POSTAGEM PARA 30-12-2021
Reconhecido como o grande responsável pelo surgimento do Espiritismo, Allan Kardec editou entre 1858 e 1869, quando desencarnou a REVISTA ESPÍRITA veiculando matérias criteriosamente selecionadas, demonstrando o interesse que as relações interdimensionais despertava entre os que não se contentavam mais com a visão dominante no lado Ocidental da Terra. Percorrendo essas páginas podem ser encontradas ponderações do grande Mestre extremamente uteis na realidade atual. Destacamos na sequencia sete delas para seu conhecimento e reflexão: 1- O LIVRO DOS ESPÍRITOS não é um tratado completo de Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação. (RE; 7/1866) 2- “Porque não se compreende uma coisa, não é motivo para que ela não exista visto que o que hoje é utopia poderá ser verdade amanhã”. 3- Pela mediunidade efetiva, consciente e facultativa, que se chegou a constatar a existência do mundo invisível e, pela diversidade das manifestações obtidas ou provocadas, que foi possível esclarecer a qualidade dos seres que o compõem e o papel que representam na natureza. O médium fez pelo Mundo Invisível o mesmo que o microscópio pelo mundo dos infinitamente pequenos”. 4- “O grande juiz, o juiz soberano, é a opinião pública. Quando essa opinião se formar pela aquiescência das massas e dos homens esclarecidos, os cientistas oficiais a aceitarão como indivíduos e sofrerão a força das circunstâncias.”. (RE; 6/1859) 5- O Espiritismo não brotou do cérebro de um homem como um sistema filosófico criado pela imaginação. Se os Espíritos não se tivessem manifestado por si mesmos, não teria havido Espiritismo. Se não se pode impedir que se manifestem, não se pode deter o Espiritismo, do mesmo modo que se não pode impedir um rio de correr, a menos que se lhe suprima a fonte. Pretender que os Espíritos não se manifestem é uma questão de fato e não de opinião. Contra a evidência não há contestação possível. (RE; 9/1864) 6- Muitas das situações observadas nos comportamentos da criatura humana tem sua fonte na reação incessante que existe entre o Mundo Visível e o Invisível, que nos cerca, e em cujo meio vivemos, isto é, entre os homens e os Espíritos, que não passam de almas dos que viveram e entre os quis há bons e maus. Esta reação é uma das forças, uma das leis da natureza, e produz uma porção de fenômenos psicológicos e morais incompreendidos, porque a causa era desconhecida. O Espiritismo nos deu a conhecer esta lei, e, desde que os efeitos são submetidos a uma lei da natureza, nada tem de sobrenatural. Vivendo no meio desse mundo, que não é tão imaterial quanto o imaginam, uma vez que esses seres, embora invisíveis, tem corpos fluídicos semelhantes aos nossos, nós sentimos sua influência. A dos bons Espíritos é salutar e benéfica; a dos maus é perniciosa como o contato das criaturas perversas na sociedade. (RE; 5/1863) 7- “É penoso pensar que o progresso, por vezes, precisa de destruição. Mas é preciso destruir as velhas cabanas, substituindo-as por casas novas, mais belas e cômodas. Aliás, é preciso levar em conta o estado atrasado do Globo, onde a Humanidade está apenas no progresso material e intelectual. Quando entrar no do progresso moral e espiritual, as necessidades morais ultrapassarão as necessidades materiais. Os homens serão governados segundo a Justiça e não mais terão que reivindicar seu lugar à força. Então a guerra e a destruição não mais terão razão de ser. Até lá, a luta é consequência de sua inferioridade moral. (RE; 8/1864)
Li num livro que o Espiritismo começou com as Irmãs Fox? Quero saber quem foram elas? O que fizeram? Elas vieram antes ou depois de Allan Kardec? (Leonardo)
O Espiritismo, como doutrina, surgiu na França em abril de 1857. Antes disso não havia Espiritismo, porque não existia uma doutrina formalizada dentro dos princípios filosóficos, que foram codificados por Allan Kardec. Existiam, porém, os fenômenos – que existiram em todas as épocas da humanidade - alguns deles já estavam sendo observados e estudados, antes mesmo de Kardec, por causa de fatos estranhos que vinham ocorrendo com freqüência em diversos países.
O caso mais conhecido foi o das Irmãs Fox que, sem dúvida, foi muito importante para o surgimento da doutrina. Tratava-se da família Fox, de origem canadense, que veio de mudança para a aldeia de Hydesville, Condado de Wayne, Estado de Nova York, no ano de 1847, dez anos antes do lançamento de O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Essa família foi morar numa casa, em que aconteceram diversos fenômenos estranhos. A família Fox era metodista; aliás John Fox – pai de Margareth,Katerine e Leah – era pastor.
Meses depois de se instalarem na casa, as pessoas começaram a ouvir batidas, que vinham do quarto das filhas. Eram batidas tão insistentes, que pareciam ser produzidas por pessoas que insistiam em se comunicar. Até que as jovens tomaram a decisão de estabelecer um código de pancadas para se comunicarem com o autor das batidas. A partir de então, foi possível constatar que se tratava de um mascate, chamado Charles Rosma, que dizia ter sido assassinado e ter o corpo enterrado naquela casa. A descoberta do cadáver e de indicio de crime acabou chamando a atenção da imprensa, que noticiou o fato em manchetes chamativas e sensacionalistas.
Logo as irmãs Fox tornaram-se conhecidas e famosas, e passaram a ser convidadas a falar sobre o estranho fenômeno que chamava muita atenção do publico. Conta-se que elas se entusiasmaram tanto com a fama, que passaram a exagerar nas narrativas e dizem até que, em algumas vezes, tentaram fraudar fenômenos diante do público. Contudo, a evidência inicial do que realmente aconteceu e dos fatos que levaram à conclusão de que Charles Rosma fora assassinado e enterrado na casa não se apagou. Mas, de qualquer forma, o fato chamou a atenção, a noticia espalhou-se pelo mundo e chegou á Europa.
Esses estranhos fenômenos, de repente, se propagaram pelo mundo. Na Europa, onde se concentrava a parte mais culta da humanidade, passaram a vê-los como uma espécie de atrativo e diversão pública. Foi, então, que surgiram em Paris as chamadas “mesas girantes”. Essas mesas eram utilizadas em salões, onde se reuniam pessoas da classe nobre da sociedade, a fim de fazer perguntas e se divertirem com as respostas que as mesas davam, através de batidas. Alguma coisa semelhante ao chamado “trabalho de copo” que, depois, chegou ao Brasil.
O professor Hippolyte Leon Denizard Rivail – educador e estudioso do magnetismo animal – depois de insistentes convites de seu amigo Carlotti, acabou assistindo a uma sessão particular na casa do Sr. Baudin (Bodán), onde duas adolescentes – de 12 e 14 anos, respectivamente – serviram de médiuns. Rivail ficou intrigado com o que viu, porque fazia perguntas difíceis, sobre temas filosóficos e científicos, que eram respondidas com segurança pelas batidas da mesa. Desde então, passou a estudar tais fenômenos e descobriu que, por trás daquelas manifestações, estavam as almas de pessoas ilustres falecidas, que anunciavam a existência do mundo dos espíritos.
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