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sexta-feira, 22 de outubro de 2021

ESCOLHA DAS PROVAS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Poucos sabem, mas, quando da eclosão dos fenômenos que deram origem ao Espiritismo, um dos que surpreendiam eram os resultantes da mediunidade de cura. Allan Kardec também dedicou atenção aos fatos ligados a essas ocorrências, abstraindo várias conclusões expostas não apenas nas chamadas OBRAS BÁSICAS, mas também em números da REVISTA ESPÍRITA. A propósito das doenças, a explicação da Doutrina Espírita sobre as doenças é quepertencem às provas e às vicissitudes da vida terrena. São inerentes à grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e os excessos de toda espécie, por sua vez, criam em nossos organismos, condições nocivas, frequentemente transmissíveis pela hereditariedade” e que as “doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, a imbecilidade, etc (...), são efeitos que devem ter uma causa, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. A causa sendo sempre anterior ao efeito e, desde que não se encontra na vida atual, é que pertence a uma existência precedente”. A partir da farta documentação disponível, podem ser encontradas informações importantes sobre CASOS DE CURA SEM AUXÍLIO DOS MÉDIUNS, nas edições de fevereiro 1863; abril e setembro 1865 e CASOS DE CURA INSTANTÂNEA nos números de dezembro, outubro e novembro 1866; agosto, outubro e novembro 1867. Adotando um método compreendendo procedimentos simples (1-evocação dos bons Espíritos, 2- recolhimento, 3- braços estendidos, 4- dedos esticados sobre o corpo do paciente) foram registrados resultados surpreendentes para a época, como os relatados nos números de janeiro de 1864: 1- Cura de nevralgia violenta, após 5 minutos de emissão fluídica simples com as mãos; 2-Cura de uma sensibilidade aguda de pele, manifestada 15 anos antes, após emissão fluídica diária de 15 minutos, durante 35 dias e 3- Cura de individuo acometido de epilepsia durante 25 anos, com crises diárias, após 35 dias de emissão de fluido direcionado para estômago e nuca. Dois importantes personagens espirituais da história do Espiritismo em seu início, ofereceram suas opiniões sobre os requisitos imprescindíveis para o êxito nos trabalhos mediúnicos em torno da assistência ao que convive com as doenças. O primeiro, o conhecido médico Franz Anton Mesmer, que em mensagem psicografada alinhou três sugestões aos candidatos a esse trabalho: 1- Vontade de curar desenvolve fluido animalizado e espiritual; 2- Prece e 3- Curas milagrosas, se devem à natureza do fluido derramado pelo médium através da imposição das mãos, graças ao concurso dos bons Espíritos quando há fé sincera e pureza de intenção. O outro, o Espírito Paulo, o Apóstolo que alinha duas recomendações: 1- Fé sincera; desinteresse, humildade e perseverança e 2- A Prece que deve ser guia e ponto de apoio do médium. As observações sobre o tema, permitiu a Allan Kardec formular um conjunto de conclusões estampadas em matéria apresentada em novembro de 1866: 1- Os médiuns curadores curam só pela ação fluídica, em mais ou menos tempo, mas, às vezes, instantaneamente, sem o emprego de qualquer remédio.2- O poder curativo está nos fluidos depurados dos bons Espíritos para os quais os médiuns curadores servem de condutores. 3- O exercício dessa faculdade curadora só tem lugar com o concurso dos Espíritos. 4- A mediunidade curadora pode curar algumas doenças, mas há doenças fundamentalmente incuráveis e seria ilusão crer que a mediunidade curadora vá livrar a Humanidade de todas as suas enfermidades. 5- A mediunidade curadora depende de uma disposição orgânica, de forma que muitas pessoas a possuem ao menos em gérmem, que fica em estado latente, por falta de exercício e desenvolvimento. 6- A mediunidade curadora exige imperiosamente o concurso dos Espíritos depurados. 7- Há, para o médium curador, a necessidade de atrair o concurso dos Espíritos superiores, se quiser conservar e desenvolver sua faculdade. 8- A primeira condição para o médium curador é trabalhar em sua própria depuração, a fim de não alterar os fluidos salutares que está encarregado de transmitir ao doente, com completo desinteresse material e moral. 9- As qualidades do médium curador devem ser o devotamento, a abnegação, a humildade, além do desejo de fazer o Bem e tornar-se útil aos semelhantes. 10- A Mediunidade curadora escapa completamente da lei sobre o exercício legal da Medicina, porque não prescreve qualquer tratamento, é exercida pela influência pessoal do médium. Este último enunciado é passível de revisão, naturalmente, pelos impactantes fenômenos manifestados ao longo do século que se seguiu após ter sido elaborado. De qualquer modo, dispomos de excelente conteúdo para estudos e reflexões.


Uma ouvinte anônima questionou o seguinte: “Quando a gente tem vontade de esganar uma pessoa, que vive importunando a vida da gente, isso é por causa dos obsessores?”


Não, de forma nenhuma. É muito fácil para qualquer um de nós atribuir as próprias fraquezas morais aos outros, eximindo-se de culpa. No meio espírita, aos obsessores; entre os evangélicos, ao demônio, e assim por diante. Essa forma simplista de querer escapar à responsabilidade pelos próprios atos é conhecida como “escapismo”. Na verdade, ela não contribui em nada para resolver problema algum; pelo contrário, complica mais ainda a situação. O que de melhor temos a fazer é assumir a responsabilidade, olhar-nos de frente e procurar mudar.


Nós todos temos uma idéia aproximada do que trazemos de negativo dentro de nós: egoísmo, orgulho, inveja, revolta, etc. São sentimentos ainda não trabalhados, assim como a pedra bruta, quando é levada ao escultor para ele lhe dar forma e beleza. É o que temos fazer conosco durante a nossa existência aqui na Terra. É claro que não temos a pretensão de ser santos ou de conquistar a perfeição numa só vida!... Porém podemos melhorar muito, se quisermos e se nos esforçarmos para isso. Desse modo, temos de encarar essas condições em nós e verificar por onde é mais fácil começar: geralmente pelo lado que mais nos incomoda.


Os Espíritos orientadores, como Emmanuel por exemplo, costumam dizer que a vida é uma oficina de trabalho espiritual, onde temos de aprender a esculpir a própria alma. O escultor usa ferramentas vigorosas para talhar a pedra, como o buril; nós nos valemos de situações espinhosas e incomodas do dia-a-dia – na família, no trabalho, na vida social - onde somos atingidos por alguns golpes, que devem nos estimular à transformação espiritual, a fim de aprendermos a superar a nós mesmos, compreendendo aqueles que ainda não atingiram o nosso nível de entendimento da vida.


Os desencarnados, que há pouco viviam na Terra, são como nós. Eles têm suas fraquezas de caráter. Quando têm alguma coisa contra nós, eles podem nos influenciar sim e, frequentemente, conseguem fazê-lo, até com certa facilidade. Mas não porque eles são maus e poderosos, mas porque nós oferecemos campo para eles agirem, pois temos os mesmos defeitos que eles têm. Nenhum Espírito, por pior que seja, vai criar em nosso coração um sentimento que não temos – como, por exemplo, ódio por alguém. O máximo que ele pode fazer é estimular o mau sentimento que já cultivamos. Assim, querer agredir alguém não é do Espírito, é nosso. Mas, se temos algum obsessor, com certeza, ele nos ajudará a manifestar essa emoção reprimida para fazer o que ele quer.


A ação dos Espíritos sobre nós, portanto, não tem, apenas um comando: tem dois comandos – o nosso e o deles. Os desencarnados não fazem senão aquilo que alguns encarnados – que se passam por nossos amigos – nos estimulam a fazer no caso de recebermos uma ofensa: revidar, agredir o ofensor. E, se quisermos anular esse efeito, precisamos, primeiramente, rever nossos sentimentos, nossas atitudes e atos diante das situações comuns da vida. Kardec diz, no último capítulo de O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, que a obsessão é uma doença da alma e, nesse caso, precisamos cuidar melhor de nossos valores, ter fé em Deus e aprender a confiar mais em nós mesmos, para nos modificar, antes de cometer algum erro mais grave.



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