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quarta-feira, 10 de novembro de 2021

SURREAL, MAS RACIONALMENTE POSSÍVEL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Diferentemente do Espírito identificado como André Luiz, Manoel Philomeno de Miranda a partir da própria cura de um processo obsessivo, passou a trabalhar enquanto encarnado em Centro Espírita na cidade de Salvador, na Bahia, para onde se mudara com trabalhos neles desenvolvidos, voltados para atendimento a pessoas acometidas por quadros da obsessão. Desencarnado em 1942, psicografou através de Chico Xavier uma mensagem dirigida ao também médium Divaldo Pereira Franco e, a partir de 1970, através do mesmo começou a transferir para nossa Dimensão obras abordando suas experiências do outro lado da vida mostrando a intensa interação existente entre os diferentes Planos Existenciais e a gravidade dos processos de obsessão através de casos que, segundo ele, atingem proporções inimagináveis. Mais de uma dezena de obras marcadas por extremo bom senso foi surgindo desde NOS BASTIDORES DA OBSESSÃO, o primeiro da série. Livros excelentes contendo instigantes revelações como TRANSIÇÃO PLANETÁRIA (2010), revelando as ações preparatórias para o grande evento de dezembro de 2004, que impôs em alguns minutos a morte de aproximadamente quatrocentas mil pessoas, no Tsunami resultante de um violento terromoto ocorrido em alto mar, a quilômetros de distancia das áreas continentais atingidas em vários Países situados no Oceano Índico. Ou ainda NAS FRONTEIRAS DA LOUCURA (1982), abordando os efeitos espirituais e materiais do carnaval nas estruturas sociais encarnadas e desencarnadas. Um deles, TORMENTOS DA OBSESSÃO (2001), apresenta um caso extremamente interessante, retratando personagem que, alcoolizado, teria, certa noite, adentrado um Centro logo após o termino das suas atividades. Superado o constrangimento inicial dos remanescentes presentes, foi convencido por um dos dirigentes a submeter-se a tratamento ali oferecido, o que o fez voltar ainda algumas vezes, até que não mais apareceu. O próprio Manoel, testemunha do fato, prossegue resgatando detalhes do sucedido na sequência: -“Não passaram duas semanas, e fomos informados da tragédia em que se envolvera o pobre Ludgério, tendo fim a consumida existência física. Discutindo com outro companheiro embriagado, comparsa habitual das extravagâncias alcoólicas, num dos bares em que se homiziavam, foi acometido de grande loucura e, totalmente alucinado, tomou de uma faca exposta no balcão da espelunca, cravando-a, repetidas vezes, no antagonista, mesmo após tê-lo abatido e morto. A cena de sangue, odienta e ultrajante, provocou a ira dos passantes e comensais do repelente recinto que, inspirados por perversos e indigitados Espíritos vampirizadores, se atiraram contra o alcoólatra, linchando-o sem qualquer sentimento de humanidade, antes que a polícia que frequentava o local pudesse ou quisesse interferir. Todo linchamento demonstra o primarismo em que ainda permanece o Ser humano, e resulta da explosão do ódio que acomete aos imprevidentes, que passam a servir de instrumentos inconscientes de hordas espirituais perversas, que dão vasa aos sentimentos vis através das paixões desordenadas (...). Os jornais fizeram estardalhaço sobre o inditoso acontecimento, que a nós outros que o conhecíamos, muito nos compungiu, deixando-nos material espiritual para demoradas reflexões e interrogações que somente após a morte nos foi possível compreender. Naquela ocasião, indagamo-nos, se teria falhado a ajuda espiritual que se estava iniciando com futuras perspectivas de atenuar o processo obsessivo. Por que os desafetos conseguiram atingir as metas estabelecidas? (...) Após a morte física, ainda interessado no caso Ludgério, tentamos encontrá-Lo, sem o conseguir. (...) Soubemos, por fim, que aquele, que lhe fora vítima do homicídio infame, era um dos comparsas de vidas anteriores, que se desaviera quando da partilha de terras que haviam sido espoliadas de camponeses humildes que lhes sofriam a dominação arbitrária, tornando-se-lhe igualmente adversário. Desde então, unidos pelos crimes, uma ponte de animosidade fora distendida entre eles. Como os adversários espirituais se vinculavam a ambos, encontraram campo vibratório propício para o assassinato de cunho espiritual”.






A ouvinte de iniciais M.B. faz uma pergunta genérica sobre perispírito, e o ouvinte Dorival Fernandes vai um pouco mais longe, formulando a seguinte questão: “Se, quando uma pessoa se suicida – dando um tiro na cabeça, por exemplo – o perispírito também fica lesado naquela região que foi atingida pelo tiro, o que deve acontecer para o perispírito, quando essa morte por suicídio é mais violenta ainda, como, por exemplo, no caso desses homens-bomba, que têm o corpo dilacerado por uma explosão?”

André Luiz pela mediunidade de Chico Xavier, é o Espírito que mais informações nos prestou sobre as condições do perispírito após o suicídio. Mas ele não chegou a abordar episódios referentes à morte por explosão. No entanto, no livro “O PERISPÍRITO E SUAS MODELAÇÕES”, publicado pela Editora EME, Luiz Gonzaga Pinheiro afirma ter obtido informações espirituais mais detalhadas a respeito dos mais variados tipos de morte e suas repercussões no perispírito. É nele que vamos nos basear.

Para esclarecimento de todos, porém, devemos informar que perispírito, segundo o Espiritismo, é um tipo de corpo “semi-material” que envolve o Espírito, e que existe tanto no encarnado como no desencarnado. Dizemos semi-material, porque ele é formado de matéria, mas de uma matéria muito sutil, muito refinada – que não é essa que conhecemos – porém, invisível para nós, imponderável, e que, portanto, com propriedades de regeneração que o nosso corpo não tem.

Em linguagem mais simples, podemos dizer que perispírito é um corpo espiritual, aquele que se apresenta quando alguém vê um Espírito, como o médium, por exemplo. É o mesmo corpo a que Paulo, o apóstolo do Cristianismo, se referiu numa de suas cartas aos Coríntios. É o que ele chamou de “corpo da ressurreição”, afirmando que é com esse corpo espiritual que ressuscitamos – e não com o corpo de carne, como muitos podem pensar.

Paulo deve ter tirado essa conclusão de sua própria experiência, quando se encontrou com Jesus na estrada de Damasco. Ao ver Jesus, ele pode observar que o corpo, com que Jesus se apresentou a ele, não era um corpo carnal. Portanto, para Paulo, não há ressurreição da carne, mas do corpo espiritual, aquele mesmo com que Jesus ressuscitou. Caso contrário, como aconteceria, por exemplo, a ressurreição de um corpo completamente dilacerado por uma explosão, transformando-se em mil pedaços, que se espalharam por todos os cantos?

Mas o corpo espiritual ou perispírito não é tão simples assim. Sendo de natureza diversa do corpo físico e tendo propriedades diferentes, nele as conseqüências de uma explosão por suicídio, por exemplo, não é a mesma. Lembramos que o que causa a lesão no perispírito não é a explosão em si, mas o impacto do pensamento destrutivo do suicida ( que quer explodir o corpo), de modo que essa ação, apesar de violenta, não causa do perispírito os mesmos efeitos que a explosão causa ao corpo.


 

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