depreciativo que essas palavras vieram adquirindo com o tempo. No entanto, reconhece que os ‘pecados’ apontados pela Igreja Católica, a partir do papa Gregório Magno, no século VI, de fato, comprometem a nossa vida, tanto esta vida como a vida espiritual, na medida em que acabam por provocar ou agravar enfermidades na alma e no corpo.

A gula, que é o excesso de comida (ou seja, comer além do necessário), na verdade, fere frontalmente uma lei natural. Aqui precisamos distinguir que uma coisa é ter fome e outra é a vontade de comer. Reconhecemos a gula pelo fato de comermos além daquilo que o corpo está pedindo. Se é verdade que o corpo precisa do alimento para sobreviver, também é verdade que o comer demasiado, além do necessário, concorre para o surgimento de graves enfermidades, em decorrência da obesidade, que hoje é uma doença ameaçadora em todo o mundo.

A avareza, do mesmo modo, só prejudica o próprio avarento, que se torna vítima de um distúrbio de comportamento, prendendo-o demasiado ao dinheiro e às coisas materiais, distanciando-se, consequentemente, dos valores do espírito. Desse modo, o avarento é alguém que sofre nesta vida os efeitos nocivos de seu transtorno psíquico ( tanto no que se refere ao seu bem-estar, como às suas angústias decorrentes das perdas). E o pior é que esse sofrimento se prolonga na vida espiritual, porque, com certeza, o avarento encontrará dificuldades para desencarnar e se desembaraçar dos bens que deixou na Terra.

A inveja é o sofrimento causado por um espírito de inconformação e revolta, quanto aos atributos, status e posses de outra pessoa, com o que ela não se conforma, levando-se a um estado deplorável de autodesvalorização e de autoagressão, por não conseguir ter o que o outro tem, ou não conseguir ser o que o outro é. Se o invejoso soubesse do mal, que está causando a si mesmo, matando-se dia-a-dia, decidiria se libertar de uma vez por todas desse sentimento.

Hoje já reconhecido pela medicina – área que estuda a estrutura e a dinâmica do sistema nervoso – tanto quanto pela Psicologia e ciências afins, a ira pode ser fator desencadeante de problemas psicológicos e neurológicos graves, que tem influencia nociva ou deletéria na vida das pessoas, acarretando-lhes enfermidades de efeito irreversível. O ódio, ao contrário do amor, além de nada construir, funciona como um poderoso veneno que vai matando a pessoa aos poucos, por meio de várias enfermidades fatais (inclusive o câncer), quando não, desencadeando morte repentina.

A soberba é uma manifestação do orgulho que, ao lado do egoísmo, é o mais poderoso inimigo da paz interior. Quem se acha superior aos outros – e assim procura se comportar – vive sofrendo todos os dias, como fiscal implacável de si próprio, na ânsia incontida de se manter numa posição de completa superioridade e independência em relação às pessoas que o cercam.

A luxúria é o demasiado apego aos prazeres do sexo, que faz com que a pessoa, homem ou mulher, viva exclusivamente para isso, transformando suas necessidades sexuais numa verdadeira perseguição obsessiva, que acaba atraindo para junto de si outros Espíritos envolvidos pelo mesmo processo doentio. É claro que, se o ato sexual é o auge de sua vida, e que nada nesta vida supera os prazeres do sexo, essa pessoa vai fazer de tudo para ter uma vida promíscua, caindo invariavelmente na perversão sexual, causa de várias doenças.

E, finalmente, a preguiça, que seria a aversão a qualquer tipo de trabalho, a inatividade, a acomodação. Talvez ninguém se sinta tão atormentado pelos apelos da própria consciência do que aquela pessoa que não se adapta a qualquer trabalho e sinta que o tempo passa e ela nada constrói de bom – nem para si e tampouco para os outros. Essa patologia é um dos maiores obstáculos ao progresso material e espiritual do ser humano.




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