POSTAGEM 4-1-22
Um simples esbarrão acidental ocorrido numa avenida de Belo Horizonte, na verdade, reativou a ligação de dois Espíritos que compartilharam inúmeras experiências ao longo de várias reencarnações. De um lado, um homem abatido pela perda de sua jovem esposa vinte e um dias antes. De outro, um médium de 36 anos, preso a difíceis compromissos familiares, sociais e econômicos apesar de ostentar um currículo de 28 livros publicados, organizados com produções de Espíritos desencarnados, alguns dos quais celebridades no meio literário luso-brasileiro. Seria o início de uma amizade nesta vida que se manteria firme até o ano de 1958, quando o médium atingido por mais uma das insidiosas perseguições contra ele movidas, se viu obrigado a transferir às pressas seu domicílio para a região do chamado Triângulo Mineiro, mais especificamente para a cidade de Uberaba. O viúvo chamado Arnaldo Rocha e o médium, Chico Xavier. Inexplicavelmente dominado por indizível emoção, reconhecendo naquele homem simples, modestamente trajado, o personagem de uma tendenciosa e maldosa reportagem publicada pela revista de maior circulação na época, não conseguiu articular palavra, fenômeno, por sinal, comum nas narrativas feitas por pessoas que se aproximaram de Chico um dia. Em contrapartida, ouviu daquele com quem se chocara: -“Escute, Naldinho... Não é assim que Meimei lhe falava? Ela está aqui, conosco, radiante de alegria pelos seus vinte e quatro janeiros, ou melhor, ela diz vinte e quatro primaveras de amor.! Hoje não seria o dia de seu aniversário? Deixe-me ver o retrato dela, guardado em sua carteira”. Assustado diante do que ouviu, visto que nada falara ao desconhecido ao não ser um pedido de desculpas, inda chorando, suando frio, mostrou-lhe a fotografia, que segura delicadamente, revelou lágrimas nos seus olhos, seguido de um sorriso reconfortante e das seguintes palavras: -“Nossa querida princesa Meimei que muito lhe falar. É hoje, em comemoração ao seu aniversário; podíamos fazer uma prece. Vamos à casa de Geraldo”. O que sucederia a partir dali resultou em páginas belíssimas no livro da vida tanto de um quanto de outro. No centro, o Espírito Meimei, na verdade Irma de Castro, desencarnada no auge de sua juventude em consequência de uma nefrite crônica que a acompanhou grande parte da existência recém terminada. Ao longo das décadas que se seguiriam inúmeras paginas Meimei verteu através da mediunidade do amigo de muitas vidas, celebrando Natais, Dias das Mães, entre outras datas comemorativas, além de revelações importantes. Meimei é personagem do livro AVE CRISTO, (feb,1953) escrito pelo Espírito Emmanuel, onde tinha o nome Blandina, filha única de Taciano, que não era outro senão o próprio marido Arnaldo Rocha do século XX. Blandina, por sinal, a responsável por núcleo de assistência a crianças recém-desencarnadas descrito no livro do Espírito André Luiz, ENTRE A TERRA E O CÉU (1954, feb). Além de mensagens incluídas obras de Autores Diversos, quase uma dezena produzida por Meimei, faz parte do acervo de mais de quatro centenas de obras publicadas com material materializado em nosso Plano, graças ao impecável trabalho de Chico Xavier.
Será que basta a gente conhecer o Espiritismo para perder o medo da morte? (Milena Silva Pereira)
Não é tão simples assim, Milena, pois a própria natureza, através desse mecanismo, que chamamos de “instinto”, colocou em todos os seres vivos ( e não só no ser humano) esse medo – que é o primeiro e o maior de todos os medos. Com isso ela consegue com que cada indivíduo se afaste do perigo, não se exponha demasiado a situações de risco e, desse modo, tenha uma vida mais longa É a chamada Lei de Conservação, que vamos encontrar n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, como uma das leis naturais.
Desse modo, o medo natural da morte é um mecanismo de defesa para a preservação da vida. Se as pessoas em geral não tivessem esse medo, elas morreriam com muita facilidade, uma grande parte se suicidaria e, em pouco tempo, não haveria mais espécie humana sobre a Terra. Este é um aspecto que precisamos considerar, para que você e os demais ouvintes entendam que o medo da morte não é tão ruim assim; pelo contrário, ele tem um aspecto muito positivo para que tomemos mais cuidado com a vida, para que não abusemos ou releguemos a nossa saúde a um segundo plano.
O medo, que o Espiritismo combate é o medo infundado, esse que nos foi colocado através dos tempos – o medo apavorante, aterrador e até doentio, que pode decorrer de duas formas de crença. Veja bem do que estamos falando:... de duas formas de crença!... A primeira é o medo daqueles que crêem que Deus não existe; eles não crêem que a vida continua, que o espírito é imortal. Para eles morreu, acabou... A morte é o fim de tudo, é o desaparecimento total do individuo e, consequentemente, de tudo quanto conquistou ou fez de bom na vida.
Entretanto, é bom que se diga – e isso pode parecer estranho – mas muitas pessoas, que se dizem crentes, que afirmam adotar e seguir determinada religião, no fundo, são materialistas, não crêem na vida futura, não acreditam que a vida continua e, por isso, a morte lhes representa o aniquilamento total (um terror!...) que lhes provoca um grande pavor. Elas têm tanto medo da própria morte, quanto da morte de seus entes queridos e, por isso, quando acontece de perderem alguém da família, entram em pânico, desesperam ou se revoltam.
A segunda forma de crença é daqueles que acreditam na condenação eterna. Elas vêem a morte como uma grande e constante ameaça, porque nunca se julgam preparadas para enfrentá-la, devido ao peso de consciência. Guardam consigo grande sentimentos de culpa, por terem feito o que deviam ou terem feito o que não deviam e, com isso, vivem se questionando – principalmente quando vêem alguém próximo morrer.
A Doutrina Espírita trata da morte como um fenômeno natural da vida. Se ela significa a destruição de um corpo, isso não afeta a experiência do Espírito, que se utiliza do corpo para se manifestar neste mundo. Embora devamos fazer o máximo para nos mantermos encarnados, a razão nos diz que não devemos nos revoltar contra a morte, e se quisermos ter uma boa morte, que é a passagem para o mundo espiritual, precisamos aprender a cultivar uma boa vida.
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