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quinta-feira, 7 de outubro de 2021

VALIDO REVER PARA REFLETIR; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Descortinando o desconhecido Mundo Espiritual e suas interações com este em que vivemos momentaneamente, Allan Kardec identifica e define a mediunidade como o instrumento que possibilita as influências recíprocas entre as diferentes Dimensões. Esclarece também que as relações entre os Espíritos encarnados e desencarnados pode se transformar nas perturbações chamadas obsessão que podem ser individuais ou verdadeiras epidemias coletivas atingindo desde famílias até parte da população de cidades como o caso de Morzine, na Alta Saboia. Na edição de fevereiro de 1865 da REVISTA ESPÍRITA, encontra-se interessante matéria explicando o fenômeno denominado Ramanenjana que se abateu sobre parte da população do País conhecido como Madagascar, que culminou no atentado que matou o príncipe Radama II. Ramanenjana significa tensão, exprime uma estranha doença que, de início, se manifestou ao sul de Emirne. A princípio era apenas um vago rumor que circulava entre o povo. Noticiava-se que numerosos grupos de homens e mulheres, acometidos por uma afecção misteriosa, subiam do sul para a capital, para falar ao rei, da parte de sua mãe (o Espírito da Rainha). Dizia-se que tais grupos se encaminhavam em pequenas jornadas, acampando cada noite nos vilarejos e engrossando, ao longo do caminho, com todos os recrutas que fazia na sua passagem. (...). Esta doença age especialmente sobre os nervos, neles exercendo uma pressão tal que logo provoca convulsões e alucinações, das quais apenas se dá conta do ponto de vista da ciência. Os que são atingidos sentem, inicialmente, violentas dores na cabeça, na nuca e depois no estômago. Ao cabo de algum tempo começam os acidentes convulsivos; é então que os vivos entram em comunicação com os mortos: veem a rainha Ranavalona, Radama I, Andrian Ampoinemerina e outros, que lhes falam e lhes dão incumbências. A maior parte dessas mensagens é dirigida a Radama II. Os Ramanenjana parecem especialmente enviados para a velha Ranavalona, para dar a entender a Radama que ele deve voltar ao antigo regime, fazer cessar a prece, expulsar os brancos, interditar os porcos na cidade santa, etc., etc; caso contrário, grandes desgraças o ameaçam, e que ela o renegará como seu filho. Pronunciando-se a respeito Allan Kardec escreve:- “Esses fenômenos são o resultado de uma obsessão, ou possessão coletiva, verdadeira epidemia de Espíritos maus, como se produziu ao tempo do Cristo e em muitas outras épocas. Cada população deve fornecer ao Mundo Invisível ambiente Espíritos similares que, do espaço, reagem sobre essas mesmas populações, das quais, devido à sua inferioridade, conservaram os hábitos, as inclinações e os preconceitos. Os povos selvagens e bárbaros estão, pois, cercados por uma massa de Espíritos ainda selvagens e bárbaros, até que o progresso os tenha levado a se encarnarem num meio mais adiantado”. Referenda seu parecer reproduzindo uma comunicação espiritual psicografada pela médium Sra Delanne, na sequencia da reunião de 12 de janeiro de 1865, assinado por entidade presente que acompanhou a leitura e debates em torno do fato. Entre outras coisas diz: -“Essas alucinações, não passam de uma obsessão, embora de caráter diferente do das que conheceis. Aqui é uma obsessão coletiva, produzida por uma plêiade de Espíritos atrasados que, tendo conservado suas antigas opiniões políticas, vêm tentar perturbar os seus compatriotas, por meio dessas manifestações, a fim de que estes últimos, tomados de pavor, não ousem apoiar as ideias de civilização que começam a implantar-se nesses países onde o progresso começa a despontar. Os Espíritos obsessores que impelem essa pobre gente a tantas manifestações ridículas são os dos antigos malgaxes, furiosos, repito, por verem os habitantes dessas regiões admitindo as ideias de civilização, que alguns Espíritos adiantados, encarnados, têm a missão de implantar entre eles. (...) É toda uma população de antigos Espíritos atrasados, que veem com despeito sua pátria sofrer a influência do progresso. Não tendo progredido, eles próprios buscam entravar a marcha da Providência”. 



Eu gostaria que vocês me dissessem como que uma pessoa, que diz seguir Cristo, vira a cara para um parente, só porque esse parente tem outra religião e não quer aceitar a sua? Religião não é coisa de Deus? Não deveria unir as pessoas e não separá-las?


Não temos nenhuma dúvida quanto a isso, prezada ouvinte. Ainda mais se tratando de seguir Jesus... Ora, se alguém não reconhece como irmão um seu parente ou familiar, só porque ele tem outra crença, no mínimo, não está sendo coerente com aquilo que sua própria religião ensina ou deveria ensinar. Jesus, que era judeu desde o nascimento, não desprezou e nem amaldiçoou nenhuma forma de crer, nem mesmo a dos fariseus ou dos samaritanos. Ele combateu, sim, as más atitudes, o mau comportamento, mas não por causa da religião, mas pelo fato de essas pessoas não seguirem os preceitos morais da religião.


Jesus, ao contrário, ensinou a linguagem universal do amor, do amor que não conhece fronteiras, que é capaz de ver a todos como irmãos, filhos de Deus. Desse modo, qualquer religioso, que diz seguir Jesus, tem a obrigação moral de seguir os preceitos que ele ensinou, conforme lemos no Sermão da Montanha. Dentro da concepção do Cristo, conforme está bem claro nos evangelhos, nem mesmo os inimigos - que são aqueles que nos querem mal - podem ficar livre do nosso amor, quanto mais aqueles com quem convivemos, no dia-a-dia, e que pertencem o ao circulo mais intimo de nossas relações.


A verdadeira religião é a que está no coração de cada criatura – e não apenas nos seus lábios, conforme disse Jesus – e ela consiste na vivência do amor incondicional, do amor fraterno, que não conhece barreiras, porque Deus é amor. Na parábola do samaritano – nem o sacerdote e nem o levita, que eram fervorosos adoradores – agiram com amor em relação ao desconhecido, que se encontrava ferido na estrada. Só o samaritano, tido como um herege, foi capaz de externar esse amor ao seu semelhante, sem perguntar quem ele era ou que religião tinha. Jesus considerou essa atitude do samaritano como única e verdadeira religião, e não aquela que só existe por fora, na hora do culto, mas não está no interior das pessoas no dia-a-dia.


Portanto, cara ouvinte, nós todos devemos ter muito cuidado para não termos da religião senão o rótulo. Como Jesus ensinou, vale mais um ato de amor de um homem sem religião do que todos os atos de arrogância e preconceito daqueles que se dizem religiosos, mas estão contaminados pelo orgulho e pela presunção de que são donos exclusivos da verdade. Quanto a nós, que já sabemos disso, cabe-nos a humildade de compreender os que ainda não atingiram esse nível de compreensão da vida e saber entender que, um dia, eles chegarão lá.


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