Argumento usado pelos evasivos materialistas para justificar atitudes contrárias ao bom senso resultante do conhecimento da Verdade seja ela a revelada pela ciência ou pela experiência, expressão ‘a carne é fraca’ perde sentido com a confirmação da imortalidade do Ser. Os Espíritos revelaram isso a Allan Kardec nas pesquisas que fez acerca da situação dos Espíritos após a morte ou mesmo dos depoimentos de inúmeros que foram entrevistados através de diferentes médiuns nas reuniões da Sociedade Espírita de Paris. No fundo reflete o estágio evolutivo daquele que no início do processo de aprendizado através da experiência cede às pressões do instinto em detrimento da inteligência que em algum momento prevalecerá funcionando como um mecanismo de controle na ânsia do progresso. Nas avaliações da nossa realidade eram denominados vícios, hoje com os avanços das pesquisas para entender o comportamento humano, os podemos classificar dependências. E, há muitas: afetivas, químicas, econômicas, sexuais, espirituais, doenças, da ilusão do poder e, entre outras, até de Espíritos obsessores. Num interessante comentário reproduzido pelo Espírito André Luiz no livro OS MENSAGEIROS (feb,1944), O Instrutor Aniceto considera: -“Demoramo-nos todos a escapar da velha concha do individualismo. A visão da universalidade custa preço alto e nem sempre estamos dispostos a pagá-lo. Não queremos renunciar ao gosto antigo, fugimos aos sacrifícios louváveis. Nessas circunstâncias, o mundo que prevalece para a alma desencarnada, por longo tempo, é o reino pessoas de nossas criações inferiores”. Nas revelações contidas na obra NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE (feb,1954), cenas que ilustram bem o tema: -“Transpusemos a entrada. As emanações do ambiente produziam em nós indefinível mal-estar. Junto de fumantes e bebedores inveterados, criaturas desencarnadas de triste feição se demoravam expectantes. Algumas sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo calor dos pulmões que as expulsavam, nisso encontrando alegria e alimento. Outras aspiravam o hálito de alcoólatras impenitentes. Indicando-as, informou o orientador: – Muitos de nossos irmãos, que já se desvencilharam do vaso carnal, se apegam com tamanho desvario às sensações da experiência física, que se cosem àqueles nossos amigos terrestres temporariamente desequilibrados nos desagradáveis costumes por que se deixam influenciar. (...) O que a vida começou, a morte continua... Esses nossos companheiros situaram a mente nos apetites mais baixos do mundo, alimentando-se com um tipo de emoções que os localiza na vizinhança da animalidade. Não obstante haverem frequentado santuários religiosos, não se preocuparam em atender aos princípios da fé que abraçaram, acreditando que a existência devia ser para eles o culto de satisfações menos dignas, com a exaltação dos mais astuciosos e dos mais fortes. O chamamento da morte encontrou-os na esfera de impressões delituosas e escuras e, como é da Lei que cada alma receba da vida de conformidade com aquilo que dá, não encontram interesse senão nos lugares onde podem nutrir as lhes são peculiares, porquanto, na posição em que se veem, temem a verdade e abominam-na, procedendo como a coruja que foge à luz. (...) Chegará o dia em que a própria Natureza lhes esvaziará o cálice Há mil processos de reajuste, no Universo Infinito em que se cumprem os Desígnios do Senhor, chamem-se eles aflição, desencanto, cansaço, tédio, sofrimento, cárcere... (...) Quando não se fatiguem, a Lei poderá conduzi-los a prisão regeneradora(...) Há dolorosas reencarnações que significam tremenda luta expiatória para as almas necrosadas no vício. Temos, por exemplo, o mongolismo, a hidrocefalia, a paralisia, a cegueira, a epilepsia secundária, o idiotismo, o aleijão de nascença e muitos outros recursos, angustiosos embora, mas necessários, e que podem funcionar, em benefício da mente desequilibrada, desde o berço, em plena fase infantil. Na maioria das vezes, semelhantes processos de cura prodigalizam bons resultados pelas provações obrigatórias que oferecem...
Vocês acham que uma pessoa, que morreu num determinado dia, pode - naquele mesmo dia - se comunicar por um de seus parentes para se despedir e dizer algumas coisas que ela quer que eles façam. Como posso acreditar que isso é verdade?
Não é impossível tal tipo de comunicação, cara ouvinte; porém, raras vezes isso acontece. Há pessoas, tão ansiosas diante da morte e tão preocupadas com os familiares e com os problemas que deixou que permanecem ali no ambiente da casa, entre os parentes, querendo dar o seu recado. Algumas conseguem seu intento, outras não. Isso depende de certas condições de comunicação mediúnica, principalmente de sintonia entre o comunicante e a pessoa que serve de intermediário na comunicação, o médium.
Não é um momento apropriado, é claro, mas algumas vezes pode ser o momento que o Espírito encontra essa oportunidade, até mesmo porque pode ocorrer que a desencarnação ainda esteja se realizando. Mas o que pode funcionar, em circunstâncias como essas, é uma expansão da mente, que vence as dificuldades naturais do desligamento para transmitir a mensagem. Já ouvimos outros casos a respeito, inclusive de famílias que nada tinha a ver com o Espiritismo.
Entretanto, não podemos assegurar a autenticidade da comunicação. Só os familiares e parentes, que conhecem bem o desencarnado e demais membros da família, é que podem atestar sobre isso. Além do mais, num momento de transe, como é o desencarne de um ente querido, é difícil as pessoas estarem emocionalmente equilibradas para fazerem uma avaliação segura sobre o caso, a não ser quando a comunicação revela algo tão íntimo do desencarnante (um segredo, por exemplo) que seria absurdo vir de outra pessoa que não fosse ele mesmo.
Além do mais, para avaliar melhor a situação, devemos considerar também outros fatores, como o próprio ambiente da família, suas crenças principalmente. Num ambiente espírita é mais fácil ocorrer uma situação como essa, porque a família já está emocionalmente predisposta. Num ambiente não-espírita, onde não se ventila essa possibilidade, a espontaneidade de uma comunicação, que se dá de uma forma inesperada e surpreendente, até pode ser considerada como um indicio de que se tratou de um fenômeno mediúnico autêntico.
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