Num tempo em que a Astronomia começava a ampliar sua visão contida por quase dois milênios pelas ingerências religiosas, Allan Kardec busca colher informações dos Espíritos que o auxiliaram a compor a base da proposta espírita sobre a vida em outros mundos da imensidão do Universo. Seu intento foi satisfeito e não só as respostas foram originais como depoimentos importantes vieram se agregar a ela. Tal fato torna-se relevante na medida em que nas ultimas décadas a Teoria das Supercordas formulada pela Física Quântica vem se aprofundando nas cogitações e proposições dos Universos Paralelos que, entre outras coisas, abre caminho para se considerar a vida material em outras formas de vida humana, não percebidas pelos limitados sensores do nosso sentido da visão, os olhos. Vejamos alguns dos dados apurados nas pesquisas mediúnicas da Sociedade Espírita de Paris: 1- N’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS: Todos os Globos que circulam no espaço são habitados? -Sim, e o homem terreno está bem longe de ser, como acredita, o primeiro em inteligência, bondade e perfeição. (LE,55) A constituição física dos mundos não sendo a mesma para todos, os seres que os habitam terão organização diferente? -Sem dúvida, como entre vós os peixes são feitos para viver na água e os pássaros, no ar (LE,57) “As condições de existência dos seres nos diferentes mundos devem ser apropriadas ao meio em que tem de viver. Se nunca tivéssemos visto peixes não compreenderíamos como alguns seres pudessem viver na água”. (nota/q 58). 2- Na REVISTA ESPÍRITA - CASOS DE ESPÍRITOS DE OUTROS PLANETAS - MARÇO 1859 : Humboldt- “Havia numerosos candidatos a esta obra - Humboldt passou para a História pela sua contribuição no mapeamento climático da Terra - / ela (existência anterior) se passou num mundo superior longe e muito diferente de nossa Terra, não podendo ser visto porque não é luminoso e não reflete a luz dos sóis que o rodeiam, com uma numa relação de cem para um em relação à Terra”. No mesmo ano, Allan Kardec reproduz interessante mate´ria com o médium Victorien Sardou que relata seus contatos com o Espírito do oleiro Bernard Palissy descrevendo detalhes da vida no Planeta Jupiter, certamente numa das múltiplas dimensões de vida naquele Orbe. MARÇO 1867: - “Logo depois da libertação o Espírito Lumen transportou-se com a velocidade do pensamento para o grupo de Mundos componentes do sistema da estrela designada em Astronomia sob o nome de Capela ou Cabra”. Em entrevista reproduzida no ANUÁRIO ESPÍRITA 64 (Ide,1964), o Espírito André Luiz esclarece: -““Espíritos originários de outras plagas costumam estagiar na Terra em encarnações de exercício evolutivo com frequência, de vez que muitos Espíritos superiores se reencarnam no planeta terrestre a fim de colaborarem na educação da Humanidade e criaturas inferiores costumam aí sofrer curtos ou longos períodos de exílio das elevadas comunidades a que pertencem, pela cultura e pelo sentimento, porquanto, a queda moral de alguém tanto se verifica na Terra quanto em outros domicílios do Universo”. Anos depois, o médium Chico Xavier, contaria que “quando iniciei a psicografia dos livro de André Luiz, passei a reconhecer que a matéria se caracterizava por diferentes gradações e compreendi que, em torno de paisagens cósmicas, sejam elas quais sejam, podem existir cidades e vida comunitária, em condições que nos escapam, por enquanto, ao conhecimento condicionado de Espíritos temporariamente encarnados na existência física”. (9/76)
Esta questão nos foi colocada, dias atas, durante um velório: “Na hora de passar desta vida para a outra, da vida material para a vida espiritual, o que vale mais: a religião que a pessoa tem, a sua fé em Deus ou os atos que praticou durante sua vida?”
Frei Leonardo Boff, um dos articuladores da Teologia da Libertação, durante uma entrevista na televisão, contou um episódio singular de sua vida. Ele se reportou à figura do grande antropólogo brasileiro, Darci Ribeiro, que era seu amigo e que morreu de câncer. Darci Ribeiro, autor de várias obras, ocupou cargos públicos e chegou a ser Secretário da Educação no Rio de Janeiro e Ministro da Educação
Quando Darci Ribeiro se encontrava nos últimos momentos de sua vida terrena, tomado pelo câncer que lhe devorava o corpo, Frei Leonardo estava ali, a seu lado, prestando-lhe assistência espiritual. Contudo, embora fossem muito amigos e estivessem ali, naquele momento crucial, tão próximos um do outro, havia uma grande distância entre eles: Leonardo era um frei católico e Darci simplesmente um ateu.
Boff, no entanto, para consolar o amigo, disse-lhe que se mantivesse sereno naquele momento, porque ele fora um homem bom, um homem que prestou muitos serviços ao seu país, que sempre lutara pelo bem-estar de seu povo e que, embora ateu, reunira muitos méritos para ganhar o céu . Explicou que Deus não leva em conta a crença ou a religião, nem mesmo as adorações ou homenagens que se lhe queira prestar, mas os atos que a pessoa pratica durante sua vida e, naturalmente, seus sentimentos em relação ao próximo.
É claro que Darci Ribeiro, ateu convicto, não acreditava em Deus e muito menos na recompensa do céu, de modo que ante a descrição de Boff; de que estaria próxima sua chegada ao paraíso celestial, Ribeiro simplesmente exclamou: “Que bom, Boff, se isso fosse verdade!. Apesar dessa exclamação, Leonardo respeitou a convicção do amigo e permaneceu ao seu lado, procurando confortá-lo. O que vale na vida é a soma das boas obras que cada um conseguiu realizar nesta vida,
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