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sexta-feira, 29 de outubro de 2021

TEMPOS DE QUESTIONAMENTOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Vivemos uma época prodigiosa pela liberdade que oferece ao pensamento humano. Claro que há países onde a intolerância religiosa ou política não concedem esse direito básico aos seus seguidores ou governados. A questão da origem da espécie humana estar assentada no mito de Adão, hoje não se sustenta mais. No número de janeiro de 1862 da REVISTA ESPÍRTA, Allan Kardec desenvolve interessantes raciocínios sobre a questão. Diz ele: -“Do presente, como ponto conhecido, procuremos deduzir o desconhecido, ao menos por analogia, se não tivermos a certeza de uma demonstração matemática. A questão de Adão, como tronco único da espécie humana na Terra é, como se sabe, muito controvertida, porque as leis antropológicas lhe demonstram a impossibilidade, sem falar dos documentos autênticos da história chinesa, que provam que a população do globo remonta a uma época muito anterior à atribuída a Adão pela cronologia bíblica. Então a história de Adão é pura invencionice? Não é provável; é uma imagem que, como todas as alegorias, deve encerrar uma grande verdade, cuja chave só poderá ser dada pelo Espiritismo. Em nossa opinião, a questão principal não é saber se a personagem de Adão realmente existiu, nem em que época viveu, mas se a raça humana, designada como sua posteridade, é uma raça decaída. A solução dessa questão não é destituída de conteúdo moral, porque, esclarecendo-nos quanto ao passado, pode orientar a nossa conduta para o futuro. Antes de mais, notemos que, aplicada ao homem, a ideia da queda, sem a reencarnação, é um contra-senso, assim como a responsabilidade que carregássemos pela falta de nosso primeiro pai. Se a alma de cada homem é criada ao nascer, é que não existia antes; não terá, desse modo, nenhuma relação, nem direta, nem indireta, com a que cometeu a primeira falta, o que nos leva a indagar como poderia ser responsável por sua própria queda. A dúvida sobre este ponto conduz naturalmente à dúvida ou, mesmo, à incredulidade sobre muitos outros, porquanto, se falso o ponto de partida, igualmente falsas devem ser as consequências. Tal o raciocínio de muita gente. Pois bem! esse raciocínio cairá se considerarmos o espírito, e não a letra do texto bíblico, e se nos reportarmos aos princípios mesmos da Doutrina Espírita, destinados, conforme já foi dito, a reavivar a fé que se extingue. Notemos, ainda, que a ideia dos anjos rebeldes, dos anjos decaídos e do paraíso perdido se acha em quase todas as religiões e, como tradição, entre quase todos os povos. Deve, pois, fundamentar-se numa verdade. Para compreender o verdadeiro sentido que se deve ligar à qualificação de anjos rebeldes, não é necessário supor uma luta real entre Deus e os anjos, ou Espíritos, desde que o vocábulo anjo é aqui tomado numa acepção geral. Admitindo-se sejam os homens Espíritos encarnados, o que são os materialistas e os ateus senão anjos ou Espíritos em revolta contra a Divindade, pois que negam a sua existência e não reconhecem seu poder, nem suas leis? Não é por orgulho que pretendem que tudo aquilo de que são capazes vem deles mesmos, e não de Deus? Não é o cúmulo da rebelião pregar o nada depois da morte? Não são muito culpados os que se servem da inteligência, de que se ufanam, para arrastar os semelhantes ao precipício da incredulidade? Até certo ponto não praticam também um ato de revolta os que, sem negar a Divindade, desconhecem os verdadeiros atributos de sua essência? Os que se cobrem com a máscara da piedade para cometer más ações? Os que a fé no futuro não os desliga dos bens deste mundo? Os que em nome de um Deus de paz violentam a primeira de suas leis: a lei de caridade? Os que semeiam perturbação e ódio pela calúnia e pela maledicência? Enfim aqueles, cuja vida, voluntariamente inútil, se escoa na ociosidade, sem proveito para si próprios, nem para os seus semelhantes? A todos serão pedidas contas, não só do mal que tiverem feito, mas do bem que tiverem deixado de fazer.

A Bíblia não fala em evolução. Deus criou o homem e a mulher e também criou também as plantas e os animais. De onde veio a idéia da evolução?


Da observação atenta da natureza e de seus fenômenos por homens muito inteligentes e observadores. A constatação de que tudo na natureza está em constante processo de mudança já vem da antiguidade. Um dos nomes mais conhecidos é o de Heráclito, um pensador grego, cerca de 5 séculos antes de Cristo,que formulou a Teoria do Vir a Ser. Ele deu tamanha importância às mudanças, que revolucionou a idéia do ser, então objeto da filosofia. E disse que “nada é, tudo está para ser”, ou seja, tudo está mudando na natureza. Desse modo, disse Heráclito, uma pessoa não toma dois banhos no mesmo rio, pois, na segunda vez, o rio já não é o mesmo, ou seja, aquela água já passou.


Heráclito, naquela época, realmente não podia sequer desconfiar que suas idéias revolucionariam os conhecimentos humanos muitos séculos depois, tanto na filosofia, quanto na ciência. Mas, a concepção bíblica de que tudo sempre foi assim e continuará sendo pertence à infância da humanidade. Entretanto, só recentemente, no século XIX, há pouco mais de 150 anos, é que a idéia das mudanças se firmou na ciência, principalmente depois que os naturalistas ingleses, Charles Darwin e Alfred Wallace, empreenderam viagem por várias partes do mundo e puderam constatar “in loco” que as espécies vivas ( tanto os vegetais, quanto os animais e até mesmo o homem) são diferentes em diferentes regiões, e quanto mais isolados uns dos outros, mais diferentes tendem a ser.


Somam-se a isso as descobertas dos fósseis em escavações que se fizeram em várias regiões do planeta, quando foram encontrados restos de animais e vegetais tão antigos que só poderiam ter existido há milhões de anos atrás, quando o clima da Terra era totalmente diferente. Eles tinham tamanhos e formas bem diferentes dos seres vivos existentes, despertando a curiosidade científica para o desenvolvimento da Paleontologia, um campo de pesquisa que busca explicações para a existência desses seres estranhos. Os antigos, que escreveram a Bíblia e outros livros sagrados das diversas religiões, não poderiam ter esse conhecimento naquela época, de modo que eles explicavam a vida e o mundo de uma forma muito simples, mas sem nenhuma comprovação.


A Teoria da Evolução, na verdade, veio preencher um grande vácuo na ciência; isto é, dar explicações racionais e científicas para fatos que antes não se podia explicar. A partir de então, tanto a Biologia quanto a Medicina se desenvolveram bem depressa – principalmente a Medicina, que é uma aplicação prática da Biologia – percebendo que todo processo biológico – como é o caso das doenças e das curas – obedece à lei de evolução. Desde então, foram possíveis novas descobertas no campo terapêutico e da prevenção de enfermidades, imprimindo à Medicina um grande progresso.


Contudo, o Espiritismo,que também nasceu nos meados do século XX, já veio alicerçado na Lei de Evolução, conforme podemos ler em O LIVRO DOS ESPÍRITOS e nas demais obras de de Allan Kardec. Não apenas sobre a lei de evolução biológica, sobre a qual a Doutrina Espírita não tem nenhuma dúvida, mas principalmente sobre a evolução espiritual, que mostra que a evolução é muito mais complexa do que os cientistas materialistas imaginam. Ela não se dá apenas no plano dos fenômenos físicos, mas também no plano do Espírito. E isso acontece, graças aos fenômenos da encarnação, da desencarnação e da reencarnação.






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