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quinta-feira, 4 de novembro de 2021

A IDENTIFICAÇÃO DE ESPÍRITOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Allan Kardec gastou 259 palavras para justificar a inclusão no capítulo 31 d’O LIVRO DOS MÉDIUNS de uma mensagem atribuída Jesus de Nazaré demonstrando o critério rigoroso que adotava para selecionar mensagens, terminando suas ponderações com a seguinte recomendação: - Que cada um julgue por si mesmo se aquele de quem ela traz o nome não a renegaria. Na atualidade, não se observa tanto cuidado, tendo-se a impressão que o que importa é o resultado comercial no caso de livros, por exemplo. Outro tema curioso é quanto aos títulos utilizados por alguns Espíritos comunicantes. No número de julho de 1866 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec se pronuncia sobre o assunto a partir de questionamento levantado por leitores da publicação. Explica ele: Num grupo de província, tendo-se apresentado um Espírito sob o nome de “São José, santo, três vezes santo”, isto deu ensejo a que se fizesse a seguinte pergunta: Um Espírito, mesmo canonizado em vida, pode dar-se a qualificação de santo, sem faltar à humildade, que é um dos apanágios da verdadeira santidade e, invocando-o, permite que lhe deem esse título? O Espírito que o toma deve, por esse fato, ser tido por suspeito? Outro Espírito respondeu: -Deveis rejeitá-lo imediatamente, pois equivaleria a um grande capitão que se vos apresentasse exibindo pomposamente seus numerosos feitos de armas, antes de declinar o seu, ou a um poeta que começasse por se gabar de seus talentos. Veríeis nessas palavras um orgulho despropositado. Assim deve ser com homens que tiveram algumas virtudes na Terra e que foram julgados dignos de canonização. Se se apresentarem a vós com humildade, crede neles; se vierem se fazendo preceder de sua santidade, agradecei e nada perdereis. O encarnado não é santo porque foi canonizado: só Deus é santo, porque só ele possui todas as perfeições. Vede os Espíritos superiores, que conheceis pela sublimidade de seus ensinamentos: eles não ousam dizer-se santos; qualificam-se simplesmente de Espíritos de verdade. Pronuncia-se Allan Kardec: - Esta resposta demanda algumas retificações. A canonização não implica a santidade no sentido absoluto, mas simplesmente um certo grau de perfeição. Para alguns a qualificação de santo tornou-se uma espécie de título banal, fazendo parte integrante do nome, para os distinguir de seus homônimos, ou que lhes dão por hábito. Santo Agostinho, São Luís, São Tomé, podem, pois, antepor o nome santo à sua assinatura, sem que o façam por um sentimento de orgulho, que seria tanto mais descabido em Espíritos superiores que, melhor que os outros, não fazem nenhum caso das distinções dadas pelos homens. Dar-se-ia o mesmo com os títulos nobiliárquicos ou as patentes militares. Seguramente aquele que foi duque, príncipe ou general na Terra não o é mais no mundo dos Espíritos e, no entanto, assinando, poderão tomar essas qualificações, sem que isto tenha consequência para o seu caráter. Alguns assinam: aquele que, quando vivo na Terra, foi o duque de tal. O sentimento do Espírito se revela pelo conjunto de suas comunicações e por sinais inequívocos em sua linguagem. É assim que não nos podemos enganar sobre aquele que começa por se dizer: “São José, santo, três vezes santo.” Só isto bastaria para revelar um Espírito impostor, adornando-se com o nome de São José. Assim, ele pôde ver, graças ao conhecimento dos princípios da doutrina, que sua velhacaria não encontrou ingênuos no círculo onde quis introduzir-se. O Espírito que ditou a comunicação acima é, pois, muito absoluto no que concerne à qualificação de santo e não está certo quando diz que os Espíritos superiores se dizem simplesmente Espíritos de verdade, qualificação que não passaria de um orgulho disfarçado sob outro nome, e que poderia induzir em erro, se tomado ao pé da letra, porque nenhum se pode vangloriar de possuir a verdade absoluta, nem a santidade absoluta. A qualificação de Espírito de verdade não pertence senão a um só, e pode ser considerada como nome próprio; está especificada no Evangelho. Aliás, esse Espírito se comunica raramente e apenas em circunstâncias especiais. Devemos pôr-nos em guarda contra os que se adornam indevidamente com esse título: são fáceis de reconhecer, pela prolixidade e pela vulgaridade de sua linguagem.

Assistindo a novela, que está passando na televisão, me ocorreu perguntar se todas as pessoas têm sua alma gêmea – quer dizer, se para cada mulher existe um homem com quem ela deve se unir e se, para cada homem, existe uma mulher. Por que, então, esse reencontro não é mais fácil, já que um tem que viver para o outro? (Ednéia)


Um Espírito pode se encontrar com um outro até por várias encarnações, quando eles têm algo em comum, principalmente se tiverem um compromisso ou uma tarefa por uma causa qualquer. Isso não quer dizer que um pertença definitivamente ao outro. É o que disseram os Espíritos a Kardec, questão 298 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS.: não existem as chamadas “metades eternas”. Elas fazem parte de uma lenda chinesa, segundo a qual as almas só se completam quando se encontram para viverem eternamente juntos. O Espiritismo não compreende assim, Ednéia.


Dois Espíritos afins – com idéias e ideais comuns – podem se encontrar e estabelecer entre eles uma profunda relação de simpatia, o que pode determinar que se reencontrem em várias encarnações. Mas os Espíritos, à medida que evoluem, seus sentimentos também evoluem e, como tal, esses sentimentos não podem, permanecer restrito a uma pessoa ou mesmo a um grupo de pessoas. O amor, que começa entre dois, logo se espalhará pela humanidade toda. O amor de Jesus era assim. Por isso ele disse que sua mãe e seus irmãos eram todos os que faziam a vontade do Pai, ou seja: aqueles que compartilhavam de seu ideal.


No estágio evolutivo em que estamos vivendo hoje, ainda estamos exercitando o amor em sentido muito restrito: o amor a dois. Não aprendemos a amar a nós mesmos, quanto mais o outro. Mas, estamos nessa fase de procurar aquele a quem amamos de verdade – ou seja, aquela pessoa por quem queremos ser capazes de fazer o maior sacrifício para vê-la feliz. Isso seria o amor na sua expressão máxima, vista de nosso plano. Como o Espírito renasce muitas vezes, a sua tendência é ampliar seu universo de contatos, estendendo seu sentimento a número cada vez maior de pessoas.




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