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terça-feira, 2 de novembro de 2021

A ANTÍDOTO E CALMANTE - A PRECE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Tendo vivido por 64 anos entre a metade do século 17 e início do 18, François Fénelon foi um teólogo católico, escritor e poeta que se destacou pelas suas ideias liberais sobre política e educação contrapondo-se ao pensamento dominante. Entre suas obras literárias, destaca-se DIÁLOGO DOS MORTOS em que simula uma conversa com personalidades celebres do passado empenhadas em reavaliar atitudes e posturas próprias e alheias. Desencarnado no início de 1715, integrou a equipe de Espíritos que organizaram as primeiras obras do Espiritismo publicadas por Allan Kardec. Fechando a edição de julho de 1861 da REVISTA ESPÍRITA, encontra-se uma mensagem de sua autoria recebida na cidade de Bordeaux, enviada à redação por um correspondente de nome Sabò. O conteúdo naturalmente é de grande importância para os que ainda não conhecem a utilidade desse procedimento em meio às tribulações da vida. Escreve ele: -“Tempestade de paixões humanas, que abafais os bons sentimentos de que todos os Espíritos encarnados trazem uma vaga intuição no fundo da consciência, quem acalmará a vossa fúria? É a prece que deve proteger os homens contra o fluxo desse oceano, cujo seio encerra os monstros horrendos do orgulho, da inveja, do ódio, da hipocrisia, da mentira, da impureza, do materialismo e das blasfêmias. O dique que lhe opondes pela prece é construído com a pedra e o cimento mais duros e, impotentes para o transpor, esses monstros se esgotam em vãos esforços contra ele e mergulham, sangrentos e aflitos, nas profundezas abissais. Ó prece do coração, invocação incessante da criatura ao Criador, se conhecessem tua força, quantos corações arrastados pela fraqueza teriam recorrido a ti no momento da queda! Tu és o precioso antídoto que cura as chagas, quase sempre mortais, que a matéria abre no Espírito, fazendo correr em suas veias o veneno das sensações brutais. Mas como é restrito o número dos que oram bem! Acreditais que depois de haver consagrado grande parte do vosso tempo a recitar fórmulas que aprendestes, ou a lê-las em vossos livros, tereis merecido bastante de Deus? Desiludi-vos; a boa prece é a que parte do coração; não é prolixa; apenas, de vez em quando, deixa escapar seu grito a Deus em aspirações, em angústias e em rogativas de perdão, como a implorar que venha em nosso socorro e os Espíritos bons a levem aos pés do Pai justo, pois esse incenso é para Ele de agradável odor. Então Ele os envia em grupos numerosos para fortalecer os que oram bem contra o Espírito do mal; assim, tornam-se fortes como rochedos inabaláveis. Vêem quebrar-se contra eles as vagas das paixões humanas e, como se comprazem nessa luta que os deve cumular de méritos, constroem, como a alcíone, seus ninhos em meio às tempestades”. Ampliando de certo modo essas informações, o Espírito André Luiz oferece duas observações importantes. A primeira no livro OS MENSAGEIROS (1944, feb) e a segunda na obra seguinte MISSIONÁRIOS DA LUZ (feb, 1945). Diz ele:1- O trabalho da prece é mais importante do que se pode imaginar no círculo dos encarnados. Não há prece sem resposta”. 2- A oração, elevando o nível mental da criatura confiante e crente no Divino Poder, favorece o intercâmbio entre as duas esferas e facilita a tarefa de auxílio fraternal. Imensos exércitos de trabalhadores desencarnados se movimentam em toda parte, em nome de Nosso Pai”.





Se nós, humanos, sofremos porque temos pecado ou - como dizem os espíritas – porque estamos pagando dívidas de vidas passadas, por que os animais sofrem? Eles também têm dívidas e pecados? (Anônimo)


Com certeza, os animais não têm pecados e nem dívidas, caro ouvinte. Aliás, a grande distância, que nos separa deles, é justamente a vida moral. A inteligência animal não é suficiente para estabelecer diferença entre o bem e o mal, entre o certo e o errado. Essa capacidade é apenas do homem. Logo, os animais não cometem erros, do ponto de vista moral. Eles seguem apenas o instinto, que é o mecanismo através do qual procuram sobreviver ao máximo e garantir a continuidade da espécie através da reprodução.


Logo, os animais, também chamados de irracionais, jamais podem sofrer em virtude de erros morais. Eles sofrem, apenas e tão somente, em razão da Lei de Evolução, a que estão submetidos. Todo ser vivo sofre; e sofre porque é vivo, porque precisa sobreviver e aprender. O sofrimento do ser vivo decorre das transformações pelas quais eles têm de passar, em razão do aperfeiçoamento a que estão sujeitos. Os animais também evoluem e também reencarnam. André Luiz chama isso de “dor-evolução”. É a dor decorrente do aprendizado. Por exemplo: para sobreviver, no seu meio natural, o animal precisa aprender a caçar e a evitar o perigo.


Nós, seres humanos, também sofremos em decorrência da evolução. Aliás, grande parte de nosso sofrimento decorre dessas necessidades naturais de sobrevivência, embora não estejamos mais nas selvas. Assim mesmo, a vida é sempre um desafio para todos nós. Desde criança estamos aprendendo: a andar, a falar, a ler, a escrever, estudar – depois, a trabalhar e a lutar pela vida – não só a nossa, mas a dos outros também. Esse longo caminho é um aprendizado constante, que nos proporciona experiência e amadurecimento para a vida. Como não temos uma vida só, em cada um delas freqüentamos um curso prático, a partir da infância, e vamos acrescentando sempre algo mais para a nossa evolução.


Logo, prezado ouvinte, é fácil concluir que nós, seres humanos, não sofremos apenas porque temos dívidas do passado. Sofremos por vários motivos – aliás, por um conjunto intrincado de causas. De um modo geral, podemos dizer o seguinte: sofremos por necessidade evolução, sofremos pelos erros que cometemos anteriormente e que estamos cometendo hoje, sofremos pelos compromissos que assumimos, sofremos pelos ideais que buscamos alcançar através da contribuição que cada um de nós deve dar ao mundo.



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