Em meio às tribulações da vida, por vezes, quando o ânimo esmorecer, a inspiração de passagens envolvendo o incansável e inesquecível Chico Xavier representa o alento para se recomeçar e seguir em frente. Como os quatro casos apresentados na sequência: 1- Uma senhora chegou com uma criança que chorava muito. Chico se encontrava na sala das receitas e a senhora dizia que não sairia do recinto sem falar com Chico, pois não aguentava mais o choro da criança, que chorava dia e noite, sem parar. Quando Chico saiu do receituário, a primeira pessoa a quem falou foi essa senhora. Trazia uma orientação de Emmanuel; que levasse a criança a São Paulo e procurasse o médico que estava com o seu nome escrito no bilhete. Aquela criança tinha o céu de sua boca aberto e aquele médico tinha condições de operá-la. A mãe ficou muito surpresa, pois não havia falado nada e perguntou como ele sabia se ela não lhe falara nada. Respondeu-lhe que não tinha qualquer conhecimento do caso. Aquele choro iria continuar por algum tempo; era um problema de carma, mas estava amparada pela Espiritualidade, a mãe traz consigo o bálsamo. Por isso ela fora escolhida para a guarida desse Espírito. 2- Noutra ocasião, uma senhora veio de Brasília a pedido de sua filha para uma orientação do Chico. Havia perdido seu marido há 41 dias, por suicídio. E, no seu desespero, alimentava a ideia de suicidar-se. Quando chegou, não houve tempo para falar com o Chico. No final do trabalho ele psicografara uma mensagem e chamava por Maria Cristina, de Brasília. Sua mãe não ligou os fatos. Chico leu a mensagem e, para quem se destinasse, que a procurasse. Nas suas primeiras linhas, essa senhora, a meu lado nada percebera; só depois de certo detalhe é que conseguiu identificá-la, notando que o Espírito do seu marido escrevia para sua filha, esclarecendo os fatos que ocorreram. 3- Por volta do mês de julho de 1961, assisti a uma comunicação dada pelo Espírito de um jovem, dirigida a seus familiares, residentes em Ponta Grossa, Paraná, presentes na Comunhão Espírita Cristã. Vivera um pungente drama que, segundo se afirmava, o Chico não tivera conhecimento antes da mensagem. O rapaz fora morto acidentalmente por um seu amigo no jardim de sua casa, vítima de um disparo de revólver, justamente na festa de seu aniversário. Depois de detalhar seus últimos momentos no corpo que se extinguia, em linguagem vívida, rogava ainda à sua mãe e aos parentes, que procurassem o amigo que lhe fora o instrumento de separação, e o consolassem também, pois este alimentava ideia de suicídio. Toda uma ala daquela pequena sala de reuniões entrou em convulsivo pranto; a prova da sobrevivência chegava aos corações doloridos confortando-os e reanimando-os, além de trazer um importante pedido: o perdão e a reconciliação para com o inesquecível amigo. 4- Certa feita, em Uberaba, o confrade Farid Mussi, de São José do Rio Preto (SP), encontrava-se na fila, no "Centro Comunhão Espírita Cristã", esperando a sua vez. E, quando esta chegou, Chico disse-lhe: "Encontra-se ao seu lado uma entidade que deseja agradecer-lhe os favores recebidos através de uma prece. Diz ela chamar-se Maura de Araujo Javarini, tendo vivido e desencarnado em São José do Rio Preto (SP), em 1932." No momento, o senhor Farid não se lembrou de ter prestado qualquer auxílio que merecesse tal agradecimento. No dia seguinte, contudo, rememorando essa ocorrência, veio-lhe à lembrança de que em tempos idos, passando por uma padaria. situada nas proximidades do TATWA-Circulo Esotérico da Comunhão do Pensamento, em São José do Rio Preto, teve notícia de que a esposa do padeiro se suicidara. Nessa ocasião, não era espírita, mas sim secretário do referido TATWA, e condoído da infelicidade dessa senhora, tirou do bolso um caderninho de notações e nele anotou o nome de Maura de Araujo Javarini, dirigindo-se ao Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, uma vez que a reunião da noite estava prestes a se realizar.
Um ouvinte questiona o seguinte: “Mesmo casado, eu me sinto atraído por outra mulher. Não se trata de uma simples paixão, mas acredito que seja um amor verdadeiro. Não fui atrás dessa pessoa e, na verdade, não posso e não quero. Tenho esposa e filhos, mas vivo nessa angústia, de estar com uma e amar a outra. Também adianto que não é uma simples atração sexual, é algo mais profundo. Como o Espiritismo vê este caso?”
Se existe uma doutrina que não impõe nem proíbe nada a alguém, essa doutrina é o Espiritismo. Ninguém manda no sentimento de alguém; entretanto, num caso como o seu, o Espiritismo nos deixa claro, pelo menos, três pontos: 1º) Todos somos responsáveis pelos atos que praticamos; se fizermos alguém sofrer injustamente por nossa causa, mais cedo ou mais tarde, teremos de reparar por essa injustiça; 2º) nada acontece por acaso; tudo que acontece em nossa vida tem uma razão de ser; 3º) para termos paz conosco mesmo, precisamos atentar para o que a consciência nos pede.
Com certeza, pelo fato de ainda estarmos num mundo de provas e expiações, não teremos nesta vida a felicidade completa. Encontraremos muitos obstáculos pelo caminho e todos eles, certamente, têm algo a nos ensinar; até mesmo o de lidar com o nosso sentimento. Alguns desses obstáculos conseguiremos transpor; outros superaremos em parte, e, finalmente, outros não serão resolvidos na presente existência. Não há dúvida de que cada pessoa tem por obrigação procurar o seu bem-estar, mas, desde que, essa busca não prejudique os outros.
Desse modo, se formos agir com todo o ímpeto, de que somos capazes, para buscar a própria felicidade, é possível que, na ânsia de sermos felizes tenhamos de passar por cima de alguém, de causar algum mal a uma ou mais pessoas. Neste caso, estaremos vendo exclusivamente o nosso próprio bem; usando, segundo Jesus, a justiça dos fariseus, destituída de amor e de misericórdia. Essa justiça, certamente, não nos dará o Reino dos Céus. E o Reino dos Céus é este: que possamos viver em paz com a própria consciência e, ao partir desta vida, sentir que somos merecedores de uma proteção maior.
Na vida podemos seguir em frente, sem olhar dos lados, mas podemos também nos preocupar com aqueles que nos acompanham, para não deixá-los para trás. A escolha é nossa. Jesus nos ensinou o amor, que combate o ódio, a solidariedade que combate o egoísmo; a humildade que combate o orgulho, como caminho para a efetiva conquista do reino interior. E isso implica em que, se tivermos realmente um compromisso com o Amor, podemos abrir mão até mesmo de um direito ou privilégio.
Você tem a liberdade de decidir por si próprio, mas também tem a responsabilidade de responder por seus compromissos. É possível, ainda, que esteja enganado em relação ao seu sentimento. É possível que isso não passe de uma passageira inquietação, uma vez que a paixão nos fascina e obstrui a razão, envolvendo-nos num clima de total entrega, justamente quando a situação se torna perigosa. Leia livros de mensagens elevadas. Busque na prece sua proteção, converse com pessoa de sua confiança e de moralidade íntegra. Quanto mais você se calar sobre seu problema, mais fácil de ser conduzido a uma decisão impensada.
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