No ano de 1964, o Instituto de Difusão Espírita, de Araras, São Paulo, lançou importante documento sobre as atividades registradas no meio espírita naquele ano. Trata-se do ANUÁRIO ESPÍRITA, que resiste ao tempo, veiculando a cada final de ano as principais notícias do ocorrido no período findo, entre outros temas. No primeiro número, uma grata surpresa: uma entrevista com o Espírito André Luiz, através dos médiuns Chico Xavier e Waldo Vieira. Do conjunto de questões, destacamos algumas bastante elucidativas. 1- A quantidade de espíritos que vivem nas diversas esferas do nosso planeta tende, atualmente, a aumentar ou a diminuir? -“Qual acontece na crosta planetária, as esferas de trabalho e evolução que rodeiam a Terra estão muito longe de quaisquer perspectivas de saturação, em matéria de povoamento. 2- Espíritos originários da Terra, têm emigrado, nos últimos séculos, para outros orbes? -“Seja de modo coletivo ou individual, em todos os tempos, Espíritos superiores têm saído da Terra no rumo de esferas enobrecidas, compatíveis com a elevação que alcançaram. Quanto a companheiros de evolução retardada, principalmente os que se fizeram necessitados de corretivo doloroso por delitos conscientemente praticados, em muitos casos, sofrem temporária segregação em planos regenerativos. 3- Os Espíritos, em seu desenvolvimento evolutivo, ligam-se, necessariamente, a determinados orbes? Em seu desenvolvimento, sim, qual acontece com a pessoa que em determinada fase de experiência física se vincula, transitoriamente, a certa raça ou família. 4- Onde começa o Umbral? A rigor, o Umbral, expressando região inferior da espiritualidade, pelos vínculos que possui com a ignorância e com a delinquência, começa em nós mesmos. 5- As funções reprodutoras do sexo se destinam, somente, da vida na Terra? Em muitos outros orbes, compreendendo-se, porém, que mundos existem, nos quais as funções reprodutoras não são compreensíveis, por enquanto, na terminologia terrestre. 7- Os perispiritos das entidades espirituais que se localizam nas vizinhanças da Terra conservam o órgão do aparelho sexual humano? Sim, e por que não? O órgão sexual é tão digno quanto os olhos e como não se deve atribuir aos olhos os horrores da guerra o órgão sexual não pode ser responsável pelo vício. 7- Como explicar os homossexuais? Devemos considerar que o espírito reencarna, em regime de inversão sexual, como pode renascer em condições transitórias de mutilação ou cegueira. Isso não quer dizer que homossexuais ou intersexos estejam nessa posição, endereçados ao escândalo e à viciação, como aleijados e cegos não se encontram na inibição ou na sombra para ser delinquentes. Compete-nos entender que cada personalidade humana permanece em determinada experiência merecendo o respeito geral no trabalho ou na provação em que estagia, importando anotar, ainda, que o conceito de normalidade e anormalidade são relativos. Lembremo-nos de que se a cegueira fosse a condição da maioria dos espíritos reencarnados na Terra, o homem que pudesse enxergar seria positivamente considerado minoria e exceção. 8- O Espírito desencarnado também está sujeito a crises prolongadas de ciúme? Como não? A desencarnação é um acidente no trabalho evolutivo, sem constituir por si qualquer solução aos problemas da alma. 9- O adultério é, sempre, causa de conflitos quando da volta dos cúmplices ao plano espiritual? Sim. 10- A duração média de vida dos encarnados racionais de outros orbes corresponde à terrena? Não. Essas etapas de tempo variam de mundo a mundo.
Gostaria de saber por que, na Bíblia, a gente vê a descrição de tantos milagres, que aconteciam antigamente, e hoje não acontecem mais? (Márcia Divanir)
Prezada Márcia, quando se lê uma obra antiga, como a Bíblia, a gente vai deparar com uma realidade muito diferente daquela que vivemos. Além de se tratar de uma época muito recuada na história, milhares de anos atrás, o povo hebreu tinha uma cultura muito diferente da nossa, com usos, costumes e crenças muito próprios. A maneira como o homem via o mundo era diferente da de hoje, embora o mundo de hoje seja o mesmo. Como, naquela época, pouco se conhecia das leis da natureza, todos os fatos desconhecidos e inexplicáveis eram tidos por milagres.
O mundo, em si, não mudou; o que mudou foi a forma de entender o mundo, de interpretar os fatos, devido ao progresso do conhecimento. Fatos, outrora tidos como miraculosos - como a abertura do Mar Vermelho por Moisés para a passagem de seu povo, o Sol que Josué parou para dilatar o dia, ou mesmo a destruição das cidades de Sodoma e Gomorra - hoje são vistos de outra forma. Foram fenômenos, não muito bem observados, que podem ter ocorrido na época e, como não foram compreendidos, receberam interpretação miraculosa.
Todos os acontecimentos do mundo – não só da Terra, mas de todo o Universo, cujos limites desconhecemos – atendem plenamente às leis da natureza ( ou, se você preferir, às leis de Deus). Essas leis são tão perfeitas, que não mudam, justamente porque não precisam mudar. Muda-se o que é imperfeito, mas não aquilo que já atingiu a perfeição. Portanto, essas leis perfeitas funcionam tão regularmente e de forma tão extraordinária, que a ciência humana pode descobri-las, estudá-las e aplicá-las em na vida, como vem acontecendo hoje. Se existe milagre, ele está no funcionamento perfeito dessas leis e não na sua derrogação.
Deus, na sua Perfeição Absoluta, não tem necessidade de mudar suas leis, apenas para provar seu poder. Nada disso. Seu poder está justamente no cumprimento das leis, que gera tudo que existe em qualquer parte do universo. Nós, humanos, é que somos imperfeitos e entendemos muito pouco da Lei de Deus, embora tenhamos a tola pretensão de querer saber tudo. Mas, não sabemos. Ninguém sabe. Estamos buscando conhecimento para poder entender o funcionamento dessas leis.
Moisés trouxe um código de leis morais – ou seja, regras para a vida e para a convivência humana naquela época. Mais de mil anos depois, Jesus reformulou em parte esse código, atualizando essas leis, ao recomendar o Amor, a mais elevada expressão da espiritualidade. Ele não estava interessado nem em defender e nem tampouco em atacar religião alguma, mas, sim, em conduta, no cultivo da fraternidade, lembrando que Deus é um só, é o nosso Pai Maior, e todos, aqui na Terra – quer queiramos ou não, somos seus filhos e, portanto, irmãos. Jesus demonstrou que o maior poder do mundo é o amor, o único caminho para a nossa real felicidade.
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