Por que será que, depois de milhares de anos de guerra no mundo, o homem ainda não tomou consciência de que a violência só traz prejuízo para a humanidade e que precisamos resolver as coisas dialogando de maneira pacífica? Um exemplo disso é o que está acontecendo no mundo árabe, sobretudo na Líbia e no Egito. (Nestor José da Silva)
Acreditamos que uma grande parte da população mundial, Nestor, já tomou consciência de que a violência não é um meio eficaz para se alcançar a paz. Entretanto, a história da violência, como você sabe, é tão antiga quanto a humanidade e é o caminho que viemos trilhando. Foram necessários dezenas de séculos ( milhares de anos e de reencarnações) para que uma nova consciência começasse vir à tona. Jesus já proclamou a paz há 2 mil e até hoje não aprendemos. Infelizmente, sem sofrimento, não há conscientização.
A agressividade humana é resquício de nossa fase animal, ainda primitiva, quando não raciocinávamos, e a sobrevivência dependia da força bruta. Nessa época éramos apenas emoção. A partir da razão – ou seja, do momento em que passamos a raciocinar – começamos a divisar outro caminho, que é o caminho da aproximação, do diálogo e da paz. Contudo, esse caminho ainda é um projeto na história humana, mas, seguramente, estamos buscando a sua concretização, e a alcançaremos.
A História da Humanidade é uma história de guerras, de disputas, de destruição, de lutas fratricidas. Em nenhum momento houve paz no mundo. Pelo contrário, no passado da humanidade – e quanto mais passado, pior – o que sempre houve foi uma disputa violenta pelo poder. O poder é nosso ponto fraco. Como dissemos, as coisas começaram a mudar de maneira mais significativa, depois da 2ª Grande Guerra, que causou tanto sofrimento ao mundo.
A partir de então é que as nações, de um modo geral, passaram a procurar o caminho da democracia, mas a violência contra a liberdade e a opressão ainda persistem em alguns países, notadamente os no mundo árabe que, ao nosso ver, mais cedo ou mais tarde, também terá de ceder ao impulso das transformações sociais e políticas que estão varrendo o mundo.
N’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, no capítulo que trata da Lei do Progresso, Kardec formulou aos mentores espirituais perguntas nesse sentido e eles responderam que as transformações, que ocorrem com a humanidade, ao longo do tempo, apenas vêm cumprir a Lei de Evolução, que é uma lei natural. Sobre isso, em nota à questão 783, Allan Kardec deixa claro como acontece a marcha da humanidade nesse sentido, afirmando:
“O homem não pode ficar perpetuamente na ignorância, porque deve atingir o fim marcado pela Providência: ele se esclarece pela força das coisas. As revoluções morais, tanto quanto as revoluções sociais, se infiltram pouco a pouco nas idéias e germinam durante os séculos. De repente, elas estouram e fazem ruir o edifício carcomido do passado, que não está mais em harmonia com as necessidades novas e com as novas aspirações”.
E completa Kardec: “O homem não percebe, frequentemente, nessas comoções, senão a desordem e a confusão momentâneas, que o atingem nos seus interesses materiais. Aquele, que eleva seu pensamento acima da personalidade, admira os desígnios da Providência, que do mal faz surgir o bem. A tempestade e a agitação saneiam a atmosfera depois de a ter perturbado.”
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