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segunda-feira, 8 de novembro de 2021

ESQUECIMENTOS DO PASSADO- RECURSO PROVIDENCIAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Uma das heresias cometidas pelo Espiritismo em sua apresentação à sociedade humana foi afirmar a Pluralidade dos Mundos Habitados, afirmando que as fascinantes imagens capturadas pelo nosso acanhado sentido da visão e aprofundadas pela evolução dos instrumentos óticos desde então que a Terra não é único planeta habitado. Tudo tem sua utilidade na Criação Divina. Ousa afirmar que há uma hierarquização dentro das construções do Cosmos, variando essa classificação conforme o estágio evolutivo da maioria predominante. No caso do Sistema Solar o Planeta Júpiter estaria enquadrado como um Mundo Superior. O advento da Teoria das Cordas e suas evoluções a partir dos anos 70 sugerem que as afirmações dos Espíritos que auxiliaram Allan Kardec a compor as bases da Terceira Revelação podem ter fundamento, como que ressoando vida além dos limites da matéria como definida e estruturada. Esses comentários surgem a propósito da seção QUESTÕES E PROBLEMAS DIVERSOS da edição de fevereiro de 1861 da REVISTA ESPÍRITA, onde três questões sobre o esquecimento do passado são levantadas e respondidas pelo dirigente espiritual das reuniões da Sociedade Espírita de Paris: 1. Em um Mundo Superior, como Júpiter ou outro, tem o Espírito encarnado a lembrança de suas existências passadas, assim como a do seu estado errante? - Não; desde que o Espírito se reveste do envoltório material, perde a lembrança de suas existências anteriores. 2-Entretanto, sendo rarefeito em Júpiter o envoltório corporal, ali o Espírito não seria mais livre? – Sim, mas ainda suficientemente denso para extinguir, no Espírito, a lembrança do passado. 3- Então os Espíritos que habitam Júpiter e que se comunicaram conosco encontravam-se mergulhados no sono? – Certamente. Naquele mundo, sendo o Espírito muito mais elevado, melhor compreende Deus e o Universo; mas o seu passado se apaga por enquanto, sem o que se obscureceria a sua inteligência. Ele mesmo não se compreenderia; seria o homem da África, o da Europa ou da América? o da Terra, de Marte ou de Vênus? Não se recordando mais, é ele mesmo, o homem de Júpiter, inteligente, superior, compreendendo a Deus; eis tudo. Em observação adicional, o Editor Allan Kardec pondera: – Se o esquecimento do passado é necessário num mundo adiantado como Júpiter, com mais forte razão deve sê-lo em nosso mundo material. É evidente que a lembrança de nossas existências precedentes causaria lamentável confusão em nossas ideias, sem falar de todos os outros inconvenientes já assinalados a respeito. Tudo quanto Deus faz leva o selo de sua sabedoria e de sua bondade; não nos cabe criticar, ainda mesmo quando não compreendamos o objetivo. A questão do esquecimento do passado serve de argumento para muitos dos que tentam justificar as ações possibilitadas pelo livre arbítrio que caracteriza as individualidades em processo de evolução. Os homens que no século 20 aprofundaram alguns estudos em torno da veracidade ou não da reencarnação, concluíram que o intervalo curto entre reencarnações denominado por eles de intermissão seria o responsável pelo aflorar de lembranças de vida passada, sobretudo na infância, bem como a genialidade demonstrada por instrumentistas, conhecedores de física, matemática, aspectos científicos de maneira geral. A lógica confirma a exatidão das revelações espirituais segundo as quais o esquecimento tem fins terapêuticos, visto que seria muito difícil alguém que tivesse conhecimento de que o filho rebelde oculta o rival ou desafeto do passado conseguir conviver com ele sem reincidir em antigos atos extremos. Assim sendo, a reencarnação como instrumento de aperfeiçoamento através da educação do Espírito somente dará certo se durante a permanência no corpo físico, seja por limitações deste, seja por medidas providenciais, esquecermos quem é quem no novo enredo que vamos construindo dia após dia.

Sem considerar que o tsunami, que aconteceu no Japão, tenha sido um castigo divino, podemos dizer que essas catástrofes naturais ajudam o homem a pensar mais em Deus e a buscar mais espiritualidade? (Mariana)

Não temos dúvida que sim. Tudo leva a crer – e a própria ciência antropológica defende esta tese - que um dos fatores que mais estimularam o homem a acreditar e a buscar o lado espiritual da vida foram os fenômenos da natureza, principalmente as calamidades que sempre ameaçaram e ceifaram muitas vidas.

Inicialmente o homem atribuía os flagelos naturais ao descontentamento ou ira dos deuses. Por isso, buscava fórmulas mágicas – como os rituais e os sacrifícios - para aplacar essa ira divina. Se, hoje, nós temos medo de terremotos, vulcões, furacões – imagine como devia ser no passado remoto – centenas de milhares de anos atrás - quando o homem não tinha nenhum conhecimento das leis da natureza, assustava-se com tudo, vivia apreensivo e inseguro,, acreditado que tudo acontecia de uma forma mágica e sem explicação!...

É claro que não foi apenas o medo que levou o homem a criar a religião. Já existia naquela época a experiência mediúnica – a percepção dos Espíritos (conforme informa Ernesto Bozzano na sua obra sobre fenômenos aranormais entre os povos primitivos. E isso fez com que o homem pré-histórico, a uma certa altura de sua evolução, percebendo a existência Outra dimensão da vida, para onde iam depois da morte, passasse a homenagear seus mortos, construindo sepulturas e cemitérios, e a criar cultos para sua adoração. Nasceram daí as primeiras manifestações religiosas de que temos notícia.

Mas, o que não podemos ignorar é a presença das forças naturais na vida humana, contribuindo não só para que o homem busque explicação para a origem de tudo, como se sinta impotente diante dessas forças. Cada vez que um ente querido morre, percebemos o quanto somos limitados e frágeis e , mesmo sem querer, avaliamos como está nossa vida. A morte não pode ser evitada, nem mesmo as doenças, e, por isso, nos rendemos a esse medo e, quer queiramos ou não, com o tempo vamos nos convencendo de que precisamos melhorar.

As concepções de céu e inferno depois da morte, por exemplo, tem a finalidade de direcionar o homem para melhorar a própria conduta, através do medo. Acreditando que, após a morte, poderá ter uma recompensa (se for bom) ou ser vítima de um castigo (se for mau), cada um se sente constrangido diante dessa Lei Maior, e é forçado seriamente a pensar no seu verdadeiro destino,antes que a morte chegue.

E, embora no Espiritismo, não existam esses conceitos de céu e inferno – mas apenas o de evolução e reencarnação – sabemos que é a Lei de Causa e Efeito funciona em todos os departamentos do universo. Dependendo do que fizermos nesta vida, poderemos encontrar uma condição melhor ou pior, no plano espiritual e/ou em encarnações futuras. Embora já estejamos no século XXI, de grande progresso intelectual e científico, as grandes mudanças morais ainda dependem mais do medo dos individuos do que de sua própria escolha.

Não é difícil entender isso. Quase sempre mudamos de comportamento por força das circunstâncias e não porque decidimos mudar. Veja, por exemplo, o que acontece no trânsito da cidade. Acreditamos que, na maioria das vezes, o que faz o motorista obedecer o sinal ou seguir as recomendações da placas de sinalização não é propriamente a sua consciencia moral bem formada, mas o medo de ser multado ou perder a carteira. E assim com todas as leis. Não temos dúvida de que esta é uma fase de aprendizagem por constrangimento.

Desse modo, qualquer pessoa que acredita em Deus, percebe que os grandes flagelos da humanidade, como é o caso dp tsunami, não acontecem por acaso e, de certa forma, obriga o homem a se preocupar mais com sua espiritualidade. 



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