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quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

ENTENDENDO A OBSESSÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Indiscutivelmente após Allan Kardec ter demonstrado através de seus experimentos com a mediunidade a existência do Mundo Espiritual, as revelações daí derivadas sobre a influência espiritual e a obsessão representam importante contribuição para se compreender melhor o comportamento humano. Sempre oportuno, portanto, refletirmos sobre o tema. O Espírito Emmanuel, no início do século 20 repassou para nossa Dimensão através dos médiuns Chico Xavier e Waldo Vieira uma interessante obra. Dela, o conteúdo apresentado a seguir: 1-Existe relação entre obsessão e correntes mentais?-Quem se refere à obsessão há de reportar-se, necessariamente, às correntes mentais. O pensamento é a base de tudo. 2- Em que tempo e situação no podem atingir os fenômenos deprimentes da obsessão? - Salientando-se que o pensamento é a alavanca de ligação, para o bem ou para o mal, é muito fácil perceber que os fenômenos deprimentes da obsessão podem atingir-nos, em qualquer condição e em qualquer tempo. 3- É preciso que o obsediado observe a própria vida mental para contribuir para as próprias melhorias? - Sim. As correntes mentais são tão evidentes quanto as correntes elétricas, expressando potenciais de energias para realizações que nos exprimem direção, propósito ou vontade, seja para o mal ou para o bem. 4- Qual o papel do desejo, da palavra, da atividade e da ação no fenômeno obsessivo? - Cada um de nós é acumulador por si, retendo as forças construtivas ou destrutivas que geramos. Desejo, palavra, atitude e ação representam eletroímãs, através dos quais atraímos forças iguais àquelas que exteriorizamos, no rumo dos semelhantes. 5- Quais as consequências para quem se detém em qualquer aspecto do mal? - Deter-nos, em qualquer aspecto do mal, é aumentar-lhe a influência, sobre nós e sobre os outros. 6- Qual a relação entre as manifestações do sentimento aviltado e os desequilíbrios da personalidade? -Todas as manifestações de sentimento aviltado quais sejam a calúnia e a maledicência, a cólera e o ciúme, a censura e o sarcasmo, a intemperança e a licenciosidade, estabelecem a comunicação espontânea com os poderes que os representa, nos círculos inferiores da natureza, criando distonias e enfermidades, em que se levantam fobias e fixações, desequilíbrios e psicoses, a evoluírem para a alienação mental declarada. 7- O que nos acontece moralmente quando emitimos um pensamento? - Emitindo um pensamento, colocamos um agente energético em circulação, no organismo da vida – agente esse que retornará fatalmente a nós, acrescido do bem ou do mal de que o revestimos. 8- Qual a relação entre os nossos pontos vulneráveis e o retorno do mal que praticamos? - Compreendendo-se que cada um de nós possui pontos vulneráveis, no estado evolutivo deficitário em que ainda nos encontramos, toda vez que o mal se nos associe a essa ou àquela ideia, teremos o mal de volta a nós mesmos, agravando-se doenças e fraquezas, obsessões e paixões. 9- Qual o nexo existente entre a obsessão e os interesses da criatura? - A obsessão, em qualquer tipo pelo qual se expresse, está fundamentalmente vinculada aos processos mentais em que se baseiam os interesses da criatura. 10- As companhias têm influência na obsessão? - Assevera o Cristo: “Busca e acharás”. Encontraremos, sim, os companheiros que buscamos, seja par ao bem ou para o mal. 11- Qual a solução mais simples ao problema da obsessão? - Consagremo-nos à construção do bem de todos; cada dia e cada hora, porquanto caminhar entre Espíritos nobres ou desequilibrados; sejam eles encarnados ou desencarnados, será sempre questão de escolha e sintonia. 


Esta é uma oportuna reflexão de nossa habitual ouvinte, Antonia Maria Rodrigues. Num folheto que nos envia, com muito carinho, ela diz o seguinte: “Sabemos que o nosso cobrador chama-se Consciência, da qual não podemos fugir.(...) Um cego tropeça e cai; ele tem uma atenuante a seu favor – não enxergava. Porém, aquele que vê e caiu, sua culpa é maior, pois desrespeitou os preceitos de Jesus, tendo conhecimento.”

No Direito, existe uma diferença fundamental entre o que chamamos “dolo” e “culpa”. Dolo é quando agimos com má intenção ou com intenção de causar prejuízo a alguém: é o caso de uma pessoa que parte contra alguém com intenção de feri-la. Culpa é quando causamos o dano, mas não tínhamos essa intenção: é o caso de alguém que, sem querer, esbarra numa pessoa, que cai no solo e machuca. Mas existe, ainda, outra figura jurídica, que é o “dolo indireto”, ou seja, quando praticamos o ato, sabendo do risco em causar o mal: é o caso do motorista imprudente, que abusa da velocidade e atropela alguém. Dependendo de ser dolo ou culpa, aquele que praticou o ato receberá uma pena maior ou menor.

Esses conceitos podemos nos ajudar a compreender o princípio moral enunciado por Jesus, quando disse: “A quem muito foi dado, muito será pedido”, conforme Mateus e Lucas, citação da Antonia. No dolo o erro é maior, porque sabemos o que estamos fazendo; na culpa, é menor, porque não temos a intenção de ferir.. Aquele que sabe do perigo, e mesmo assim faz, com certeza, é mais culpado do que aquele que errou por ignorância, embora o resultado dos dois atos tenha sido o mesmo.

Quando Jesus enuncia esse princípio, ele está considerando que, no campo moral, vale mais a intenção do ato do que o ato propriamente dito. Por isso, o conhecimento é importante. Quando sabemos que podemos prejudicar, praticando um ato, deveríamos imediatamente nos afastar dele por conta dos princípios morais que temos aprendido. Mas, quando o praticamos, sem saber, teremos necessariamente que lamentar o ocorrido e sofrer as suas conseqüências.

Uma coisa, como diz Antonia, é fazer o mal, sabendo que é mau; outra é fazê-lo sem saber, ou até pensar que está fazendo o bem. No primeiro, além das consequências do mau resultado que vamos colher, vamos ter que enfrentar, mais cedo ou mais tarde, a acusação da própria consciência, que é o pior sofrimento que o Espírito pode experimentar e a causa das maiores atribulações que o homem pode sofrer na Terra ou no além.. No segundo caso, embora as consequências desagradáveis do erro, não sofreremos o problema da culpa e, portanto, sofreremos menos.

Por outro lado, quando Jesus recomenda “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, é no sentido de cada um de nós desenvolver o discernimento, ou seja, a capacidade de diferenciar o bem do mal. Quanto mais esclarecidos, mais condições de nos libertar do mal. Mas essa libertação não depende apenas do conhecimento; dependerá mais de nossa disposição de atender aos apelos da própria consciência e de saber nos colocar sempre no lugar do outro.


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