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segunda-feira, 22 de novembro de 2021

UMA ANÁLISE SOBRE A REENCARNAÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Distante por 16 séculos da cultura entorpecida pelas sombras impostas pelo dominante pensamento religioso, a sociedade humana resiste a ceder à logica e evidências da reencarnação e visão evolucionista derivada dela. No número de outubro de 1860, um Espírito identificado como Zénon, através de mensagem psicografada em reunião da Sociedade Espírita de Paris, incluída por Allan Kardec na REVISTA ESPÍRITA faz uma análise interessante sobre o tema. Escreve ele: - Há na doutrina da reencarnação uma economia moral que não escapa à tua inteligência. Sendo a corporeidade compatível somente com os atos de virtude, e sendo esses atos necessários ao melhoramento do Espírito, raramente encontrará este, numa única existência, as circunstâncias necessárias ao seu progresso acima da Humanidade. Sendo admitido que a justiça de Deus não pode harmonizar-se com as penas eternas, deve a razão concluir pela necessidade: 1o - de um período de tempo durante o qual o Espírito examina o seu passado e toma suas resoluções para o futuro; 2o - de uma existência nova em harmonia com o avanço atual desse Espírito. Não falo dos suplícios, por vezes terríveis, a que são condenados certos Espíritos, durante o período da erraticidade; por um lado eles correspondem à enormidade da falta e, por outro, à justiça de Deus. Isto diz bastante para dispensar detalhes que, aliás, encontrarás no estudo das evocações. Voltando às reencarnações, haverás de compreender a sua necessidade por uma comparação vulgar, mas de impressionante verdade. Após um ano de estudos, o que acontece ao jovem colegial? Se progrediu, passa para a classe superior; se ficou imobilizado em sua ignorância, repete o ano. Vai mais longe; comete faltas graves e é expulso. Pode vagar de colégio em colégio; pode ser afastado da Universidade e pode ir da casa de educação à casa de correção. Tal a imagem fiel da sorte dos Espíritos e nada satisfaz mais completamente à razão. Quer-se cavar mais profundamente a doutrina? Ver-se-á, nessas ideias, o quanto a justiça de Deus parece mais perfeita e mais conforme às grandes verdades que dominam a nossa inteligência. No conjunto, como nos detalhes, há nisso algo de tão surpreendente que o Espírito que começa a iniciar-se fica como que iluminado. E as censuras murmuradas contra a Providência, e as maldições contra a dor, e o escândalo do vício feliz em face da virtude que sofre, e a morte prematura da criança; e, numa mesma família, de encantadoras qualidades, dando, por assim dizer, a mão a uma perversidade precoce; e as enfermidades que datam do berço; e a infinita diversidade de destinos, tanto nos indivíduos, quanto nos povos, problemas até hoje insolúveis, enigmas que fazem duvidar da bondade, e quase da existência de Deus, tudo isto se explica ao mesmo tempo. Um puro raio de luz se estende no horizonte da filosofia nova e, no seu quadro imenso, agrupam-se harmoniosamente todas as condições da existência humana. As dificuldades se aplainam, os problemas se resolvem, e mistérios até hoje impenetráveis se explicam numa única palavra: reencarnação. Leio em teu pensamento, prezado cristão. Tu dizes: eis, desta vez, uma verdadeira heresia. (...) No dia marcado por Deus os filósofos cristãos não terão nenhuma dificuldade para dizer que a vida é múltipla. Isso não acrescenta nem muda nada nos vossos deveres. A moral cristã fica de pé e a lembrança da missão de Jesus paira sempre sobre a Humanidade. A religião nada tem a temer deste ensino, e não está longe o dia em que seus ministros abrirão os olhos à luz; por fim reconhecerão, na revelação nova, os socorros que, imploram do céu. Eles creem que a sociedade vai perecer: será salva.


Gostaria de saber se os pais podem ser culpados de ter um filho “gay”. Por exemplo: se esse pais podem ter dado uma educação errada. E se existe alguma forma de evitar esse problema... (Anonima)

Prezada leitora. Só a dificuldade, que você demonstrou ao fazer a pergunta, já revela o quanto ainda nós, - seres humanos do século XXI, todos nós invariavelmente - estamos distantes de alcançar uma compreensão espiritualizada sobre a questão sexual, e especialmente sobre homossexualismo. Dizemos isso, porque sentimos o seu retraimento e o seu cuidado em formular a pergunta ( de forma cautelosa e reticente...); com toda certeza, em razão do preconceito que ainda paira em torno dessa questão... tanto nosso, como da sociedade que, invariavelmente, cobra muito dos pais.

Para sermos mais diretos – e em razão do que temos lido em obras espíritas – podemos lhe dizer que, de uma maneira geral, não acreditamos que nós, os pais, possamos determinar a condição sexual de nossos filhos, embora possamos ajudá-los muito na sua formação, ajudá-los a se encontrarem e a se realizarem nesta vida. Até porque nós, os pais, somos preconceituosos nesse sentido e nenhum de nós pretende enfrentar uma condição, que a sociedade já rechaça de plano, criando outra situação ainda mais difícil e desconfortante, tanto para esse filho, como para sua família – mais para ele, é claro!...

Não temos dúvida de que a educação do lar - ou seja, o clima emocional que criamos no seio da família para nossos filhos – tem uma influência sobre as tendências que o Espírito traz do passado. Mas só uma influência, ou seja, um fator que pode facilitar ou dificultar uma tendência, mas não a tendência em si. O Espírito, como afirma a Doutrina Espírita, já vem percorrendo um caminho em termos de comportamento sexual, por motivos que desconhecemos e que ele próprio desconhece. Sabemos muito pouco a respeito do papel do sexo na evolução moral do Espírito.

Aos pais, no entanto, compete simplesmente dar o melhor para os filhos em matéria de educação, de formação moral e espiritual, para que sejam pessoas de bem e estejam bem consigo mesmas, para que sejam úteis para si mesmos e para a coletividade. Em nossa sociedade, como sempre aconteceu – e até porque foi o que até hoje nos mostraram – criamos nossos filhos para serem homens ou mulheres, com o sexo bem determinado, segundo os implementos e características sexuais que a natureza lhes conferiu, desde o nascimento - e, hoje, já desde o ventre materno, quando já é possível saber o sexo do bebê.

Ocorre, no entanto, que pode haver alguma surpresa nesse caminho e a criança, desde cedo, revelar tendências que consideramos não adequadas à sua identidade sexual. Este tem sido os casos mais comuns. Como temos medo da sociedade, porque sofremos a pressão de sua cobrança, por que criamos metas definidas de vida para nossos filhos, é comum os pais se rebelarem contra essa situação, e quererem redirecionar as tendências da criança ou adolescente de uma forma inadequada, às vezes até com violência, gerando mais conflitos emocionais no filho, mais dificuldades de relacionamento e, portanto, causando mais problemas.

No Espiritismo, como não acreditamos no acaso, como consideramos que essa criança teve um passado e que veio pelas nossas mãos para que assumamos responsabilidade com ela, o mais sensato é analisar com critério essa situação, antes de qualquer julgamento. Ninguém sabe tudo e ninguém, sozinho, pode resolver todos os problemas. Isso, antes de assumirmos qualquer comportamento mais agressivo e desastrado, pois, na verdade, não estamos sabendo com que Espírito estamos tratando. Nesse sentido, sim, podemos dizer que uma intervenção inadequada dos pais podem gerar mais problemas do que os que já existem e podem contribuir para um desajuste desse Espírito, que passa a se sentir completamente desorientado.

Há orientações nesse sentido em obras especializadas na área da psicologia e também no Espiritismo, por profissionais formadas nessa área. Há psicólogos que atuam com grande responsabilidade e competência para nos ajudar nessas situações. Não podemos mais continuar tratando a questão “a ferro e fogo” (como se diz na gíria), ou seja, de qualquer jeito, levados simplesmente pela emoção e pela opinião dos outros, pois, entendemos hoje que é realmente uma questão delicada para esse filho e, não só para ele, mas para a família toda – e para a sociedade, que ainda não sabe como agir.

No livro “AS FORÇAS SEXUAIS DA ALMA” – que é o livro espírita, que reputamos confiável - em que o psiquiatra Jorge Andréa buscou respaldo informativo nas obras de André Luiz ( pela mediunidade de Chico Xavier), encontramos oportunas considerações sobre o significado da homossexualidade, do ponto de vista espiritual. Por isso, para começar, indicamos essa leitura, orientando as casas espíritas que estudem essa e outras obras mais recentes que tratam do assunto, para estarem em condições de ajudar os pais e os futuros pais a se situarem diante da problemática humana.




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