Herdeiros de si mesmos, segundo a Doutrina Espírita, no processo de evolução o Espírito defronta-se inexoravelmente com as consequências das próprias ações. Todos, pela LEI DE CAUSA E EFEITO experimentaremos revezes na busca de reabilitação perante nossa consciência. Reunimos alguns casos interessantes para reflexões: CASO 1 – EFEITO - M, jovem acometido desde os 14 anos por convulsões epiléticas com certa intensidade. CAUSA Exercício de enorme poder em pretérito intensamente vivido nas paixões e excessos de autoridade arregimentando massa compacta de inimigos que arremeteram contra si no além após a morte invocando a justiça comum, retendo-o longo tempo nas regiões inferiores, saciando velhos propósitos de vingança, seviciando-lhe a organização perispiritual por mais suplicasse pela libertação. Reencarnado, determinado a reequilibrar-se, a simples reaproximação de inimigos de outra época altera-lhe as condições mentais, mergulhando nas contorções típicas do processo de desequilíbrio derivado de desarranjos perispirituais (NMM, 8) CASO 2 – EFEITO - Espírito feminino preso a corpo masculino, conflitado desde a infância atual pela divergência entre a sua psicologia e fisiologia, pela estranheza entre as formas do corpo refletido no espelho e o seu mundo interior. Situação agravada a partir da adolescência, primeiro pela indução à pratica homossexual por um tio com quem passou a dividir o quarto por força de circunstâncias. CAUSA - Ações em três vidas passadas consecutivas no campo da sexualidade mal orientada que o levou a fugir a compromissos assumidos em busca de aventuras CASO 11 - EFEITO Homem, 17 anos, servente de pedreiro, sem vícios, acometido de um momento para outro desde os 13, de medo de algo, que somente ele dizia ver, escondendo-se embaixo da cama, sem coragem de sair de casa, gritando muito , não parando vestido, pois rasgava toda roupa. Restabelecido após tratamento de passes em um Centro Espírita, transferiu-se para a cidade de Santos a convite de um irmão onde reintegrou-se às atividade profissionais, até que dois meses depois, desinteressou-se pelo trabalho, arredio, triste, isolando-se da convivência. dos que o cercavam. CAUSA Ter testemunhado com seus irmãos em favor de homicida, depoimento assistido pela pelo Espírito da vítima que ainda inconsciente acerca de sua morte, o que o levou a revoltar-se contra o fato, acirrando seu ódio contra os que contribuíram para inocentar o assassino. Internado o paciente mostrava-se inconsciente de lugar, tempo e espaço, ignorando onde estava, sem raciocínio, pouco dormindo ou se alimentando, desesperado, gritando e falando, noite e dia, palavras desconexas, frases sem sentido, rasgando tudo que estivesse ao seu alcance. Curiosamente a ligação propiciada pela mediunidade latente do doente se dera através do Espírito de amigo do passado que reencarnara na Itália, morrendo anos depois numa guerra contra a Espanha, embarcando clandestinamente por se julgar ainda vivo e desertor em navio que seguia para o Brasil, atracando em Santos onde reconhecera em Espírito, o enfermo o amigo de outras Eras, procurando defendê-lo do agressor que o assediava, alimentando inconscientemente o processo obsessivo. CASO 14 – EFEITO - Mulher; 65 anos; boa saúde; mãe de seis filhas, todas casadas, para cuja educação trabalhara duramente, lavando e passando roupa. Quando do nascimento do primeiro neto, começaram distúrbios emocionais, ideias delirantes, alucinações e sentimentos de culpa. Com o nascimento de outros netos, os sintomas se agravaram, apesar da consideração e amor que lhe eram dedicados. Apesar de pertencer a família católica-romana, a paciente rejeitava com veemência todo e qualquer contato com padres e igrejas. CAUSA - Ações em penúltima reencarnação onde, na condição masculina, servira a nobre dama, muito influente nos meios sociais e eclesiásticos, em cuja casa havia uma capelinha particular onde, além das práticas religiosas, se propiciava banquetes e noitadas alegres a pessoas importantes, na companhia de moças solteiras. Muitas vezes era obrigado a retirar os recém-nascidos, frutos desses desvios, de casas particulares e leva-los a asilo de enjeitados, abalando-se com o choro das crianças, fato reavivado em sua memória de profundidade na convivência com o neto recém-nascido.
Marisa, nos envia o seguinte comentário: “Eu sei porque existem tantas religiões no mundo. No fundo, todo ser humano, homem ou mulher, precisa de Deus e cada um concebe Deus a seu modo, do jeito que pode imaginar. Nós nunca vamos poder ver Deus da mesma maneira. O mais importante é que aprendamos a amar, seja qual for a religião que escolhemos.”
Concordamos plenamente com o seu comentário, Marisa. Aliás, essa forma de você ver a vida é tão antiga quanto a própria civilização. Foi o que todos os grandes mestres e sábios da humanidade ensinaram em todos os tempos. Na verdade, ainda hoje, não conseguimos nos desvencilhar do rótulo religioso, achando que a nossa religião é sempre a melhor. Foi justamente o que Jesus mais combateu, o rótulo.
Por exemplo: nos evangelhos vamos ver que os judeus reprovavam os samaritanos, porque os samaritanos não acreditavam que Deus estivesse no Templo de Jerusalém. Por isso, criticavam os samaritanos, dizendo que eles praticavam a heresia e pecavam contra Deus. Jesus, que era judeu, não se conformava com isso. Onde se viu, combater os samaritanos só porque eles tinham a sua própria maneira de crer em Deus e de orar?... Por isso, toda vez que Jesus contava uma parábola e tinha que exaltar alguém, ele exaltava sempre o samaritano e não o judeu, para mostrar que o importante não é o rótulo, mas o caráter e as boas intenções da pessoa.
Sobre isso, na questão 836 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Kardec pergunta: “Toda crença é respeitável, mesmo que seja notoriamente falsa? “ Resposta dos Espíritos: “Toda crença é respeitável, quando é sincera e conduz à prática do bem. As crenças repreensíveis são as que conduzem ao mal.” E, na questão 842, Kardec volta a perguntar: “Se todas as doutrinas tem a pretensão de ser a única expressão da verdade, por que sinais se pode reconhecer aquela que tem o direito de se colocar como tal?”
Resposta dos Espíritos: “Será aquela que faz mais homens de bem e menos hipócritas; quer dizer, praticante da lei do amor e da caridade na sua maior pureza e sua mais larga aplicação. Por esse sinal reconhecereis que uma doutrina é boa, porque toda doutrina, que tiver por conseqüência semear a desunião e estabelecer uma separação entre os filhos de Deus, não pode senão ser falsa e perniciosa”.
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