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terça-feira, 28 de dezembro de 2021

AGÊNERE- SERÁ POSSIVEL?; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 POSTAGEM 3-1-22

Contra fatos não há argumentos. E a história contada por Allan Kardec na edição de fevereiro de 1859 da REVISTA ESPÍRITA ilustra isso. Conta ele: Uma pobre mulher estava na igreja de São Roque e rogava a Deus que a auxiliasse em sua aflição. À saída, na rua Saint Honoré, encontra um senhor que a aborda e lhe diz: “Boa mulher, ficaríeis contente se arranjasses trabalho?” – “Ah! meu bom senhor” – responde ela – “peço a Deus que me conceda esse favor, porque estou muito necessitada.” – “Pois bem! Ide a tal rua, número tanto. Procurai a senhora T...: ela vos dará trabalho.” Então continuou seu caminho. A pobre mulher dirigiu-se sem demora ao endereço indicado. – “Com efeito, tenho um trabalho para mandar fazer” – diz a senhora em questão – “mas como não o dissera a ninguém, como pôde a senhora vir me procurar?” Então a pobre indigente, avistando um retrato suspenso à parede, respondeu: – “Senhora, foi esse cavalheiro que me enviou aqui.” – “Esse cavalheiro!” – replicou espantada a senhora – “Mas isso não é possível; este é o retrato de meu filho, morto há três anos.” – “Não sei como pode ser isto, mas vos asseguro que foi esse senhor que acabei de encontrar ao sair da igreja, onde tinha ido pedir a Deus que me assistisse. Ele me abordou e foi ele mesmo que me mandou aqui”. A respeito, Kardec comenta: -“Conforme o que acabamos de ver, nada haveria de surpreendente em que o Espírito do filho daquela senhora, a fim de prestar um serviço à pobre mulher, da qual sem dúvida ouvira a prece, lhe tivesse aparecido sob a forma corpórea para indicar-lhe o endereço da própria mãe. Em que se transformou depois? Sem dúvida no que era antes: um Espírito, a menos que, continuando seu passeio, tenha julgado conveniente mostrar-se a outras pessoas sob a mesma aparência. Essa mulher teria, assim, encontrado um agênere, com o qual havia conversado. Mas, então – dirão – por que não se teria apresentado à sua mãe? Nessas circunstâncias os motivos determinantes dos Espíritos nos são completamente desconhecidos. Agem como bem lhes pareça, ou melhor, como disseram, em virtude de uma permissão sem a qual não podem revelar sua existência de modo material. Compreende-se, ademais, que sua visão poderia causar à mãe perigosa emoção. E quem sabe se não se apresentou a ela durante o sono ou de qualquer outro modo? E, aliás, não terá sido um meio de lhe revelar sua existência? É muito provável que tenha testemunhado aquela conversa entre as duas senhoras. O assunto seria aprofundado na próximo trabalho publicado pelo sistematizador do Espiritismo em 1861: O LIVRO DOS MÉDIUNS. Quando da abordagem na publicação mensal mantida por Allan Kardec, aproveitou para ouvir o responsável pelas atividade da Sociedade Espírita da Paris, São Luiz. Da entrevista de 16 perguntas, destacamos algumas das informações prestadas pela entidade. Sobre a possibilidade de Espíritos desencarnados aparecerem corporalmente em outros locais e a outras pessoas além da sua família? Esclareceu que “sim, sem dúvida; não dependendo, porém de sua vontade”, por ser “o poder dos Espíritos é limitado; só fazem o que lhes é permitido fazer”; que podem pertencer à classe dos Espíritos inferiores ou superiores; que são fatos raros, existindo exemplos na própria Bíblia; que um eventual ferimento mortal que sofresse o faria desaparecer subitamente; “que como Espíritos têm as paixões dos Espíritos, conforme sua inferioridade, algumas vezes tomando um corpo aparente é para fruir as paixões humanas; se são elevados, é com um fim útil que o fazem; que não podem procriar, o que seria contrário às leis que estabelecidas na Terra que não podem ser derrogadas.


Jornais, rádio e televisão ( e agora as redes sociais) sempre dão ênfase às más notícias, mas isso acontece porque o público valoriza mais o que é ruim do que o que é bom. Por que será que temos preferência pelas más notícias e, ao mesmo tempo, ficamos tão apreensivos com elas? Não deveria ser o contrário? (E. L. S.)


De um modo geral, estamos a procura de emoções fortes, e as más notícias, de certa forma, preenchem essa necessidade. É como assistir a um filme de suspense ou de terror: você fica o tempo todo apreensivo e receoso pelo que vai acontecer, e só leva susto. No entanto, sempre há bom público para filmes dessa natureza. Convém lembrar que nos sentimos confortáveis, vendo o perigo acontecer apenas na tela e não na vida real. Alguns estudiosos do comportamento humano consideram que, no decorrer da evolução, o homem esteve muito mais atento às situações de perigo do que à vida rotineira, que é mais segura.


Por outro lado, é possível que a vivência de fortes emoções contribua de certa forma para a capacidade de adaptação do individuo às situações de perigo, fazendo com que ele aprenda a enfrentar o medo. Não sabemos exatamente o que acontece, mas é inegável que existe essa preferência. Se, por exemplo, a imprensa informar que houve um acidente aéreo, imediatamente uma multidão se colocará em frente à televisão para acompanhar o sinistro. Mas, se ela disser que todos os aviões, que saíram hoje do Aeroporto de Cumbica, chegaram normalmente ao seus destinos, ninguém dará atenção a isso.


Desse modo, é possível concluir que o que mais chama atenção são os fatos diferentes, impactantes, que saem da rotina. Aqueles que acontecem todos os dias tornam-se monótonos e desinteressantes, na maioria das vezes. Talvez falte em todos nós um auto-exame para verificar de que realmente nos faz bem para a saúde mental. Entretanto, não é menos certo de que precisamos criar uma resistência natural aos fatos negativos, para que eles não enfraqueçam o nosso estado de ânimo. O problema, portanto, não está propriamente no fato de ouvirmos más notícias, mas na reação que temos diante delas.


Quando entendemos que as notícias desagradáveis devem contribuir para o nosso crescimento espiritual, na medida que nos ensinam a evitar o mal e fazer o bem, com certeza, não seremos tão afetados por elas. Cada um de nós deve preocupar-se em se conhecer, não só para analisar suas tendências, mas principalmente para verificar o que deve ser melhorado, para adaptar-se melhor à vida. Adaptar á vida, em última instância, é viver em harmonia consigo mesmo, sem causar prejuízo aos outros – nem prejuízo material, nem prejuízo moral. Afinal, seguindo a recomendação de Jesus, devemos fazer aos outros aquilo que desejamos que eles nos façam.


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